terça-feira, 24 de janeiro de 2012

ALMA IMORTAL


ALMA IMORTAL
Esta é a história de um jovem que viveu em 2 corpos; Viveu como João de 1980 a 2005, e também como Pedro de 1903 a 1955, sua alma trocava de corpo com um menino de quatro anos de idade.
Pedro nasceu em 1899 e faleceu com 04 anos de idade em 2005 no corpo de João.
João nasceu em 1980 e faleceu com 56 anos de idade em 1955 no corpo de Pedro.

ALMA IMORTAL PARTE I

João trabalhava em uma grande empresa de construção civil como pedreiro, ele fumava e bebia muito, mas era muito esforçado e um bom profissional, tinha muita sorte em jogos, mas só nos jogos de pequenos valores, só que no amor era um desastre, não tinha jeito com as mulheres era muito tímido e ainda não havia encontrado uma mulher que lhe interessasse de verdade. Ele morava em uma pequena casa de madeira, simples, mas bem cuidada, tinha quatro cômodos sem sala. João era o filho mais velho, tinha vinte e três anos, só ele e o pai trabalhavam os outros irmãos só estudavam. João já tinha terminado o segundo grau, mas com o dinheiro que  ganhava não dava para pagar uma faculdade. A empresa em que João trabalhava entrou em crise e ele foi demitido. João pegou o dinheiro que recebeu da empresa e comprou uma moto, pois era o que ele mais queria, não tinha habilitação, mas sabia dirigir e a pilotar moto muito bem havia aprendido com seus amigos. Seu primeiro e grande passeio de moto foi ir a uma pequena cidade onde havia uma rota de cachoeiras com quatorze quedas d’água, foi sozinho, pois não encontrou ninguém que fosse com ele. Chegando lá João ficou deslumbrado com tanta beleza natural, subiu a trilhas passou por todas as cachoeiras e ficou quase uma hora na ultima cachoeira que era a mais alta e a mais bonita, ele foi o primeiro a chegar lá em cima, pois não tinha ninguém. João percebeu que alguém se aproximava, mas não conseguiu ver nada devido á neblina das cachoeiras, então resolveu descer a trilha para comer algo na lanchonete que tinha lá em baixo, quando estava descendo ele viu uma mulher de biquíni com um shortinho bem coladinho, ela tinha os cabelos lisos não muito longos, João vendo aquelas costa linda pensou (espero que a parte da frente seja tão linda como a de trás) ela estava descalça e descendo bem devagar se segurando nos galhos, quando de repente escorregou e caiu. João aproximou se dela segurou-a pelo braço e a ajudou a se levantar perguntando se tinha se machucado, a moça olhou para ele, pensou um pouco e disse que tinha torcido o tornozelo, João a abraçou e a ajudou a descer até a próxima cachoeira onde ele lavou os pés dela enquanto ela se lavava, pois estava com o corpo todo sujo devido à queda, enquanto lavava os pés dela ele ficou olhando para o rosto da moça, então ela perguntou:  
- O que esta olhando?
- Quer casar comigo?
- Mas eu nem te conheço nem sei seu nome e nem você o meu, e você já quer casar!
- Meu nome é João e o seu?
- O meu é Ana.
- E agora já podemos nos casar?
- Calma primeiro temos que nos conhecer melhor para ver se podemos namorar, depois se der certo talvez podemos até nos casar.
Ana pediu para que João a ajudasse a descer a trilha, pois seu pé estava doendo muito. Ele a segurou pela cintura, e ela saiu pulando com um pé só, antes de acabar a descida ela parou e pediu que ele fosse buscar ajuda, pois não estava mais agüentando andar assim, então João a pegou no colo e continuou descendo, ela disse 
- Você não vai agüentar me levar até lá em baixo.
Ele respondeu:
- Quando eu não agüentar mais eu desço para buscar ajuda.
Enquanto levava ela no colo ele pediu o numero do telefone dela, mas ela se recusou a dar e pediu o dele disse que depois ela ligaria.
Havia uma lanchonete em um estacionamento próximo a primeira cachoeira, onde estavam os pais dela, ele a colocou sentada em uma cadeira, os pais de Ana ao ver aquilo ficaram preocupados e foram até eles perguntar o que ouve, enquanto ela explicava o acontecido João foi até o balcão da lanchonete, pediu gelo para por no tornozelo dela e aproveitou para anotar seu telefone em um papel guardanapo.
O pai da moça a pegou no colo e levou-a até o carro dizendo que ia levar-la ao hospital, João embrulhou o gelo em sua camisa e disse para ela colocar no tornozelo para amenizar a dor, junto entregou o numero de seu telefone.
João foi para casa sem camisa por sorte estava de jaqueta.
Passou uma semana e ele não tirava aquele lindo rosto de seus pensamentos, já tinha até perdido a esperança de revê-la novamente.
No sábado á tarde ela ligou, eles marcaram de se encontrar no centro da cidade.
Encontraram-se conversaram melhor e começaram a namorar, eles sempre se encontravam em uma praça na zona leste da Cidade, uma praça grande tinha vários canteiros de flores, muitos brinquedos aonde sempre tinha muitas crianças brincando.
Agora namorando João resolveu tirar a carteira de habilitação, pois não queria passar vergonha quando fosse parado pela policia.
Da praça eles iam a rios e praias e quando chovia iam ao cinema, shopping, museu etc. Na praia sempre procuram ficar em um lugar mais calmo com pouco movimento para poderem namora.
Nos rios eles tomavam banho e depois iam para um lugar mais distante, estendiam uma toalha na grama e ficavam olhando as pessoas brincando no rio, João ficava olhando Ana deitada na toalha e acariciava seu rosto dizendo:
- Que coisa mais linda você é, até parece que estou sonhando, não quero acordar desse sonho nunca.
- Então aproveita esse sonho e me beija.
Eles ficavam a tarde toda namorando , quando percebiam já estava anoitecendo, colocavam as roupas e montavam na moto e voltavam para a praça aonde se despediam e cada um ia para sua casa, no dia seguinte faziam a mesma coisa.
Ana sempre percebia que João ficava excitado, pois dava para ver o volume em sua sunga, isso a deixava muito excitada, mas ela não deixava que ele notasse que ela tinha percebido, pois apesar de desejá-lo muito tinha que esperar ele tomar a iniciativa, mas o tempo foi passando o verão estava acabando e nada de João ir alem de caricias. Uma tarde na beira do rio Ana já estava ficando impaciente não estava mais agüentando de tanto desejo, ela o beijava suspirando deslizava seu corpo sobre o dele demonstrando todo seu desejo de se entregar por inteira a ele, então João se levantou olhou em volta e disse:
- Já esta tarde não tem mais ninguém no rio acho que é melhor irmos embora.
- Vamos ficar só mais um pouquinho.
- Se eu tivesse dinheiro te levaria a um motel.
- Pra que motel se estamos sós nos dois aqui?
João encostou-se em uma arvore e puxou Ana pela cintura colando seu corpo ao dela beijando-a com muito desejo, suas mãos deslizando por seu corpo, desamarrou o biquíni dela, tirou sua sunga e começou a beijar-lhe dos pés subindo lentamente ate sua boca, Ana gemia de prazer seu coração estava disparado, ele a pegou pela cintura suspendeu, Ana prendeu-se a ele com as pernas é o beijava com muito desejo, João foi soltando ela bem devagar deixando escorregar sobre seu corpo, quando Ana sentiu o pênis de João querendo entrar nela ela segurou no pescoço dele e se ergueu, João a segurou com mais força e com firmeza a puxou de volta, ela gemeu forte e disse:
-Amor vai com calma esta doendo sou virgem.
- Era meu amor já foi todo.
- Agora quero mais não vamos parar só vai com calma.
João segurado ela pela cintura sem sair de dentro dela deito-a sobre a toalha ele fazia movimentos leves pra frente e para traz enquanto Ana arranhava-lhe as costas, ele mordia de leve seus seios beijava seu pescoço seu ombro enquanto os movimentos iam aumentando cada vez mais, gozarão juntos, ficaram ali deitados corpos suados coração acelerados, escureceu as estrelas surgiram e junto apareceram os mosquitos , quando João percebeu estavam todos picados de pernilongos, vestiram-se montaram na moto e foram embora, Ana foi com seu corpo colado ao dele acariciando-lhe o peito, João podia sentir as batidas de seu coração em suas costas.
Chegando a praça aonde eles sempre se encontravam João quis levar Ana para casa, mas ela se recusou, disse que seus pais não iriam gostar que era melhor deixar para outra ocasião, assim Ana pegou um taxi e João foi para casa de moto.
João muito apaixonado e pensando em se casar, vendeu a moto e comprou um terreno, combinou com Ana que só iriam se ver no domingo. Quando ele disse que tinha vendido a moto Ana perguntou:
- Mas João você vendeu sua moto? Como vamos fazer amor agora?
- Você não vai querer ficar fazendo amor na beira do rio pra sempre.
- Com você faço amor em qualquer lugar.
- Esta bem, mas de hoje em diante iremos a um motel.
- Tudo bem para estar com você vou a qualquer lugar. 
João construiu uma pequena casa com dois cômodos apenas, para que ele pudesse morar com sua futura esposa. Depois de seis meses de namoro firme ele a pediu em casamento, ela disse que aceitaria seu pedido de casamento, mas antes teria que conhecer a família dele e ele a dela, então combinaram que no domingo ela almoçaria na casa dele e ele jantaria na casa dela e assim anunciariam o noivado para suas famílias.
No domingo pela manhã João pegou a moto de seu primo emprestada e foi buscar sua amada, eles se encontraram na praça e foram para a casa dele, era um dia muito lindo de sol forte.
João apresentou Ana para toda sua família, ela gostou muito deles, era uma turma grande unida e muito festeira, os rapazes falavam sobre esporte, carros, trabalho e política, as moças falavam sobre novelas, casa e religião, cada um tinha uma opinião diferente, mas não discutiam. Na hora do almoço todos se reuniram na casa dos pais de João parecia mais uma festa, apos o almoço ele a levou para conhecer o seu futuro lar.
- O que você achou de nosso ninho?
- É muito lindo da para nós dois tranquilamente, mas quando tivermos filhos? Você vai querer filhos?
- Claro que vamos ter muitos filhos e quando isso acontecer nos aumentaremos à casa conforme a filharada for chegando.
- Filharada? Quantos filhos você quer ter?
- No mínimo quatro.
- Como vamos criar quatro filhos?
- Meu pai não criou eu e meus irmãos?
- Seus pais não tinham televisão.
- Meus pais tinham sim, quem não tinha era meus bisavôs que eram índios.
- Mas você não tem cara de índio.
- Puxei minha mãe que é italiana. 
- Então ta teremos quantos filhos você quiser, agora vamos para minha casa.
Quando estavam chegando João se assustou, era um portão grande com dois seguranças fortemente armados, param na frente dele e pediram para tirar o capacete e mostrar os documentos, quando Ana tirou o capacete os seguranças ficaram assustados olhando para os lados perguntaram:
- Senhorita Ana! O que faz na garupa de uma moto?
- Esse é meu namorado! Abre o portão, por favor.
Quando João entrou ficou de queixo caído, a entrada era feita de pedras brancas enfeitadas com grama e palmeiras de lado a lado e a casa não era casa era uma mansão, tinha uma enorme piscina e na garagem tinha cinco carros todos importados.
Quando ele entrou na sala ficou tonto com tanta beleza, era enorme e os moveis eram os mais lindos do mundo.
Quando os pais dela viram João foram logo agradecendo ele por ter socorrido sua filha quando ela machucou o tornozelo.
Eles sentaram no sofá e começaram a conversar, o pai de Ana fez muitas perguntas e João respondeu todas, disse que trabalhava como pedreiro autônomo que tinha somente o segundo grau, pois não podia pagar uma faculdade, que seu pai trabalhava de zelador em um shopping na cidade.
Enquanto eles conversavam começou a chover devido ao forte calor que fez durante o dia, a casa era tão bem fechada e com ar condicionado que quase não dava para ouvir a chuva.
Enquanto João conversava com a mãe de Ana o pai dela a chamou para conversar na biblioteca. João ficou desconfiado e então ficou atento para ver se ouvia alguma coisa.
Começou a ouvir vozes alteradas, João percebeu que o pai dela não aprovara o relacionamento deles.
João sabia que se ela casasse com ele iria perder toda a mordomia que tinha na casa dos pais, ou então ele teria que abrir mão de sua independência e viver sustentado pelo sogro. Sendo assim ele pediu licença para a mãe de Ana e saiu, não esperou o jantar e nem se despediu de Ana, foi embora mesmo de baixo de chuva. Quando Ana ouviu o ronco do motor da moto saiu correndo chamando por João, mas não deu tempo já era tarde ele já tinha saído.
João saiu naquele temporal chorava muito nem enxergava direito devido as lagrimas, ele trafegava por uma grande avenida bem iluminada, como já era vinte e uma hora e trinta minutos o transito estava calmo.
Inesperadamente caiu um raio bem na frente da moto. João foi arremessado longe e caiu de costa bem no meio da avenida, ele se levantou e ficou girando olhando em volta, depois tirou o capacete e o jogou no chão, olhou para um carro que parou em sua frente, faz um bico de criança pequena querendo chorar e diz - mamãe- e começou a girar novamente dizendo mamãe... Mamãe... Mamãe... O motorista que estava parado foi ajudar-lo, mas ele não deixava ninguém tocar-lo, sempre dizendo: Mamãe... Mamãe... De mamãe... De mamãe?
Então chamaram socorro, os médicos tiveram que lhe aplicar um sedativo para ele dormir, só assim puderam levar-lo ao hospital. 

ALMA IMORTAL PARTE II

No dia 22 de Dezembro de 1899 em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, um casal dono de uma pequena chácara tem o sei décimo oitavo filho vindo de uma gestação complicada, pois a mulher já tinha certa idade e trabalhava na roça.
A criança foi criada de forma rústica, tinhas muitas doenças e não tinha médicos então tudo era tratado e curado a base de ervas e benzi mentos. Quando a criança fez três anos de idade não tinha mais doenças nenhuma apenas uma forte dor de cabeça que aparecia de repente e sumia de repente, como a família era muito devota de São Pedro deram-lhe o nome de Pedro, eles rezavam muito para o santo pedindo para ele curar a dor de cabeça do menino. Pedro não andava apenas ficava em pé, mas logo caia sentado, não falava quase nada apenas "mamãe”. Quando ele fez quatro anos ele ainda só falava “mamãe”, andava um pouco, mas era quase caindo, quando sua mãe o deixava sozinho ele chorava e dizia! De mamãe... “De mamãe”. Sua mãe lavava roupa no rio que ficava a um km de sua casa, enquanto sua mãe lavava roupa Pedro ficava jogando pedra na água só para ouvir o barulho, os irmãos não queriam brincar com ele porque ele não sabia fazer nada, nem falava nem andava direito, para ir a longas distancias tinha que ser carregado.
Quando eles iam brincar no rio faziam um circulo de pedra dentro da água e colocavam Pedro ali para que ele não fosse para a parte funda do rio.
Certo domingo de manhã estavam todos no rio tomando banho, quando de repente o tempo fechou e começou a chover e relampejar muito, a mãe pediu para que eles saíssem d'água por que era perigoso então todos saíram deixando Pedro para trás, Pedro saiu do circulo e foi em direção a mãe chorando e dizendo mamãe, quando ele acabou de sair da água um raio caiu na água bem próximo de Pedro atirando-o para a frente de sua mãe, ele assustado e olhando para ela diz:
- O que aconteceu comigo? Como eu vim para aqui?
Sua mãe o abraçando fortemente diz:
- Meu filho você esta vivo isso é um milagre!
Ela foi correndo para casa enxugar o menino e enrolar-lo em um cobertor, depois os irmãos vieram vê-lo e admirados dizem “nossa o raio quase pegou ele, se ele não tivesse saído da água estaria morto". Ai chega seu pai e pergunta:
- O que foi que aconteceu?
Sua esposa explica o acontecido e quando disse que Pedro perguntou o que aconteceu, Como veio para aqui, O pai dele diz:
- Você esta louca muié o menino nem sabe falar, ele só fala mamãe e óia lá!
Os irmãos de Pedro riram e disseram: “acho que o raio deve ter atingido a mãe também, pois ele não fala e nem anda, não sei como ele conseguiu sair da água”. 
Pedro ficou quieto apenas observava tudo, aquele pessoal estranho, aquela casa de sape, o seu próprio tamanho tudo era muito confuso, ele pensou que estava sonhando então deixou as coisas rolar para ver o que iria acontecer.
Sua mãe o colocou na cama para descansar um pouco, enquanto ele dormia ela preparou o almoço, e acordou-lhe para dar o almoço na boca como sempre fazia.
Pedro passou a semana calado e sempre no colo, ele ficou com medo de se revelar, pois não tinha como se defender era muito pequeno e nem sabia ao certo o que estava acontecendo, então ele queria primeiro conhecer aquelas pessoas, na sexta-feira ele entendeu que era uma criança com problema, que não sabia falar e nem a andar e que estava no ano de 1904, que era filho de família humilde, que não sabia ler nem a escrever e tinha dezessete irmãos.
Todos os dias o pai o pegava no colo e brincava com ele por um bom tempo, mas na sexta-feira seu pai estava brincado com ele, quando chegou um homem dizendo ser primo da família e trazendo um documento para o pai de Pedro assinar, dizendo ele ser um comprovante de pagamento de imposto de renda, enquanto os homens conversavam, Pedro bateu com a mão no tinteiro que era usado com canetas feitas de pena para assinar documentos derramando tinta sobre os documentos tornando-os inúteis, Pedro levou uns tapas nas mãos e colocado no chão e mandado ir direto para o quarto, seu pai estava tão bravo que nem percebeu que o menino não chorou e foi andando para o quarto normalmente.
O senhor Paulo pai de Pedro pediu desculpas para o primo, e perguntou o que poderia acontecer? Seu primo disse que nada que na segunda feira traria outros papéis, mas pediu para que ele não ficasse com a criança no colo na hora de assinar.
Depois que o primo foi embora o senhor Paulo foi la fora e pegou uma vara de amoreira para dar uma surra em Pedro, quando passou pela cozinha sua esposa interferiu, pois aonde já se viu assinar documento importante com criança no colo, ainda mais uma criança como Pedro que não tem noção de nada deixa ele em paz. 
No dia seguinte era tarde de sábado, seus irmãos pronto para ir ao rio, pois fazia muito calor, pediram para sua mãe se podiam levar Pedro junto, ela disse que não, pois tinha medo que eles não cuidassem bem de Pedro e ele se afogasse, eles prometeram não se descuidar dele, então ela deixou, levaram Pedro no colo, chegando ao rio eles fizeram o circulo de pedra nas margens do rio e colocaram Pedro dentro, e foram brincar na água sempre de olho em Pedro e dizendo para ele não sair, Pedro sempre balançava a cabeça dizendo não, quando seus irmãos se distraíram ele saiu do circulo e foi para a parte mais funda do rio e mergulhou na água, seus irmãos ao verem Pedro mergulhando gritam “PEDRO NÃO”. Seu irmão mais velho nadou desesperadamente até o local aonde Pedro tinha mergulhado, mas antes que chegasse Pedro surgiu quase do outro lado do rio e saiu nadando até a margem, seus irmãos assustado pediu para que Pedro ficasse onde estava que ele ia buscá-lo, Pedro balançou a cabeça dizendo sim, mas quando seu irmão chegou perto de onde ele estava Pedro pulou por cima dele e foi nadando até o outro lado, seu irmão saiu atrás, só então ele percebeu que Pedro sabia nadar perfeitamente, quando chegou do outro lado seu irmão perguntou admirado:
- Pedro você sabe nadar? Mas como pode? Quem te ensinou? 
Pedro respondeu:
- Eu sei nadar, falar, andar, sei ler e escrever e muito mais e também sei que nosso primo esta enganando nosso pai, e vocês precisam ajudá-lo.
Seus irmãos perguntaram desesperados e descontrolados:
- Como pode isso? Quem te ensinou? Porque nunca falou?  Porque você etc., etc. e etc.
Pedro não respondeu nenhuma pergunta, ficou calado até que eles se calaram e ficaram olhando para ele. Então Pedro tornou a dizer:
- Vocês precisam ajudar nosso pai.
Seu irmão mais velho disse:
- Esta bem, mas como vamos ajudar nosso pai? O que o nosso primo esta fazendo?
Pedro disse para seus irmãos que o primo estava querendo roubar as terras de seu pai e pediu para eles falarem com algum colega que soubesse a ler para estar presente quando o primo chegasse com os novos papeis na segunda- feira. Assim combinaram tudo e voltaram a brincar, nadaram bastante depois foram embora, Pedro foi andando parecia um sapeca, quando chegam perto da casa Pedro pediu para seu irmão pegá-lo no colo, pois só queria se revelar na segunda depois de desmascarar o primo, então Pedro chegou ao colo do irmão, a noite chegou e todos foram dormir. No dia seguinte, seus irmãos foram jogar bola e levaram Pedro junto, enquanto seus irmãos jogavam Pedro ficou assistindo, por ser muito pequeno os mais velhos que ali estavam ficaram olhando para ele admirados, um dos homens perguntou para ele em forma de deboche:
- Menino você é pai de quem?
Pedro olhou para o homem e olhou em volta e respondeu:
- Sou pai de seus filhos e marido de sua mulher.
O homem que estava rindo, fechou a boca e fez cara feia, seus colegas o vaiaram, o homem disse:
- Nunca ninguém te ensinou que não se deve responder assim aos mais velhos, menino mal educado!
- Quem fala o que quer ouve o que não quer - Respondeu Pedro.
O homem disse: 
- Esse moleque não tem pai? Ele precisa de um corretivo; Quem o trouxe aqui?
Os outros homens que ali estavam disseram:
- Você começou, o menino estava quieto, e como ele disse quem fala o que quer ouve o que não quer você perdeu para ele, não adianta ficar bravo.
Pedro olhou para os homens e agradeceu, assim fez amizade com todos, eles ficaram admirados com o menino, pois ele conversava como um adulto.
No final do dia voltam para casa, no caminho Pedro notou que tinha muitos pés de coqueiros, então perguntou:
- Porque tem tantos coqueiros em nossas terras?
Seus irmãos responderam:
- Nosso pai disse que é bom para evitar que caia raios em nossa casa.
Pedro pediu para eles cortarem dois pés para ele, eles responderam:
- Você esta louco! Se cortarmos um pé se quer desses coqueiros nosso pai nos mata.
Então Pedro mudou de assunto e disse para eles não se esquecerem de chamar um amigo que saiba ler para estar em casa na segunda à tarde. Seus irmãos disseram que chamaram um amigo lá do futebol. 
No dia seguinte quando chegou da roça o pai de Pedro o pegou no colo e ficou brincando com ele, enquanto seus irmãos estavam no terreiro conversando com o amigo que sabia ler. Quando seu primo chegou, seu pai o colocou no chão, pois tinha que assinar uns documentos muito importantes.
Pedro passou pela cozinha correndo e foi ate seus irmãos, sua mãe ao vê-lo correndo ficou admirada, pois o menino não sabia andar direito agora estava correndo, então foi até a porta e viu Pedro conversando com seu irmão mais velho que o pegou no colo e veio para dentro de casa, então ela perguntou:  
- O que aconteceu? Como você aprendeu a andar e a falar de repente?
Seu irmão mais velho falou que depois explicava tudo e foi com os outros para a sala. Quando chegaram seu pai estava com a pena na mão, mas antes que ele assinasse o filho mais velho disse:
- Pai posso ler esse documento?
- Você pirou meu filho? Você não sabe ler esqueceu? Disse o pai.
- Mais meu amigo aqui sabe.
- Porque você quer ler?
- É só para saber como se faz um documento desses.
Seu pai disse: 
- Tudo bem, e entregou o documento. 
O primo disse:
- Porque não assina primeiro, pode ler depois.
- Qual a diferença? Perguntou o rapaz.
- Eu estou com pressa e como tem duas vias pode assinar uma para que eu possa ir embora e vocês podem ler depois.
O senhor Paulo disse:
- Se têm dois iguais então me da um para que eu possa assinar.
O rapaz entregou o documento para o colega e pediu para que ele separasse e entregasse um para seu pai. O colega separou e entregou o documento, mas antes ele leu (certificado de transferência de propriedade).
Quando o rapaz leu isso o irmão de Pedro perguntou:
- O senhor esta dando nosso sitio para ele pai?
- Claro que não! Isso é só um comprovante de pagamento de imposto de renda.
O rapaz que estava lendo disse:
- Aqui não tem nada de imposto, aqui diz que o senhor esta passando suas terras para o nome dele.
Nesse momento o irmão de Pedro, o segundo mais velho, apareceu na porta com a espingarda apontando para o primo que estava branco e suando.
O pai disse:
- Esse desgraçado estava querendo nos roubar, atira nele filho!
Então Pedro falou:
- Eu tenho uma idéia melhor.
Pegou uma cadeira subiu nela encostado na mesa, pois era muito pequeno para sentar nela, pegou papel e a pena e fez uma declaração de confissão, e pediu para o primo assinar. Ele tentou recusar, mas sobre a mira da espingarda se viu obrigado a assinar.
Depois que o primo foi embora Pedro explicou para seu pai que depois do raio que quase pegou ele, ele sabia ler escrever e a andar.
Como seus pais eram muitos simplórios, e acreditavam em milagres ninguém perguntou nada.
Seu pai ainda pasmo não sabia como agradecer a Pedro por ele ter evitado que seu primo o tivesse roubado. Pedro aproveitou a oportunidade e pediu alguns pés de coqueiro, seu pai que estava feliz da vida disse que ele podia pegar quantos quisesse.
No dia seguinte quando seus irmãos voltaram da roça, Pedro estava esperando no terreiro e olhando para uma cachoeira que tinha na parte alta do sitio, seus irmão perguntaram por que ele queria os coqueiros? Pedro pediu para eles cortarem 2 coqueiros e trouxessem para ele os troncos, dai pele pediu para eles que eles abrissem os troncos em dois e limpassem o meio, fazendo uma espécie de calha, com a orientação de Pedro eles fizeram uma longa calha para trazer água mais perto de casa, assim sua mãe não precisaria ir tão longe para lavar roupa e teria água direto no chiqueiro, assim eles não precisariam ir todos os dias buscarem água no rio para as galinhas e os porcos.           
Pedro calculou mais ou menos quantos coqueiros iria precisar e pediu para que seus irmãos cortassem primeiro para que seu pai quando percebesse e não gostasse já estariam cortados, e assim ele poderia terminar o serviço. Foi dito e feito, eles cortaram os coqueiros, nem retiraram do local, em dois dias já tinham cortado tudo, quando o senhor Paulo viu ficou furioso queria dar uma surra em todos, mas eles disseram que foi Pedro que pediu e o lembraram que ele disse a Pedro que ele poderia pegar quantos quisesse. O pai disse que não imaginava que seriam tantos, pensou que seriam uns dois ou três pés. Então ele falou que eles não poderiam cortar mais teriam que fazer o que pretendiam com os que já tinham cortados, mas como Pedro já tinha planejado eles já tinham cortado todos que iam precisar. Assim eles fizeram uma grande calha com a orientação de Pedro, fizeram também uma pequena represa para coletar a água com vazão para retornar ao rio sem formar lama, todos os dias senhor Paulo perguntava o que eles estavam fazendo, eles diziam que era idéia de Pedro para facilitar a vida de todos.
Quando estava quase pronta, só faltavam duas calhas para ligar a água eles chamaram o pai e ligaram; ao ver a água descendo pela calha o homem ficou de boca aberta e disse:
- Vocês fizeram tudo isso só para não ter de ir buscar água para os porcos lá em baixo?
- Não só por isso pai, assim nossa mãe não precisa ir até o rio para lavar a roupa e a louça, assim tudo fica mais fácil, com mais algumas calhas podemos levar a água direto para os porcos e para as galinhas.
Seu pai disse:
- Para quem não sabia andar nem a falar você esta super inteligente.
- O senhor não viu nada ainda vou ensinar a todos a ler e a escrever.
Assim ele fez todos os dias depois que seus irmãos chegavam da roça, Pedro dava aula usando como lápis um pedaço de carvão e escrevendo em madeiras.
Todos os sábados eles iam tomar banho no rio e ficavam escrevendo nas pedras, ao ir pegar uma pedra pequena para escrever, Pedro notou dentro d'água uma pedra com um brilho forte, ele a pegou e viu que se tratava de uma pedra preciosa, então ele mostrou para seus irmãos e disse: 
- Olha só o que eu encontrei, será que tem mais dessas pedras no rio?
Seus irmãos responderam:
- Tem sim, lá em cima tem muito mais dessas.
- Vocês podem me levar lá pra ver?
- Claro Pedro podemos ir agora mesmo.
Ao chegarem ao local, Pedro descobriu que se tratava de uma fortuna interminável, mas não disse nada para seus irmãos, ficou pensando em como ia fazer para obter aquelas pedras. Então voltaram a brincar no rio e depois foram para casa.
No domingo aquele primo que queria roubar o sitio voltou, senhor Paulo tentou expulsa-lo, mas ele implorou para que o primo escuta-se, pois queria comprar o sitio senhor Paulo disse que o sitio não estava à venda, mas quando o primo falou o preço que pagava ele balançou, pois o dinheiro oferecido era quase o dobro do valor do sitio.
Pedro vendo que seu pai ia acabar vendendo o sitio interferiu dizendo:
- Pai não vende.
- Mas Pedro é muito dinheiro, nunca ninguém ofertou tanto assim.
- Pai é melhor o senhor pensar antes, pede para ele voltar amanhã, que ai o senhor responde.
O primo disse: 
- Eu só compro se for agora, amanhã eu não pago esse valor.
O senhor Paulo olhou para Pedro, que balançou a cabeça dizendo não, então ele olhou para o primo e disse:
- Se quiser comprar o sitio mesmo volte amanhã, que eu responderei se vendo ou não.
- Você vai deixar que uma criança de quatro anos te diga o que fazer?
- Essa criança de quatro anos evitou que você me roubasse o sitio, lembra?
- Tudo bem se prefere assim amanhã eu volto.
Depois que ele foi embora o pai disse;
- Pedro porque não vender? Com todo esse dinheiro eu compro dois iguais a esse e em terras melhores, pois essa terra não produz nada e o primo por fora do preço dessas terras.
- Nosso primo não é bobo, se ele quer pagar tanto pelo sitio é porque alguma coisa ele esta tramando, o senhor sabe que ele não é de confiança, amanhã quando ele voltar o senhor diga que o sitio não esta a venda e vera que ele ficara bravo e oferecera muito mais dinheiro, mas o senhor não vende.
- Esta bem vou fazer como você diz.
Assim aconteceu; no outro dia o primo voltou bem sedo o senhor Paulo fez o que Pedro disse e ficou assustado quando seu primo dobrou o valor da oferta, então ele entrou no quarto pegou a espingarda apontou para o primo e disse para que ele sumisse dali e nunca mais voltasse, porque ele não venderia o sito nem por dez vezes o valor oferecido e se ele voltasse levaria um tiro na cara.
Pedro conversando com seus irmãos perguntaram se eles conheciam alguém que soubesse fazer estatuas de barro, seus irmãos disseram que tinha um vizinho que gostava de fazer bonecos de barro, então Pedro pediu para seus irmãos uma imagem de Santo Antônio, depois pediu para que o levassem para conhecer o vizinho que gostava de mexer com barro. Assim fizeram, levaram Pedro até o vizinho sem entender o porquê, pois sempre que Pedro pedia uma coisa saia uma boa surpresa. Chegando lá, Pedro tinha na mão uma pequena imagem de Santo Antônio que seu irmão tinha ganhado de sua mãe, ele foi apresentado ao rapaz, viu os bonecos de barro, e mostrou a pequena imagem, perguntou se ele era capaz de fazer igual. O rapaz disse que poderia tentar, mas o que ganharia com isso. Pedro disse que não tinha dinheiro, mas, poderia dar alguma coisa em troca. Então rapaz disse que como ninguém tinha dado valor em seus bonecos de barro, ele iria fazer o santo sim. Pedro olhando os bonecos notou que eram feitos de barro vermelho, então pediu para ele fazer o santo com outro tipo de barro, o rapaz perguntou: 
- Qual?
Pedro pediu para ir até o rio, ele encontrou argila e pediu para fazer o santo com aquele tipo de barro, e o santo tinha que ser oco e da altura do umbigo, o rapaz disse que iria fazer, mas ia demorar alguns dias.
Pedro concordou e todos voltaram para casa; no caminho Pedro avistou uma grande seringueira e pediu para que seus irmãos tirassem um pouco de leite daquela arvore; quando chegaram a casa seus irmãos pegaram um balde e voltaram para fazer o que Pedro pediu, depois Pedro fez com aquela seiva uma borracha para fazer um estilingue e com o resto ele fez duas bolas, uma ele deu para seu irmão e a outra ele guardou para dar ao rapaz em troca da estatua.  
Pedro pegou um pedaço de bambu e pediu para uma de suas irmãs fazer umas varetas e pediu para sua mãe um pacote de papel que seu tinha trazido do armazém com as compras e também um pouco de trigo e fez uma pipa. Seus irmãos nunca tinham visto aquilo e nem sabiam para que servia então Pedro pediu para eles arrumarem uma linha bem comprida que ele mostraria a eles, como sua mãe tinha uma maquina de fazer barbante para costurar saco de algodão, pediram a ela para fazer a linha, Pedro soltou a pipa e todos queriam uma também.
Pedro os ensinou a fazerem a pipa, depois todos foram soltar suas pipas.   
Dois meses mais tarde, Pedro já tinha ensinado seus irmãos a ler e escrever as palavras mais simples, ele recebeu um recado do sitio vizinho que o que ele tinha pedido já estava pronto, Pedro foi com seus irmãos buscar o santo que havia encomendado como o santo era maior que ele não podia carregar sozinho, ele levou a bola, o estilingue e a pipa para dar em troca, o rapaz ficou muito feliz, os seus irmãos levaram também as pipas deles e eles passaram o dia todo soltando pipas, depois foram embora, chegando a casa Pedro pediu para seus irmãos que trouxessem o máximo daquelas pedras brilhantes que eles viram lá no rio. No dia seguinte eles pegaram os baldes que usavam para pegar água para os porcos e foram buscar as pedras que Pedro tinha pedido depois com ajuda dos seus irmão Pedro encheu o santo com as pedras.
Apesar de Pedro ser o caçula da família e ter apenas quatro anos de idade, eles sempre faziam tudo que ele pedia sem questionar, pois sempre saia uma boa surpresa.
Quando anoiteceu Pedro se reuniu com a família em torno de uma pequena fogueira no terreiro e começou a contar a historia de João, que era ele mesmo, depois ele disse que tinha que mandar aquele santo para o futuro para que João pudesse se casar com a sua amada, seus irmãos riram dele, seu pai disse que esse negocio de ir para o futuro ou voltar para o passado não existia, disse que o raio que quase o pegou é que o fez ficar inteligente, que ele não veio do futuro e que ele era Pedro o menino que sempre foi, e que o que ele estava dizendo era um absurdo e que não existia como fazer o que ele queria.
Pedro não respondeu, mudou de assunto e logo todos foram dormir. Pedro ficou pensando em como mandar aquele santo para o futuro, ele precisaria de uma maquina do tempo, mais isso não existe nem no futuro, então ele precisava ajudar ele mesmo e não poderia guardar aquela estatua até o ano 2000, pois ate lá já estaria morto, então ele teria que entregar aquela estatua a alguém que chegasse até la.
Pedro lembrou que o pai de João nasceu em 1950, e nessa data ele estará com um pouco mais de 50 anos, assim ele acabou dormindo já decidido o que iria fazer.
No dia seguinte estavam todos em volta da fogueira novamente, Pedro estava o tempo todo quieto. Seu irmão mais velho perguntou:
- Por que João estava tão quieto? Será que voltou para o futuro? Será que perdemos nosso irmão inteligente?
- Deixa de ser bobo rapaz (disse o pai deles) - Não vai dizer que você acredita nas besteiras que seu irmão falou?
- Pois se ele veio do futuro como disse, ele pode voltar novamente.
Pedro olhou para seu irmão e disse:
- Sabe que você tem razão eu não tinha pensado nessa possibilidade, eu tenho que resolver umas coisas já.
Pedro foi para dentro e trouxe uma daquelas pedras preciosas e disse para seu pai que aquela pedra tinha muito valor, e pediu para ele levá-la para ser avaliada. Seu pai disse:
- Isso não tem valor nenhum menino, pois ali próximo à cachoeira tem muito dessas pedras.
Pedro disse:
- Porque o senhor acha que o nosso primo queria tanto comprar o nosso sitio?
Seu pai disse:
- Tudo bem eu vou verificar, pois não tenho nada a perder mesmo e você sempre tem razão.
Pedro falou que tinha uma idéia de como mandar o santo para o futuro, mas o problema é que quando a pessoa que devera receber o santo nascer, ele vai estar com mais de 50 anos de idade, e como seu irmão havia dito, se ele voltar a ser como era antes, Como poderia entregar o santo para alguém que nem saberia quem é?
Seu irmão disse:
- Pedro, mas e o pai ou o avô dessa pessoa que vai nascer você não sabe quem é?
Seu outro irmão disse:
- Mas o que você esta dizendo? Até parece que você acredita em todas essas besteiras que nosso irmãozinho esta falando?
- Não é que acredito mano, mas não é de se duvidar também, pois como se explica o fato dele saber ler, escrever, falar, andar e até nadar sem ninguém ensinar, e tudo isso aconteceu de um dia para o outro e com uma criança de apenas quatro anos de idade, então acreditando ou não, nos devemos ajudá-lo, pois ele sempre nos ajudou.
- Tudo bem você tem razão, vou ajudar, mas que eu não acredito eu não acredito.
Pedro disse:
- Eu não sei quantos anos meu avô tinha, ou seja, o avô de João era filho caçula de um peão de boiadeiro, casado com uma índia e trabalhava em uma fazenda em Goiás.
- Mano qual era o nome do peão? Quem sabe podemos encontrá-lo.
- O do peão eu não sei, mas o filho chama João Severino.
- Então esse João Severino é seu bisavô?
- É, mas Goiás é muito longe não tem como chegar lá.
- Mas Pedro se aquelas pedras que você deu para nosso pai for valiosa nos podemos contratar alguns peões e formar uma caravana e ir até lá, pois aqui em nosso sitio tem muitas daquelas pedras nos podemos ficar ricos!
- Mas isso pode demorar, talvez não de tempo antes de chegar lá posso voltar ao normal.
- Da tempo sim, se você voltar ao normal antes, eu prometo levar o santo até esse João Severino o filho do peão boiadeiro, é só você me dizer o que fazer.
Pedro disse:
- Então vou explicar a todos vocês o que fazer se eu voltar ao normal antes. Vocês entregarão o santo para o peão e dirão a ele que o santo devera ser entregue para o neto de João Severino, e que esse santo deve passar para a geração futura até que um dia alguém ira pedir o santo e saberá quem mandou e por que. Se por um acaso o peão não acreditar, o que é bem possível, vocês digam que ele não tem nada a perder, e depois santo é santo não faz mal a ninguém.
- Mas você era o bisneto de João Severino.
- Sim mas esse santo deve chegar até meu pai.   
Todos foram dormir. No dia seguinte o senhor Paulo levantou cedo e foi à cidade, até o banco do governo e pediu que avaliassem a pedra o perito olhou a pedra depois entrou em uma sala, logo chamou o senhor Paulo e falou para ele ir conversar com o gerente do banco, quando ele entrou na sala do gerencia o gerente perguntou:
- Esta pedra é do senhor?
- É sim senhor.
- Onde achou essa pedra?
- No meu sitio la tem muitas delas, mas porque a pergunta?
É que essa pedra vale muito dinheiro, se o senhor tem muitas dessas no seu sitio como disse, então o senhor será um homem milionário.
Como senhor Paulo nem sabia o que era milionário, não se assustou e perguntou calmamente com seu jeito simples de homem da roça:
- Como eu faço mode vender todas essas pedras?
- Eu vou trazer uns documentos para o senhor assinar, depois mandarei o exercito para o local para que ninguém invada suas terras, o governo vai mandar mineradores para retirar as pedras e o senhor vai receber uma boa porcentagem de todas as pedras que forem retiradas de lá.
- Mas eu num assino nenhum dicumento sem meu fio caçula.
- Tudo bem o senhor será levado até seu sitio para buscar o menino.
Senhor Paulo que sempre andou em lombo de mula ficou admirado com tanto luxo que tinha no carro da época.
Chegando a casa chamou seu filho Pedro e disse:
- Pedro, o gerente esta dizendo pra eu assinar uns dicumentos que eu vai ficar mionáro, e eu pidi modo de busca ocê, modo di num sina dicumento errado, pois eu não sabe nem que isso mionáro.
Pedro olhou para os irmãos é disse:
- Vamos para Goiás!
E saiu correndo para o carro.
Chegando ao banco foram direto para a sala do gerente, quando o gerente viu Pedro perguntou se era esse o filho que tinha que acompanhá-lo para ler e assinar os documentos?
O senhor Paulo disse:
- É sim sinhô sem esse fio eu não faço nenhum negocio.
O gerente pediu para ele se sentar e colocou os papeis em sua frente para que ele assinasse. O senhor Paulo sentou colocou Pedro no colo e entregou os documentos para ele ler. O gerente vendo aquilo perguntou a idade do menino, quando senhor Paulo falou que ele tinha quatro anos, o homem perguntou assustado:
- Mas ele sabe ler?
- Não só sabe di le como sabe dize se um não um bom negocio, e dispois ele qui disse que essas pedras tinha valor, por mim seria uma pedra como qualquer pedra.
Após ler cuidadosamente os documentos Pedro disse para seu pai que estava tudo certo que ele podia assinar sem medo, é que pedisse para o gerente uma copia de todos os documentos.
No caminho para casa Pedro falou:
- Pai precisamos nos mudar daqui o quanto antes, pois o sitio ira ser inundado por todos os tipos de pessoas boas e más e será muito perigoso nos moramos aqui. E depois o governo vai controlar toda a retirada das pedras e nossa parte será depositada diretamente em nossa conta no banco, assim não precisamos nos preocupar com nada.
O senhor Paulo perguntou a Pedro aonde ele iriam morar?
Pedro aproveitou a oportunidade e disse:
- Pai vamos para Goiás, pois lá poderíamos criar gado, assim não teríamos muito trabalho e não vamos precisar de muitos empregados assim será mais fácil comandá-los e ganharemos um bom dinheiro.
Depois que os garimpeiros invadirão as terras, senhor Paulo vendeu todas as ferramentas do sitio e foram para Goiânia com muito dinheiro no bolso, lá ele comprou uma fazenda de gado de porteira fechada (com tudo pronto, com gado e empregados) Colocou seus filhos para tocarem a fazenda, as mulheres comandavam a fazenda e os homens viajavam em comitiva comprando e vendendo gado, Pedro cuidava da parte financeira e administrativa, contava com a ajuda de uma de suas irmãs, pois como ele só tinha cinco anos não podia assinar nada.
Sempre que seus irmãos chegavam de uma comitiva Pedro perguntava se eles haviam encontrado algum peão boiadeiro que tinha um filho chamado João Severino, mas a resposta era sempre negativa.
Dez anos se passaram, Pedro estava com quinze anos agora, e nada ainda de encontrarem o tal peão; certo dia seu irmão mais velho comprou uma boiada de um homem que morava em São Paulo, ele havia ganhado de herança e como não sabia lidar com gado e queria morar na cidade grande decidiu vender tudo, como não sabia o valor o irmão de Pedro comprou tudo por um preço bem pequeno, o problema é que a fazenda ficava do outro lado do estado de Goiás e iria demorar três meses de viagem só de ida para buscar o gado, então se reuniram quatro irmãos e dez peões boiadeiros e partiram em comitiva. Viajaram um mês em lombos de cavalos, cruzaram rios e invernadas, comiam arroz com charque, quando chegavam a um povoado eles comiam e dormiam em pousadas, após dois meses de viagem eles param em um bar, num pequeno povoado a beira da estrada para tomar uma bebida, havia um homem no balcão tomando pinga quando apareceu um menino na porta e disse:
- Pai, a mãe esta precisando de você lá em casa.
- Diga para ela que o pai já vai João.
O menino foi embora e o homem terminou de tomar sua pinga já estava saindo quando outro homem que estava sentado com um amigo disse:
- Já vai pra casa? A índia esta chamando?
Nesse momento os irmãos olharam uns para os outros.
O outro homem disse:
- Quando não se consegue mulher tem que pegar bicho do mato para se casar.
O homem que estava saindo olhou para eles e falou:
- Bem melhor um bicho do mato que é pura e fiel do que ficar com mulher de boate, que já passou pelas mãos de todos os homens da redondeza e por muitos viajantes também.
Nesse momento o homem que estava sentado se ofendeu, levantou-se sacando uma faca e foi em direção do homem que estava saindo e dizendo:
- Vou te dar uma lição para você aprender a não chamar a mulher dos outros de prostituta.
Ao ver que o homem estava desarmado, perceberam que aquele homem era o pai de João Severino que eles tanto procuravam, os quatros irmãos se levantaram e sacaram suas facas dizendo para o homem armado que era para ele se sentar, pois ali ninguém iria brigar.
O homem disse:
- Vocês não têm nada a ver com isso é melhor não se meterem.
- Há temos sim, e se algum dia vocês fizerem algo com esse homem, nos encontraremos vocês, podem ter certeza disso.
Nesse momento o homem que queria brigar voltou a se sentar.
Os irmãos saíram do bar junto com o homem, e perguntaram:
- A esposa do senhor é uma índia?
- Sim por quê? Vocês também acham que ela é bicho do mato?
- Não, não é isso é que nos estamos procurando um peão boiadeiro casado com uma índia já faz tempo, a mais de dez anos. Qual o nome do seu filho?
- Eu sou peão boiadeiro casado com uma índia e meu filho se chama João Severino, por quê?
- Porque nós temos um presente para o seu filho.
- Como vocês estavam me procurando a mais de dez anos para dar um presente para meu filho se nessa época ele não era nem nascido?
- Nós não sabemos como explicar, mas o presente é para ser entregue para o bisneto de seu filho.
- Um presente para ser entregue para o bisneto do meu filho? Vocês estão de brincadeira.
- Não é brincadeira não, isso é muito importante, por favor, aceita.
- Tudo bem então me de o presente que entregarei a ele.
- Não podemos, pois esta em casa lá em Goiânia e é muito pesado para carregar junto nas comitivas, nós estamos viajando há dois meses, então dois de nós ira voltar para buscar o santo, enquanto o resto continua a viagem.
- Santo?
- É o presente é uma imagem de Santo Antonio de um metro de altura.
- Bom então vamos comigo até a fazenda em que eu trabalho para vocês verem onde fica assim vocês conhecem minha mulher e meu filho.
Assim fizeram depois um dos irmãos e um peão voltaram para buscar o santo e Pedro, eles disseram ao homem quem em seis meses estariam de volta. Dois meses mais tarde, os dois chegaram à fazenda em Goiânia, o irmão de Pedro veio de longe gritando por ele, todos saíram da casa assustados, pois saíram quatorze pessoas em comitiva e retornaram apenas dois então ele gritou:
- Pedro achamos João Severino!
Pedro ficou muito feliz e suas irmãs disseram:
- Então existe mesmo esse João Severino, então é verdade, Pedro veio do futuro mesmo. 
O irmão de Pedro falou:
- Existe sim, é filho de um peão com uma índia.
O pai de Pedro perguntou:
- Quem é esse João Severino?
- É o dono daquele santo, devemos levá-lo até ele e eu irei junto.
- Por que ir junto Pedro? Quem vai cuidar das contas aqui?
- Pai eu ensinei a Maria como fazer ela sabe tudo, pois como eu já tinha dito, se eu voltar ao normal, outra pessoa terá que assumir meu lugar. 
Eles prepararam a carroça com alimentos, armas e munição, no dia seguinte os três partiram levando o Santo Antonio. Depois de dois meses de viagem eles já tinham feito mais da metade da vigem, pois estavam de carroça o que tornava a viagem mais lenta. Apareceram de encontro a eles quatro homens a cavalo, quando chegaram perto eles sacaram as armas e atiraram contra a carroça, acertando o primeiro tiro no irmão de Pedro que caiu de costa dentro da carroça esbarrando em Pedro que foi jogado para fora da carroça, Pedro ao cair bateu com a cabeça em uma pedra e ficou desmaiado, seu irmão e o peão ficaram feridos na carroça que saiu disparada sem rumo.
Quando Pedro acordou, ele não se lembrava de nada nem seu nome e nem o que estava fazendo ali, ele ficou horas sentado tentando lembrar-se de algo, mas não conseguiu, então levantou e começou a andar sem rumo certo, pois não sabia para onde ir, depois de caminhar muito chegou até um rio, resolveu seguir a correnteza na esperança de encontra alguém pescando, depois de caminhar muito pelo barranco as margens do rio pulando pedras e paus, passando por pastos, matas fechadas e clareiras, de repente no meio do mato ao sair de trás de uma arvore, ele se deparou com uma linda moça, loira de olhos azuis, cabelos longos e encaracolados corpinho de boneca que acabara de sair da água toda molhada completamente nua e com a luz do entardecer do sol refletindo em seu corpo perfeito.
Pedro ficou paralisado, não conseguia se mexer, suas pernas tremiam, seu coração estava saindo pela boca e seu pescoço estava duro. A moça olhou para ele e disse:  
- Você estava me espiando seu sem vergonha? Deixa meu pai saber disso, vê se tira o zóio de mim, vira de costa.
- Eu não consigo me mexer. Respondeu Pedro.
A moça que estava longe de suas roupas disse:
- Como assim não consegue? Então fecha os zóio.
Pedro fechou os olhos enquanto ela se vestia:
- Desculpa-me moça? Eu não sabia que você estava aqui, eu estou perdido, estou caminhando desde manhã pela margem do rio, estou com muita fome e cansado, não me lembro de nada nem mesmo o meu nome, eu esperava encontrar alguém pescando no rio para ver se alguém me conhecia, quando de repente cheguei aqui e vi você, e ai minhas pernas travaram meu pescoço endureceu, eu queria me virar, mas não consegui. Por favor, me perdoe? Eu não estava te espiando, peço, por favor, que me ajude.
A moça olhou para Pedro e viu que ele suava muito e que suas pernas tremiam então já vestida disse que ele podia abrir os olhos, e o ajudou a sentar-se, depois perguntou:
-O que aconteceu? De onde você vem? Como veio parar aqui?
- Não sei quando acordei estava com a cabeça doendo e com um galo enorme.
A moça pediu para ver e notou que tinha um pequeno corte, pediu para que ele a acompanhasse até sua casa, no caminho ela pediu para ele esquecer que tinha visto ela nua e que não contasse a ninguém. Pedro disse que jamais contaria a ninguém, mas que esquecer tanta beleza isso nunca.
Ela olhou para Pedro, mas não falou nada continuou andando, chegando a casa ela o apresentou par sua mãe e explicou o que estava acontecendo com Pedro. Sua mãe fez muitas perguntas a ele e Pedro não sabia responder, então ela deu algo para ele comer e esperou o seu marido chegar para ver o que iriam fazer. Quando o homem chegou sua esposa explicou para ele o que estava acontecendo. Ele conversou com Pedro e lhe fez muitas perguntas, se ele trabalhava na roça, se lidava com gado, etc. etc.. Pedro só respondia que não sabia que não se lembrava de nada, o homem pediu para ver as suas mãos Pedro mostrou e olhando-as o homem disse
- Pelo estado de suas mãos você nunca pegou no cabo da enxada e nem em corda, pelo jeito você nunca pegou no pesado, é rico ou é vadio.
- Você sabe ler e escrever?
- Eu não me lembro.
- Eu vou te dar uma tabua e um pedaço de carvão vamos ver se você sabe escrever.
- O que o senhor quer que eu escreva?
- Escreva seu nome.
- Mas eu não lembro meu nome.
- Então escreve o nome da minha família.
- Ta bom o senhor vai ditando que eu vou escrevendo.
- O que é ditando?
- O senhor vai falando os nomes que eu vou escrevendo.
- Então é dizendo não ditando.
- Não senhor, dizendo é quando senhor simplesmente fala, e ditando é para eu escrever.
- Então escreve ai, meu nome é Geraldo, o da muié é Helena e o da minha fia é Izabel, e o seu por enquanto vai ser José.
Como não tinha lápis nem caneta Pedro usou o pedaço de carvão para escrever, e mostrou para seu Geraldo dizendo:
- Pelo menos escrever e ler eu sei, mas não sei para que me servia isso.
- Pra mim não serve de nada eu não sei ler.
- Eu posso ensinar.
- Como não tem escola por aqui minha família não estudou; então você pode ficar aqui, mas terá que ensinar minha fia a ler e a escrever.
- Eu farei isso com muito prazer e prometo não incomodar.
- Mas se suas lembranças voltarem você não vai embora antes de minha fia saber pelo menos escrever o nome dela.
No dia seguinte Pedro levantou cedo, tomou café e foi até o terreiro e com o dedo escreveu no chão * Izabel * depois chamou a moça e pediu para que ela copiasse varias vezes, Izabel ficou com o dedo duro de tanto copiar, Pedro passou o dia ensinando ela a escrever seu nome, pois ele pensou que se ela mostrasse a seu pai que já aprendera a escrever seu nome ele ficaria muito contente, e assim teria mais confiança nele.
Assim aconteceu. Quando senhor Geraldo chegou Izabel correu mostrar o que tinha aprendido. O pai ficou muito contente ao ver que a filha já sabia escrever seu próprio nome, e disse a Pedro que ele podia ficar com eles enquanto estivesse ensinando sua filha a ler e escrever. Pedro ensinava Izabel todos os dias pela manhã, à tarde eles iam ao rio tomar banho, ele a ensinava a fazer contas enquanto a ensinava a nadar como não tinha outra roupa Pedro entrava na água de calça e ela usava uma espécie de pijama por baixo do vestido dai tirava o vestido para não molhar, depois de brincarem bastante Pedro pedia para Izabel ir embora para que ele pudesse tirar a calça e por para secar.
Pedro saiu da água tirou a calça e voltou a nadar tranquilamente. Quando Izabel chegou a casa sua mãe perguntou:
- Onde você estava?
- Estava no rio tomando banho mãe.
- Cadê o José?
- Ele ficou la no rio.
- Porque não veio com você?
- Eu vim antes para que ele pudesse tirar a roupa e por para secar, pois ele só tem aquela.
- Amanhã vou fazer uns calções para ele.
- Seria bom fazer calça e camisa também.
- Eu vou pedir a seu para comprar uma fazenda de pano para poder fazer mais roupas para ele, mas agora me ajuda a terminar a janta.
Logo José chegou já de roupa seca e em seguida chegou o senhor Geraldo, jantaram e foram dormir.
No dia seguinte todos levantaram bem sedo o senhor Geraldo foi para um sitio vizinho aonde trabalhava na roça, Izabel e José foram tratar dos animais, o senhor Geraldo tinha uma égua, quatro vacas, dois bezerros e um touro, tinha também um chiqueiro com três porcos alem de varias aves como galinhas, patos, marrecas, perus e gansos.
Izabel começou ensinado José a ordenhar as vacas, quando terminaram de cuidar dos animais já era hora do almoço. Apos o almoço forram para o terreiro estudar, nesse dia José ensinou Izabel o A B C. No fim da tarde foram novamente tomar banho no rio.
Chegando ao rio José ficou parado no barranco na beira do rio, enquanto Izabel desceu até a beira do rio tirou o vestido e perguntou a José:
- Você não vem?
- Vou depois, toma seu banho depois que você for embora eu tomo banho não quero molhar minhas roupas, pois já esta tarde e não vai secar.
- Você não quer brincar comigo hoje?
- Hoje estou muito cansado Izabel.
- Ta bom então, não vou demorar.
Izabel tomou banho saiu da água colocou o vestido e foi embora, quando chegou a casa sua mãe lhe mostrou o calção que acabara de fazer para José, Izabel pegou o calção e voltou ao rio. Chegando lá ela viu de longe que José não estava na água, então ela se aproximou bem devagar, quando chegou à beira do barranco avistou só a cabeça de José, ele estava encostado em uma arvore com a cabeça erguida e os olhos fechados e fazendo uns movimentos estranhos, ela chegou mais perto e viu o que ele estava fazendo e sem entender o que estava acontecendo ficou escondida olhando, até que José terminou e entrou na água, ai ela voltou para casa levando o calção de volta.
No dia seguinte fizeram toda a rotina do dia anterior novamente, levantaram sedo, ordenharam as vacas, tratou dos animais e Izabel o tempo toda calada, José estranhou, pois ela não ficava quieta estava sempre falando e brincado. Após o almoço José foi ensinar o A B C para Izabel, mas ela não estava prestando atenção e não estava aprendendo nada.
- O que esta acontecendo com você hoje Izabel?
- Nada.
- Você passou a manhã inteira estranha e agora não esta conseguindo aprender nada.
- Vamos pro rio?
- Agora? Mais ainda é sedo.
- É mas agora não estou com cabeça para aprender nada, depois nós estuda.
- Tudo bem acho que depois de um banho no rio você vai melhorar.
Chegando perto do rio Izabel pediu a José que ele fosse à frente para por o calção primeiro. José foi, tirou a roupa e quando pegou o calção para por, Izabel apareceu de repente dizendo:
- Espera um pouco José.
- O que você esta fazendo Izabel?
- Você não me viu sem roupa? Agora também quero ver você.
- Mas foi um acidente.
- Não importa tira esse calção da frente.
- Porque isso agora?´
- É que eu nunca vi um homem sem roupa.
- Quando você casar você vê.
- Eu quero ver agora!
- Ta bom já que você quer tanto.
- Mas esta diferente.
- Como assim diferente? Você não disse que nunca tinha visto?
- Ontem eu vi você fazendo aquele negocio estranho.
- Você viu?
- Vi e era bem maior. 
- É que eu estava pensando no dia em que te vi pela primeira vez, ai ele ficou diferente.
- Então vou tirar minha roupa para ver.
Izabel falou isso e foi tirando a roupa sem dar tempo para José reagir, ela não tirou os olhos dele nem por um segundo, José ao ver ela ali nua com um corpo perfeito em sua frente perguntou:
- Izabel quantos anos você tem?
- Não sei, mas minha mãe diz que quando nasci ela tinha minha idade.
- Izabel, você não faz idéia de como quero fazer amor com você.
- O que é isso?
José se aproximou dela puxou-a pela cintura encostado seu corpo nu junto ao dela e beijando-a com muita delicadeza, deitou Izabel no chão beijando-lhe e com as mãos acariciando cada centímetro de seu corpo, sentiu que a cada caricia Izabel tremia de desejo, ai ficou de joelhos entre as pernas dela e falou:
- É assim que você queria ver?
- Nossa é igual à de um cavalo!
José riu e disse:
- Então vem cá.
José a puxou pela cintura colocando seu membro junto ao sexo dela, fazendo movimento com ele de baixo para cima de cima para baixo, Izabel estremecia toda gemendo de prazer, José não estava mais agüentando e começou a penetrá-la, ela se afastou e disse:
- Esta doendo.
- Você não quer fazer amor comigo?
- Então isso é fazer amor? É igual aos animais.
- Mais ou menos isso.
- Tudo bem eu quero muito fazer amor com você, mas vai devagar que esta doendo um pouco.
- Mas já vai passar, dai fica muito bom você vai ver.
José se deitou sobre ela agora a beijando com mais intensidade, começou a penetrá-la novamente agora a segurando pela cintura com firmeza, até sentir que estava por inteiro dentro dela, Izabel deu um grito de dor, mas que logo se transformou em gemidos de prazer, ela o abraçava com força e pedia para ele não parar.
José sussurrou em seu ouvido:
- Meu amor é minha primeira vez, mas sinto que já fiz isso antes.
- Fica quieto, vamos fazer amor primeiro depois a gente conversa esta muito!
Enquanto faziam amor loucamente ali na beira do rio, José começou a ter lembranças de sua vida passada no futuro. Quando terminaram estavam exaustos.
José deitou-se ao lado de Izabel e falou:
- Lembrei o meu nome.
- É? E qual é?
- João.
- E como assim você se lembrou?
- Não sei, foi aparecendo coisas em minha mente enquanto estávamos fazendo amor.
- E o que mais você lembrou?
- Lembrei que estava andando de moto, e alguém gritou para que eu esperasse só isso.
- O que é moto?
- É como um cavalo com rodas e motor.
- Cavalo com rodas! Você esta maluco?
- Eu não vou te explicar você não vai entender.
- Então vamos fazer mais amor, quem sabe você se lembra de mais coisas.
- Você ainda quer mais?
- Mas é claro que sim é bom demais, vamos aproveitar à tarde, ou você não gostou?
- Bobinha eu adorei! Hoje mesmo vou pedir você em namoro para seu pai.
Após muitas horas fazendo amor loucamente na beira do rio, eles exaustos tomaram banho e foram embora, quando estava próxima de casa Izabel disse:
- João não fala nada com meu pai ainda, por favor.
- Por que não? Você não quer namorar comigo?
- Eu quero sim, mas se você falar com ele agora ele não vai mais deixar irmos tomar banho no rio juntos, e eu quero muito fazer mais amor com você.
- Não acha melhor falarmos com ele agora? Assim se acontecer alguma coisa ele já esta sabendo que estamos juntos e não vai ficar zangado.
- Mas o que pode acontecer para ele ficar zangado?
- Muita coisa pode acontecer meu amor.
- Mas nós não vamos mais fazer amor então?
- Vamos sim daremos um jeito pode deixar.
- Ta se você quer assim tudo bem.
Chegando a casa os pais de Izabel já estavam esperando eles para jantar. Enquanto jantavam Izabel contou que João tinha lembrado o seu nome, e ficaram se olhando de uma maneira diferente, o pai de Izabel notou que tinha alguma coisa diferente na maneira deles se olharem e perguntou:
- O que aconteceu? Porque vocês estão se olhando assim de maneira diferente?
João olhou para o homem e para Izabel e chegou à conclusão que a partir desse dia tudo seria diferente e que seria impossível esconder o amor que sentiam um pelo outro, e então resolveu falar com o senhor Geraldo para que eles pudessem namorar em paz, então João disse:
- Senhor Geraldo, eu tenho uma coisa muito importante para falar com o senhor, espero que o senhor me entenda, pois o senhor me acolheu e esta me ajudando e eu não tenho o direito de fazer nada que o senhor não permita, se for de sua vontade eu pego a estrada amanhã mesmo, tudo depende do senhor.
- Você esta me assustando rapaz fala logo o que tem para dizer.
- Senhor Geraldo não da mais para ficar aqui somente com amigo de Izabel, pois o que sinto por ela é mais que amizade, então eu aproveito o momento que estamos todos juntos aqui para pedir a mão de Izabel em namoro.
O homem olhou para Izabel e viu que os olhos dela brilhavam, e em seu rosto a expressão de felicidade era muito visível, olhou para João e viu que ele tinha os olhos fixos nele esperando uma resposta, então perguntou:
- Há quanto tempo vocês estão namorando?
- Nós ainda não estamos namorando, primeiro queremos a benção do senhor para depois começar a namorar se o senhor permitir é claro.
- Tudo bem, então eu dou minha benção a vocês, mas tem algumas condições.
Izabel ao ouvir que seu pai autorizou o namoro deles, levantou-se foi até seu pai dando-lhe um abraço apertado e um beijo dizendo:
- Obrigada papai.
- Mas como já falei tem algumas condições.
- Quais são essas condições?
- Vocês não devem ficar de agarra, agarra por ai, e também não poderão mais ir tomar banho no rio, pelo menos não sozinhos e terão que ser responsáveis pelos seus atos.
- Senhor Geraldo pode ficar tranqüilo, nós vamos nos comportar.
Assim começaram a namorar, sempre que tinha uma oportunidade eles namoravam um pouco, mas sempre próximo de casa, pois estavam proibidos de ir ao rio juntos, não podiam namorar com mais intensidade.
Passada uma semana Izabel disse:
- João eu não te falei que meu pai não ia mais deixar irmos ao rio juntos?
- Você esta com vontade meu amor?
- Você falou que daria um jeito.
- É eu sei, mas pensei que como seu pai trabalha o dia todo fora nós poderíamos dar uma fugida até o rio, mas com sua mãe te chamando a toda hora não Da.
- Eu sei como fazer.
- Como?
- Minha mãe se distrai quando esta costurando, eu vou pedir para ela fazer mais um calção pra você, e quando ela estiver costurando nós vamos ao banco perto do balanço, lá ninguém vê a gente e se ela chamar a gente escuta.
- Mas Izabel vamos fazer igual a bicho?
- Se fossemos bichos seria mais fácil, pois o touro pega a vaca no meio do pasto, o galo pega a galinha no terreiro e o cachorro que fica um tempão grudado com a cadela na porta de nossa casa e ninguém liga.
- Calma meu amor, não fica assim, nós vamos fazer isso, o problema é que se sua mãe chamar como você vai fazer para atender rápido sem que ela perceba?
- Vou tirar apenas a roupa de baixo ficando só de vestido.
- A é? Ai você sai correndo e eu fico de pau duro?
- Você termina com a mão.
- Que isso Izabel?
- Eu não sei João, só sei que parece que vou explodir se continuar assim!
- Ta eu vou apagar esse seu fogo, mas precisamos casar o quanto antes.
- Nós vamos casar?
- Vamos sim minha querida, só vamos esperar mais um pouco. Agora vai lá falar com sua mãe.
- Amanhã eu falo se eu falar agora ela já começa a costurar e não da tempo para a gente fazer nada.
No dia seguinte na hora do almoço Izabel disse:
- Mãe o calção do João esta muito sujo e não tem como lavar, pois ele não tem outro.
- Pode deixar hoje vou fazer outro para ele, dai você lava o que ele esta usando.
Após o almoço Izabel lavou a louça e foi para o terreiro estudar com João, depois de duas horas dona Helena chama:
- João vem cá.
- Deixa eu medir sua cintura para fazer um calção pra você.
Depois de ela tirar as medidas João saiu da casa, Izabel o pegou pela mão e o puxou até o banco. Eles foram logo fazendo o que queriam tanto fazer, João ficou assustado com o fogo de Izabel, mas estava gostando muito, quando Izabel estava quase no auge de ter um orgasmo, dona Helena chama:
- João.
- E agora Izabel? Eu não posso ir, ela vai ver o volume em minha calça!
- Você vai até o rio, que eu vou falar com ela e digo que vou te chamar, mas não faz nada com a mão, pois eu quero mais ainda!
- Mas eu já... Mas é maluca mesmo.
Izabel saiu correndo chegou à casa cansada e disse:
- Mãe o João foi até o rio tomar banho.
- Então vai lá tomar banho com ele, mas volte antes de seu pai chegar.
- Eu posso ir mãe?
- Pode sim.
Izabel saiu correndo feito uma louca, chegou ao rio junto com João.
- João a mãe disse que eu podia ficar aqui com você.
- Mas por quê?
- Não sei, ela disse para a gente voltar antes do pai chegar.
- Então vamos aproveitar.
- Mas você não fez com a mão fez?
- Não meu amor, quando sua mãe chamou eu já havia gozado.
- E agora?
- Agora? Vamos tomar um banho e começar tudo de novo.
No dia seguinte Izabel estava muito feliz, cantava o tempo todo, após o almoço Izabel foi lavar a louça, dona Helena pediu para João cortar um pouco lenha, e chamou Izabel até o quarto e disse:
- Filha você sabe como se faz filho?
- Não.
- João não te ensinou?
- Não, ele esta me ensinando a ler e escrever, mas vou perguntar a ele como se faz filho, ele deve saber.
- O que vocês fizeram ontem pode te deixar de barriga Izabel.
- Mas não fizemos nada.
- Quando você fizer novamente minha filha, você deve se lavar ou se limpar com um pano, para não acontecer o que aconteceu ontem quando você entrou aqui para dizer que ele estava no rio.
- Mas não aconteceu nada.
- Izabel, eu vi suas pernas, porque você acha que deixei você ir ao rio tomar banho com ele?
- Mãe eu estou apaixonada, não fala nada para o pai se não ele vai mandar o João embora e eu não vivo sem ele.
- Mas se você ficar de barriga?
- Ele disse que vai casar comigo o quanto antes mãe.
- Sendo assim podem ir ao rio quando quiserem, mas terão que casar logo.
Passando alguns dias João começou a estranhar o comportamento de Izabel, notou que ela estava sempre com fome, e na hora das refeições ela estava comendo mais; João quase certo que seria papai chamou Izabel e disse:
- Amor eu sei que faz pouco tempo que estamos namorando, não sei você, mas eu te amo desde a primeira vez em que te vi lá no rio, então não podemos mais ficar assim namorando escondido do seu pai, não está certo isso.
- Eu também te amo desde primeiro dia em que te vi, eu te amo mais que tudo em minha vida, se você me deixar eu morro João. 
- Quer casar comigo Izabel?
- O que?
- Quer se casar comigo? É isso que eu mais quero então você aceita casar-se comigo?
Izabel o abraçou, e beijando-lhe disse:
- Sim... Sim... Sim. Eu quero muito me casar com você meu amor. Vamos lá ao rio estou doida pra fazer amor com você, estou explodindo de tanta felicidade.
- Calma, vamos esperar um pouco, quando seu pai chegar vou falar com ele, depois que casarmos poderemos morar juntos ai faremos o que quisermos a hora que quisermos.
Quando o senhor Geraldo chegou Izabel estava ajudando sua mãe com o jantar e João estava cortando lenha, depois ele tomou banho e foram jantar; enquanto jantavam João ficava olhando serio para o senhor Geraldo, ele percebendo que João o olhava muito perguntou:
- O que foi João esta querendo me dizer alguma coisa?
- Sim senhor eu quero falar com o senhor, é sobre eu e Izabel, eu sei que faz pouco tempo que nós estamos namorando, mas o que sentimos um pelo outro é muito forte, e eu quero pedir ao senhor a mão de Izabel em casamento.
- João você me desculpa, mas isso eu não posso permitir, alias eu estava até pensando em falar com você para que vocês acabem com esse namoro. Pois eu me arrependi de ter dado permissão para vocês namorarem, porque eu não vejo futuro para minha filha com você, pois você João não sabe fazer nada, apenas sabe dar aulas e isso não é suficiente, porque não tem como ganhar dinheiro para manter uma família, depois você não tem diploma então não tem como dar diploma para seus alunos, você só pode dar aula aos pobres que não tem condições de pagar e nem de irem estudar na cidade. Por isso eu peço que você que saia de minha casa amanhã bem cedo, pois sei que se você ficar aqui vão continuar a namorar escondido e antes que algo aconteça é melhor que você vá embora.
- Mas senhor...
- Esta dito, não quero mais ouvir uma palavra sobre esse assunto.
Nesse momento Izabel levantou-se chorando e correu para seu quarto, João continuou jantando de cabeça baixa, e ninguém falou uma palavra ficou um silencio total, João terminou de jantar e foi dormir. No meio da noite Izabel foi até o quarto de João e o acordou e beijando-lhe disse:
- Meu amor eu não quero perder você, vamos aproveitar que meus pais estão dormindo e vamos fugir.
- Você nesse momento não pode ir comigo Izabel, você não pode fazer nenhum esforço e a viagem é longa, terá que ficar aqui com eles e cuidar de nosso filho até que eu volte.
- Mas que filho João? Nós não temos nenhum filho.
- Por favor, amor tenta entender, eu vou até a cidade conseguir meu diploma e me formar professor, com meu conhecimento os estudos não serão difíceis, ai eu volto para te buscar, eu prometo a você. Mas agora você não pode ir comigo, pois esta grávida terá que ficar e ter nosso filho sem eu estar por perto, juro meu amor farei de tudo para voltar o quanto antes, pode esperar.
- Eu grávida? Como você pode saber disso?
- Eu sei, entendo um pouco dessas coisas. Agora é melhor que você vá para seu quarto, por favor, meu amor sem discutir comigo, eu voltarei para você.
No dia seguinte João levantou-se bem cedo arrumou suas coisas e já estava saindo quando Senhor Geraldo o chamou e disse que era para ele pegar a égua para não ir a pé e lhe deu um pouco de dinheiro para que pudesse comer por uns dias, depois ele teria que se virar.
João montou na égua e sem dizer uma palavra seguiu rumo à capital de Goiás.
Quando senhor Geraldo voltou para casa dona Helena o chamou no quarto e disse:
- Geraldo se você não pretendia deixar eles se casarem, porque permitiu que eles namorassem?
- Eu não pensei que isso iria tão longe.
- Você lembra-se da nossa primeira vez?
- Lembro você foi até o quarto dos peões no meio da noite.
- Pois é eu tive que agüentar calada para não acordar os outros peões.
- Não adiantou nada, eles estavam acordados.
- Então meu velho, se nós arriscamos nossos pescoços você acha que esses dois sozinhos lá no rio não fizeram nada?
- Mas eu falei para eles não irem ao rio.
- Ta mas você falou isso para eles depois que João pediu nossa filha em namoro, e além do mais tem muito mato em volta de nossa casa.
- Mas o João não faria isso, não faltaria com respeito, não depois de tudo que fizemos por ele.
- Porque você acha que ele a pediu em casamento?
- Você acha que eles já?
- Se fosse você não teria feito nada?
- Eu não! Izabel ainda é uma criança.
- Geraldo quando Izabel nasceu eu tinha a idade que ela tem hoje, e olha que eu demorei a embarrigar.
- Você tem razão, e agora o que vamos fazer?
- Agora só temos mesmo é esperar que ele volte.
- Mas se ele não voltar?
- Ele prometeu a Izabel que vai voltar.
- Então vamos esperar.
Durante a viagem João fazia apenas uma refeição por dia, o dinheiro que tinha era pouco então só podia comer arroz com charque e só uma vez por dia, após quinze dias de viagem a comida acabou e o dinheiro também, mas mesmo assim ele continuou a sua viagem.
A fome era tanta que ele começou a delirar em cima da égua e acabou caindo, como estava muito fraco não conseguiu montar nela novamente e ficou sentado no chão sem saber o que fazer. Já sem esperança achando que iria morrer de fome ali mesmo sem ninguém para ajudá-lo ele deitou-se no chão e fechou os olhos para esperar a morte chegar, ao encostar o ouvido no chão ele ouviu barulho de trupe e reconheceu que era de boiada, então ele abriu os olhos e ficou sentado esperando que a boiada não passasse por cima dele. De repente um peão se aproximou, deu-lhe água e um bocado de farofa feita com charque. Ficaram por ali até que ele se recuperasse, passada umas duas horas João já estava bem melhor e pode se levantar e explicar para os peões o que tinha acontecido e disse que estava indo para Goiânia. Então o peão o convidou para acompanhá-los na viagem, pois estavam indo para aqueles lados e ele poderia comer junto com eles e ajudá-los com o gado. João seguiu viagens com eles, apesar de seus irmãos lidarem com gado ele nunca tinha feito isso, pois ele só cuidava da administração da fazenda, mas como não se lembrava de nada e nem sabia montar a cavalo direito teve que se esforçar para compensar as refeições diárias. Após quase dois meses de viagem eles chegaram a Goiânia, o chefe dos peões boiadeiros indicou para João a direção até a cidade e como ele tinha trabalhado muito bem ganhou um pouco de dinheiro também que daria para ele se manter por uns três dias.
Chegando à cidade ele foi direto para a escola, procurou a direção e disse que queria estudar, mas como ele não tinha nenhum documento e nem dinheiro para pagar as aulas não pode se matricular, ele insistiu muito, mas não teve jeito. Então ele ficou na cidade procurando emprego, foi até uma pensão e almoçou, depois perguntou ao dono se ele não tinha trabalho para ele, e falou que precisava estudar e não tinha dinheiro para pagar, mas sabia ler e escrever e queria dar aulas, mas não podia dar diplomas, pois não tinha nenhum documento. Tinha um homem tomando café e ouviu João falando e perguntou: 
- Rapaz, você sabe mesmo dar aulas?
- Sei sim senhor.
- Até que serie você estudou?
- Eu fiz o segundo grau, porque o senhor tem emprego pra mim?
- Eu sou professor e dou aulas particulares, e estou precisando de um ajudante, se você quiser eu farei um teste com você e se você passar poderá trabalhar comigo, não posso pagar muito, mas dará para você sobreviver.
João aceitou a proposta, o homem entregou a ele uma apostila escrita a mão com uma revisão de todas as matérias e pediu para João ler com atenção, e que depois iria dar-lhe uma prova para ele fazer. Bastou apenas uma olhada rápida para João se lembrar de tudo, quando o homem deu a prova ele respondeu tudo com total acerto, pois alem de ser questões do primário, aquilo para João já estava a quase cem anos ultrapassado.
O professor ao ver que ele não errou nada mostrou para ele um questionário com muitas questões e contou que dava aula a uns peões em uma fazenda e que eles viajavam muito em comitiva, e então ele explicava as matérias no pouco tempo em que eles ficavam em casa, e dai entregava o questionário para que eles estudassem durante as viagens e quando voltavam faziam a prova. João ao ver o questionário viu que as perguntas estavam todas já respondidas então ele sugeriu ao professor que ele desse somente as questões e não as respostas, para que os peões mesmo pudessem responder. O professor explicou que não poderia fazer isso, pois não tinha tempo para explicar as matérias direito, e assim eles não iriam conseguir responder nada. João então disse:
- Se o senhor permitir eu farei uma apostila com as explicações das matérias e com um questionário sem as resposta, eu garanto que o senhor vai gostar, e ai se o senhor aprovar poderá usar com seus alunos, eu farei uma bem rápido e se o senhor gostar faremos outras.
O professor concordou e entregou para João uns livros, papel e caneta e disse para ele não demorar, pois tinha muita coisa para fazer e não podia perder tempo. João fez uma pequena apostila com explicações das matérias e mostrou para o professor, ao ver o que ele tinha feito o professor disse que gostou, mas que ele teria que fazer várias apostilas e maiores com mais matérias, e que eles não teriam tempo para isso. João então lhe disse que se fizesse apenas uma apostila, pois como os peões ficavam muito tempo viajando eles poderiam copiar um do outro assim aprenderiam melhor.
O professor disse a João que ele tinha dez dias para fazer a apostila completa e que se desse certo ele usaria esse método com todos seus alunos.
João fez a apostila e mostrou para o professor e disse que só com o fato deles copiarem iram aprender tudo muito mais rápido. Assim fizeram, arrumaram o material e foram para a fazenda ensinar os peões, ao chegarem à fazenda João sentiu algo estranho, era como se já conhecesse aquele lugar, quando chegaram na porta do escritório da fazenda um rapaz que estava ali olhou para João e disse:
- Pedro! Pedro é você mesmo? Você voltou!
O rapaz o abraçou e depois saiu correndo e gritando:
Pai! Mãe! Venham ver o Pedro voltou!
Nesse momento saiu do escritório uma moça e abraçando João e chorando disse:
- Pedro, meu irmão você voltou, enfim a felicidade voltará a reinar em nossa família, depois que você sumiu só existia tristeza e desanimo por aqui, graças a Deus você esta de volta.
De repente chegou um homem tremendo e chorando muito, abraçou João que agora era Pedro e disse:
- Meu filho, não faz mais isso com a gente, de agora em diante você está proibido de sair de perto de sua família.
Ai o homem se virou e disse:
- Parem tudo! Hoje e feriado aqui na fazenda, matem um boi, vão buscar vinho e cachaça e tragam um gaiteiro também, hoje é dia de festejar, o meu filho voltou trazendo de volta a paz e a alegria para nosso lar.
Nesse momento os irmãos de Pedro o levantaram e sairão gritando:
- Viva Pedro voltou! Viva Pedro voltou!
E o levaram até a casa no quarto de sua mãe que estava doente, o colocaram ao lado da cama, ela chorando e sorrindo ao mesmo tempo estendeu a mão para ele e falou:
- Meu filho, você voltou para sua mãe, eu estava te esperando.
Pedro chorando abraçou sua mãe e mesmo não se lembrando de nada, mas sentindo que eles eram mesmo sua família disse:
- Mãe eu voltei e prometo que jamais abandonarei vocês de novo.
Depois ele abraçou seu pai e disse:
- Pai eu sinto que vocês são minha família, mas eu não me lembro de nada, por isso eu peço que meus irmãos se apresentem para mim, pois eu não me lembro deles.
Assim Pedro fez, foi abraçando um a um quando chegou ao ultimo que era o mais velho sentiu um arrepio, então ele olhou nos olhos do irmão e começou a se lembrar do tiroteio e do momento em que seu irmão levou um tiro. Então falou:
- Eu estou lembrando-se de você, o que aconteceu aquele dia? Quem atirou em você?
Seu irmão respondeu:
- Foram uns peões que nós impedimos que brigassem com o pai do seu bisavô o João Severino.
- E como você sobreviveu?
- Com o tiroteio o cavalo se assustou e saiu disparado, como não tinha ninguém guiando ele veio para aqui em casa; e você o que aconteceu?
- Primeiro me diz, onde está o santo?
- Nós entregamos o santo para João Severino e pedimos para ele entregá-lo a seu bisneto.
- Agora conta Pedro, o que aconteceu com você?
- Quando eu cai da carroça eu bati com a cabeça em uma pedra e desmaiei, quando acordei não me lembrava de nada, sentia uma enorme dor de cabeça e estava todo sujo de sangue, sai sem rumo segui um rio aonde encontrei uma moça, falando nisso eu preciso voltar lá, pois preciso me casar ela está esperando um filho meu, e eu prometi a ela que voltaria para buscá-la assim que tivesse condições de sustentá-la.
- Agora você tem condições Pedro, você é muito rico, você poderá ir buscá-la assim que se recuperar da viagem. Agora vamos festejar sua volta, depois preparamos uma comitiva para acompanhar você até onde está sua futura esposa.
Assim festejaram o dia e a noite inteira, no outro dia Pedro ajudou o professor a explicar a apostila para seus irmãos. Apos uma semana eles se prepararam para ir buscar Izabel.
Pedro ficou por dentro de toda a riqueza que tinha, chamou seu pai e disse:
- Pai eu não irei trazer somente a Izabel, mas também os pais dela, pois é uma família muito pobre e quando precisei eles me ajudaram mesmo sem saber quem eu era.
- Meu filho tudo que temos é seu, faça o que achar melhor.
Então partiram em nove pessoas, Pedro quatro irmãos e quatro peões, pois só assim seu pai permitiu que ele o viajasse não queria perde-lo novamente.
Em poucos dias de viagem encontraram no caminho uma boiada, ao ver o líder da comitiva Pedro o reconheceu era o peão que o havia ajudado quando ele estava quase morrendo de fome, então Pedro perguntou a ele para aonde estavam indo? Eles estavam indo para perto de onde Pedro estava indo, então ele disse:
- O senhor aceita nossa ajuda para conduzir o gado? Pois meus irmãos sabem lidar com gado e estamos indo para aquela região.
O peão respondeu:
- Sinto muito, mas não posso aceitar a ajuda de vocês, pois não tenho como paga-los, apesar de estar precisando e eu também não tenho como sustentá-los, pois a comida que tenho é pouca, poderíamos até dividir com uma pessoa, mas com nove não da, me desculpem, espero que vocês entendam. 
- Nós não queremos receber nada e também temos nossa comida, só iremos ajudá-lo a conduzir o gado, você não terá gasto nenhum com a gente.
- Pedro porque isso? Perguntou seu irmão.
- Esse é o homem que me ajudou quando eu estava quase morto, ele me alimentou e me ajudou a chegar até Goiânia.
O irmão de Pedro olhou para o peão boiadeiro e disse:
- Sendo assim meu senhor nós iremos ajudá-los e não cobraremos nada por isso, pois nós temos bastante comida e dinheiro e estamos indo para o mesmo lado e não custa nada ajudá-los com o gado.
- Sendo assim, seja bem vindos a minha comitiva.
Assim seguiram viagem, passaram-se alguns meses e chegaram ao destino da boiada, entregaram o gado e depois foram todos até uma boate, beberam e festejaram a noite toda. Pedro não festou muito, pois estava ansioso para reencontrar Izabel e conhecer seu filho.
No dia seguinte se despediram dos peões boiadeiros e seguiram viagem até a casa de Izabel ainda faltavam dois dias para chegarem lá, Já havia se passado um ano desde que Pedro tinha deixado Izabel, então seu filho estaria com três meses agora. Ao chegarem a casa, Izabel estava ajudando sua mãe na cozinha, a principio ela levou o maior susto ao ver aqueles homens a cavalo em frente da casa, mas logo viu Pedro, então suspirou e disse para sua mãe:
- Mãe é João! Ele voltou para me buscar.
E saiu correndo para encontrá-lo, Pedro já havia decido do cavalo ela o abraçou e disse:
- João meu amor você voltou, eu sabia que você ia voltar para me buscar.
Nesse momento o pai de Izabel apareceu na porta apontando uma espingarda para Pedro, então os seus irmãos e os peões sacaram suas garruchas e apontaram para o homem que ficou assustado com tantas armas na sua frente. Pedro ao ver aquilo olhou para eles e disse:
- Abaixem essas armas esse homem é o pai de Izabel meu futuro sogro.
Todos abaixaram as armas, menos o senhor Geraldo que olhou para Pedro e disse:
- Você desgraçou a vida da minha família! O que veio fazer aqui?
- O senhor que me mandou embora e não aceitou que eu me casasse com sua filha por não ter como sustentá-la, agora sou um homem rico e vim buscá-la e o senhor e sua esposa também, quero que venham morar comigo na minha fazenda lá em Goiânia.
Nesse momento o homem abaixou a espingarda e falou:
- Como é que você em menos de um ano ia comprar uma fazenda em Goiânia? O que você andou aprontando? Porque ninguém fica rico assim tão rápido.
- Eu encontrei minha família, meu pai é criador de gado e tem uma mina de pedras preciosas em Minas Gerais.
- Então isso explica você não saber lidar com enxada. Pois bem então entrem, venha conhecer seu filho, depois conversamos.
Pedro entrou correndo na casa, pegou seu filho que estava no colo de dona Helena o abraçou chorando, ergueu dizendo:
- Esse é meu filho, ele nunca passará fome ou sede, será um grande homem, nunca será humilhado e será um homem de respeito e respeitado por todos.
Pedro abraçou seu filho e a sua amada Izabel e disse:
- Senhor Geraldo prepare tudo, arrume a carroça e vem morar com a gente em Goiânia, lá o senhor e sua esposa não vão mais precisar trabalhar, e terá tudo que precisar será registrado como empregado da fazenda para poder ter direito a benefícios do governo, e receberá um salário sem ter que trabalhar mais na roça, a não ser que o senhor queira é claro.
- Mas João como você encontrou sua família? Você saiu daqui sem lembrar-se de nada, nem sabia se tinha família, será que você não esta enganado? Ou exagerando? Eu não quero me arriscar abandonando tudo assim.
- Senhor em primeiro lugar meu nome é Pedro depois não há engano nenhum eu me lembrei de tudo.
- Então tudo bem nós iremos com você, partiremos depois de amanhã para eu ter tempo de arrumar as coisas por aqui.
Três dias depois eles partiram para Goiânia, onde viveram muito felizes por três anos.
Pedro teve mais um filho, ele dividiu a fortuna de seu pai com toda sua família e dividiu a parte dele com sua esposa e seus filhos, pois sentia que a qualquer momento poderia voltar para o futuro.
Certo dia toda sua família estava reunida na beira do rio brincando na água. Pedro estava deitado na grama todo feliz, ele acabou dormindo, seu filho mais velho que agora estava com três anos, pegou uma caneca com água e brincando jogou a água no rosto de Pedro que acordou assustado dizendo:
- Ana, Ana, Ana.
Izabel correu até ele sem entender nada e perguntou:
- Pedro quem é Ana?
Ele não respondeu nada começou a olhar em volta dizendo:
- Ana, Ana.
E saiu andando sem rumo.
Izabel ficou desesperada e gritou chamando os irmãos de Pedro, que vieram correndo para ver o que estava acontecendo, quando viram Pedro disseram:
- Izabel o seu Pedro não existe mais ele voltou para o futuro, esse agora é o nosso irmão que voltou a ser como era quando tinha quatro anos de idade.  

ALMA IMORTAL PARTE III

No futuro João foi levado para o hospital após ter sofrido o acidente de moto, os médicos fizeram curativos e tiraram raio-x e viram que ele não tinha quebrado nada, mas ainda estava desacordado, esperaram ele acordar e depois perguntaram seu endereço, mas ele só falava:
Ele não respondeu nada começou a olhar em volta dizendo:
- De mamãe, de mamãe, de mamãe?
O médico vendo que ele não ia responder resolveu olhar seus documentos para poder entrar em contato com seus familiares, ao ver os documentos de João o médico ficou abismado, pois aquele rapaz ali parecia um doente mental, impossibilitado de qualquer responsabilidade, no entanto tinha todos os documentos até carteira de habilitação e pela assinatura tinha uma ótima caligrafia, então ele ligou para a família de João e comunicou o acontecido, e pediu para que a mãe fosse vê-lo, pois o rapaz só chamava pela mãe.
Enquanto sua mãe não chegava uma enfermeira resolver agradar o rapaz, pois ele chorava como uma criança pequena, ela começou a falar com ele para consolá-lo dizendo que sua mãe já estava vindo, ele parou de chorar e ficou olhando para ela, a enfermeira começou a fazer careta e ele começou a rir então ela notou que ele tinha todas as características de uma criança, então arrumou uns brinquedos e deu para ele se distrair.
Quando sua mãe chegou, ela olhou para ele assustada e disse:
- João meu filho o que aconteceu? Você está muito machucado?
Ao ver aquela estranha em sua frente falando sem para e ainda por cima com um cara feia, João sem entender nada, ficou assustado e começou a chorar. Sua mãe a ver aquilo perguntou ao médico:
- O que é isso doutor? O que aconteceu com ele?
- Não sei minha senhora, ele acordou aqui assim, chorando muito e chamando " mamãe, mamãe. "
Nesse momento chegou a enfermeira e começou a adular o rapaz. Depois que ele parou de chorar ela olhou para a mãe de João e disse:
- A senhora é a mãe dele?
- Sou sim, mas o que aconteceu com ele? Porque ele esta chorando assim desse jeito?
- Pelo que eu percebi ele está agindo como uma criança de mais ou menos dois ou três anos de idade, isso já aconteceu senhora?
Perguntou a enfermeira.
- Não não nunca, ele é um rapaz normal, ele trabalha de pedreiro tem estudos e vários cursos.
- Então ele deve ter batido com a cabeça, terá que fazer exames, mas por enquanto quando a senhora for falar com ele o trate como a senhora fazia quando ele tinha dois anos assim ele ficara mais calmo.  
Ana a namorada de João voltou para casa chorando muito e discutiu com o seu pai, disse que João tinha ido embora por culpa dele e se ela perdesse o namorado por causa dele nunca mais falaria com ele, 
Ai correu para o quarto, deitou-se na cama e chorou tanto que todos da casa ouviam seu choro e ficaram preocupados, sua mãe foi até o quarto bateu na porta, mas Ana não abriu, ela acabou adormecendo.
Quando acordou Ana pegou o telefone e ligou para João, mas ninguém atendeu, pois estavam todos no hospital. Depois de tentar em vão por mais de meia hora, Ana desistiu e voltou a chorar, sua mãe voltou a bater na porta,  ela se levantou abriu a porta e voltou para a cama, sua mãe sentou-se ao lado dela na cama e vendo seus olhos vermelhos de tanto chorar perguntou:  
- Você ama esse rapaz tanto assim?
- Mais que tudo em minha vida. (nesse momento o pai de Ana se encosta na porta do quarto e fica ouvindo elas conversarem). Mãe a senhora sabe que eu nunca fui namoradeira, os namorados que tive nunca significaram nada pra mim, mas o João é diferente ele é sincero, gosta de mim de verdade, é carinhoso, não é abusado e nem sabia que eu era rica, eu o amo demais.
Sua mãe então disse:
- Se é assim liga para ele minha filha, se ele te ama mesmo ele vai te entender.
- Eu já liguei varias vezes, mas ninguém atende, eu acho que ele não quer mais falar comigo, pois eu escondi dele quem eu sou de verdade e depois se ele ouviu o que o pai falou ele nunca mais vai querer me ver de novo.
- Mas minha filha se vocês se amam tanto, nada vai impedir de vocês ficarem juntos, nem que para isso você tenha de abrir mão do luxo que você tem aqui com a gente.
Nesse momento o pai que estava atrás da porta ouvindo tudo disse:
- Amanhã de manhã nós iremos a casa dele, eu falarei com ele e pedirei desculpas, já que ele é tão importante assim para você minha filha.
- Vamos agora: Disse Ana.
- Agora está chovendo muito e já é tarde, eles já devem estar dormindo, amanhã ele vai estar mais calmo, e você precisa dormir para ficar melhor, pois com esses olhos vermelhos como estão não é bom você encontrar-se com ele.
- Tudo bem; disse Ana, então iremos amanhã bem cedo.
No dia seguinte eles levantaram cedo, pai e filha conversaram bastante e se entenderam e foram para a casa do João, chegando lá bateram palmas chamaram, mas ninguém atendia, pois não havia ninguém em casa, o vizinho os vendo eles insistindo tanto, foi até eles e disse que estavam todos no hospital porque o rapaz tinha sofrido um acidente na noite anterior. Nesse momento Ana foi chorando para o carro, o pai dela agradeceu o vizinho e foi até o carro e disse para Ana:
- Calma filha, vamos até o hospital ver o que podemos fazer por ele.
- Ver o que podemos fazer não, temos que fazer de tudo por ele, para começar vamos tirar ele daquele hospital publico e levá-lo para uma clinica particular, afinal ele sofreu o acidente depois que saiu lá de casa, se ele não tivesse escutado nossa conversar, ele não tinha ido embora e nada disso teria acontecido, se algo ruim acontecer com o João eu jamais perdoarei o senhor.
- Não vai acontecer nada filha, vamos tirá-lo daquele hospital e cuidaremos pessoalmente dele.
Quando chegaram ao hospital a mãe de João estava sentada na sala de espera chorando muito Ana foi até ela chorando pegou em sua mão e perguntou:
- Como está o João? O que aconteceu? Porque a senhora está chorando tanto?
- Calma moça; disse a mãe de João. Ele está bem só perdeu a memória, não se lembra de nada do que aconteceu nos últimos vinte anos, meu filho agora é uma criança de três anos de idade, eu não sei o que fazer, pois não temos condições financeiras para fazer nada. 
- Não se preocupe com isso nós vamos tirá-lo daqui e vamos levá-lo para ser tratado pelos melhores especialistas, ele ficara bom logo.
Levaram João para uma clinica especializada, fizeram todos os tipos de exames, mas não descobriram nada, levaram ao psiquiatra tentaram hipnose, curandeiros, médiuns, mas foi tudo em vão e então desistiram, mas Ana estava todos os dias com ele, sempre o acompanhando onde quer que João fosse. A mãe de João todos os dias reunia um grupo de pessoas para fazer orações, eles rezavam em volta dele e resolveram falar com um padre para benzer João,
O levaram em uma igreja e ficaram orando enquanto o padre preparava a água benta em uma pequena tigela, João ficava olhando achando que o padre estava preparando algo para ele beber, o padre se aproximou de João e começou a orar ele fez o sinal da cruz em João, e molhou com uns bocados de ramos, nesse momento João abriu a boca achando que o padre ia colocar algo em sua boca, o padre molhou bem os ramos e espirrou água benta no rosto dele ele que não esperava aquilo levou um grande susto e caiu de costa, todos correram para levantá-lo, João olhou para todos e perguntou: 
- O que está acontecendo?
Olhou para Ana e perguntou:
- Ana o que está acontecendo? O que você está fazendo aqui? Porque estou em uma igreja?  O que estão fazendo comigo?
Ana abraçou João chorando, enquanto isso as pessoas oravam muito agradecendo a Deus e acreditando que tinha acontecido um milagre, então Ana disse:
- João, meu amor você voltou ao normal, você estava muito estranho meu amor, você não conhecia ninguém, não sabia falar nada só chamava por sua mãe e quando ela falava com você, você chorava como um neném parecia não conhecê-la, ninguém sabe o que aconteceu com você.
- É mais eu sei.
João se levantou e disse:
- Vamos para casa eu tenho algo para resolver.
Chegando em casa João foi logo perguntando para seu pai:
- Pai no passado foi entregue a um parente nosso uma imagem de Santo Antonio que era para ser passada de geração a geração até que o verdadeiro dono pedisse o santo, o senhor recebeu esse santo?
- Como você sabe disso? Eu nunca falei nada para ninguém sobre isso.
João todo contente perguntou ao pai?
- Então o senhor recebeu, onde está?
- Não meu filho eu não recebi, o meu pai entregou o santo para meu irmão mais velho.
- Mas era para entregar para o filho caçula, porque ele entregou para o filho mais velho?
- Não sei João, talvez ele se enganou e entregou para o filho mais velho.
- Mas Pai o senhor não era o caçula? Ele tinha que entregar para o caçula, onde mora esse meu tio? Vamos até ele, pois eu quero o meu santo.
- Meu irmão faleceu no ano passado, então ele deve ter entregado o santo para um dos seus filhos, mas eles moram em Porto Velho no estado de Rondônia e nós não temos a menor condição de ir lá agora.
João sentou no sofá, colocou as mãos no rosto e disse:
- Então todo meu esforço foi em vão.
Ana se abaixou em frente a ele e falou:
- Meu amor eu não sei o que está acontecendo, mas eu estou aqui para te ajudar no que você precisar, se é tão importante para você ir para Rondônia eu irei falar com meu pai e ele vai nos ajudar.
- Mas Ana seu pai não gosta de mim.
- João eu falei com ele e ele se arrependeu do que disse e resolveu aceitar nosso namoro, ele até ajudou a cuidar de você no hospital.
- Tudo bem meu amor, se ele me ajudar prometo pagar tudo assim que voltar, mas Ana tem uma coisa que você tem que saber, para você eu fiquei assim, estranho como uma criança por algumas semanas, mas para mim foram vinte anos sem ver você, e muita coisa aconteceu comigo nesse tempo depois eu explico tudo direitinho para você, primeiro quero ir buscar o meu santo.
Ana foi para casa toda feliz e contou para seu pai que João tinha voltado ao normal e que estava tudo bem com ele, só que tinha um problema. João voltou ao normal perguntando de um santo que o tataravô dele ganhou há quase cem anos atrás, que era para ser passado de geração em geração e deveria ser entregue ao pai de João, só que foi parar com um tio dele.
O pai de Ana disse:
- Então não tem problema nenhum e só ir a casa desse tio e pedir o santo.
- Ai que está o problema esse tio mora em Rondônia e ele não tem condições financeira de ir até lá.
- É esse o problema? Mas o que podemos fazer?
- Eu falei para o João que ia falar com o senhor para o senhor emprestar o carro para nós e um pouco de dinheiro para que possamos ir até la.
- Mas filha ele já voltou ao normal, não temos mais que ajudá-lo, já fizemos tudo que foi possível por ele agora ele tem que se virar sozinho.
- Pai o que fizemos por ele de nada adiantou, pois ele ficou curado na igreja e eu prometi ajudá-lo, depois ele disse que pagará tudo quando voltar. Nós precisamos ajudar é muito importante para ele fazer essa viagem.
- Mas filha você quer ir junto com ele?
- É claro! Pois quase o perdi uma vez não quero correr o risco de perdê-lo novamente, aonde ele for eu vou junto.
- Ana Rondônia fica muito longe, uma viagem dessas sai muito cara e é demorada, você meu anjo nunca ficou mais de dois dias fora de casa, e de carro até lá leva uns cinco ou seis dias só de ida.
- Não importa pai com ou sem a ajuda do senhor ele vai, e eu vou junto.
- Tudo bem então eu vou ajudar, não vou abandoná-la, mas para que você não fique fora muito tempo vou comprar passagens aérea para vocês dois.
- Pai não é só nós dois, o pai dele tem que ir junto para resolver o problema.
- Ta bom então que sejam três passagens de ida e volta, depositarei um dinheiro extra na sua mesada, está bom assim?
Ana pulou nos braços do pai beijo-o e agradeceu muito, depois correu ao telefone e ligou para João e contou que iriam de avião para Rondônia. João ao ouvir a noticia falou:
- Mas Ana, o santo tem um metro de altura e pesa mais de cem kilos, poderá dar problema para trazê-lo de avião, poderão desconfiar de alguma coisa e quererem quebrar o meu santo.
- Bom meu amor meu pai não quer que a gente vá de carro, pois é muito demorada essa viagem, vou falar com ele para ver o que podemos fazer.
- Ana já que seu pai vai nos ajudar, diga a ele que estou indo ai para conversar com ele assim ele entendera melhor a importância desse santo.
João desligou o telefone chamou um táxi e foi para a casa de Ana. Quando ele chegou ao portão daquela grande mansão, já tinha um segurança esperando por ele.
- Entra senhor João o senhor Gerson está lhe esperando.
Ao chegar à porta da casa o pai de Ana estava esperando e foi dizendo:
- Seja bem vindo rapaz, você nos pregou um grande susto, seja bem vindo em minha casa.
João cumprimentou o homem e disse:
- É eu fiquei sabendo que o senhor gastou um bom dinheiro comigo, mas eu vou lhe pagar tudo muito em breve.
- Você não tem que pagar nada só o fato de você estar fazendo minha filha feliz já me deixa muito contente. Mas mudando de assunto, minha filha disse que você tem que ir para Rondônia buscar um santo e que ele tem um metro de altura e pesa mais de cem kilos, de que é feito esse santo de chumbo maciço? Para pesar tanto assim.
João foi logo falando:
- Não senhor, o santo é feito de barro, mas está recheado de ametistas.
- Ametista! Então esse santo vale milhões; disse senhor Gerson assustado. 
- Sim senhor, e por isso é tão importante que eu vá buscar esse santo, pois com o que tem nele eu serei um homem muito rico e assim terei permissão do senhor para me casar com sua filha.
- Pois se é só para se casar com minha filha, você não precisa daquele santo, para mim não importa se você é rico ou pobre, estudado ou analfabeto, o que me importa é que você goste de verdade da minha filha, mas você há de concordar comigo que com minhas condições financeiras a possibilidade de alguém querer dar o golpe do baú é muito grande, e isso só iria fazer minha filha sofrer muito, mas esse não é o seu caso, pois quando vocês se conheceram e começaram a namorar você não sabia que ela era rica, só que eu não sabia disso por isso falei aquilo que você ouviu aquele dia em que você veio aqui, mas se você se colocar no meu lugar você vai entender. Agora eu acredito em você e farei de tudo para vocês ficarem juntos e serem felizes, você não precisa daquele santo.  
- Tudo bem senhor Gerson, desculpa a minha ignorância mas aquele santo me pertence e eu tenho que ir buscá-lo, além disso eu prefiro ter  minha independência pois se tenho como ser rico não quero ficar dependendo do senhor.
- Você está certo, eu vou mandar um caminhão para Porto Velho e quando ele chegar lá o motorista me liga dai vocês vão de avião e mandão o santo de caminhão e voltam de avião, assim fica mais fácil.
Enquanto o caminhão seguia viagem para Porto Velho João e seu pai se preparavam para a primeira viagem de avião. Antes de viajarem João ligou para seu primo que estava com o santo avisando que iria visitá-lo mas não falou nada sobre o motivo da visita.
Quando chegaram em Porto velho foram visitar todos os parente que lá moravam, foram ao cemitério visitar o tumulo do tio de João e por ultimo foram a casa do primo Marcos que estava com o Santo Antonio, foram muito bem recebidos pelo primo conversaram bastante tomaram café, então o pai de João falou:
- Marcos como você é o filho mais velho do meu irmão ele deve ter entregue a você uma imagem de Santo Antonio, você ainda tem ela?
- Porque?
- Por que meu pai fez confusão o santo era para ser entregue para o filho mais novo e ele entregou para o mais velho, e agora meu filho pediu o santo dizendo ser o verdadeiro dono dele, eu nunca tinha falado nada do santo para ele.
O rapaz olhou sério para o tio e disse:
- E como vou saber se o senhor não falou nada para ele sobre o santo? Afinal o senhor sabia da existência dele.
O homem olhou para João e depois para o rapaz, então João falou:
- Nós não temos como provar nada.
O rapaz olhou para João e perguntou:
- Qual é o nome do primeiro dono do santo?
- João Severino.
- E como ele conseguiu o santo?
- Uns peões boiadeiros entregaram para o pai dele entregar a ele.
- Tudo bem então eu acredito, esperem um pouco vou buscar o santo.
Quando o rapaz saiu João preocupado levantou foi até a porta olhou para Ana e o pai e pediu para eles esperarem do lado de fora.
O pai dele perguntou:
- O que está acontecendo filho?
- Pai o santo pesa mais de cem kilos não tem como ele trazer sozinho.
O rapaz volta rindo e com uma mala na mão diz:
- Eu sabia que vocês iam ficar com medo, mas não se preocupem só fui buscar essa mala que veio acompanhada do santo.
- Mas não existe mala, o santo estava sozinho!
- Você não sabia mas essa mala te pertence, senta aqui e abre ela, será o ultimo teste para saber se o santo é seu mesmo.  
João abriu a mala e nela havia muitos papéis e por cima tinha um envelope escrito ( Para João Carlos Severino ) então João abriu o envelope e nele tinha uma carta que estava escrita; ( João está carta pertence a você, mas nos outros papéis você não deve mexer devem ser entregue para sua mãe com as seguintes recomendações, ela não deve abrir, um dia alguém vai ligar para ela e dizer para ela abrir essa mala, quando isso acontecer você saberá o que tem dentro dela... Faça bom proveito do santo. Grata. )
Ao terminar de ler a carta João deu a carta ao primo, mas ele disse:
- Não João eu já sei o que está escrito ai.
João achou estranho, mas não disse nada. Chamou seu pai e Ana mandou chamar o caminhoneiro para pegar o santo, despediram-se do primo e foram para um hotel descansar pois tinham que viajar no dia seguinte bem cedo, no hotel João pediu três quartos um pra cada um. Ana achou estranho pois estavam sem namorar a vários dias achou que iriam ficar no mesmo quarto para ficarem juntos um pouco, mas João não tomou iniciativa nenhuma, Ana não falou nada.
Todos se acomodarão em seus quartos, tomaram banho, jantaram e foram dormir, quando João estava se preparando para deitar Ana bate em sua porta, João abriu a porta Ana entrou e começaram a conversar, Ana percebeu que ele estava estranho, não estava prestando muita atenção no que ela falava, então ela falou:
- João você está bravo comigo? Pois desde que você voltou ao normal não falou nada sobre o nosso namoro, mais quero que você saiba meu amor, eu te amo muito e que nunca, jamais vou desistir de você; o que está acontecendo com você João? Me conta meu amor.
João se aproximou dela, pegou em suas mão e disse:
- Ana minha querida e amada, para você eu fiquei estranho só por algumas semanas, mas para mim meu amor, se passaram 20 anos.
João contou-lhe toda a história desde o principio,
mas quando chegou na parte em que conheceu Izabel ele ficou em silencio pensando, " eu nunca mais irei ver a Izabel, pois voltei para o futuro que é meu lugar " nesse momento uma lagrima escorre por sua face ele se aproxima de Ana e a beija, Ana o abraça firme e deitando por cima dele começa a beijá-lo e a massagear o seu membro com sua vagina ate que João fica excitado, então ela tira o membro dele pra fora da calça puxa sua calcinha para o lado e o faz penetrá-la.
João vendo todo o tesão dela se anima deita por cima dela e sem tirarem uma peça de roupa fazem amor loucamente, depois tiram a roupa e dormem abraçados exaustos.
No dia seguinte acordaram bem cedo e retornaram para sua cidade, ao chegarem João foi direto para a casa de Ana conversar com o pai dela:
- Senhor Gerson, o Santo Antonio já está a caminho e assim que ele chegar vou começar os preparativos para me casar com sua filha.
- Eu já lhe disse João você não precisa do santo para se casar, se você quiser pode começar os preparativos agora mesmo, além do mais eu já preparei para vocês como presente de casamento uma ótima casa já toda mobiliada e faço questão de preparar a festa toda, pois a Ana é minha única filha e é o pai da noiva que da a festa, o noivo não deve se preocupar com essas coisas; portanto já que você faz questão de ficar rico deixa para fazer depois de vocês já estarem casados e morando em sua casa, vai ser melhor assim João, ai você não vai se estressar e fará tudo com calma.
- Tudo bem então senhor Gerson já que o senhor faz tanta questão assim faremos como o senhor desejar.
- Deixa os preparativos do casamento com a gente vocês só terão que assinar os papéis na igreja e no cartório, e convidar os padrinhos é claro.
João deixou tudo por conta deles, explicou os detalhes que ele queria em seu casamento, e foi para casa contar as novidades aos seus pais. João explicou para sua mãe sobre a mala que ela iria receber, disse que seu pai sabia de tudo e o que ela deveria fazer com a mala.
O dia do casamento chegou, foi tudo muito bonito, tinha muitos convidados, guloseima, churrasco, chope, champanhe e muitos fogos de artifícios, tudo feito ao ar livre em uma noite de lua cheia, céu limpo e estrelado, contrataram o melhor grupo de musica sertaneja do país e festejaram o casamento a noite toda.
No dia seguinte João e Ana estavam muitos cansados, pois já faziam quase 24 horas que eles não dormiam, então se despediram dos poucos convidados que ainda restavam, entraram em uma limusine branca e foram curtir a lua de mel em seu novo lar. Ao chegarem em casa João olhou para o Santo Antonio que ele tinha colocado no meio da sala e disse para Ana:
- Amor vamos quebrar esse santo?
- Você é quem sabe João.
João foi até o santo e o empurrou para trás, ao cair o santo quebrou em vários pedaços espalhando as pedras preciosas por toda a sala, Ana ficou de boca aberta, pois nunca tinha visto tantas jóias. João vendeu quase todas as pedras e se tornou milionário, resolveu ir para Goiás comprar uma fazenda de gado pois era o que ele sabia administrar. Ao chegar em Goiás João foi direto até a fazenda que era do seu pai no passado, pois queria ver se conhecia alguém, ao chegar no escritório da fazenda viu que estava tudo igual sentiu-se como estive em casa, mas não conhecia ninguém então perguntou a uma senhora quem era o dono da fazenda? A mulher chegou até ele e disse:
- O dono é meu avô, mas quem administra sou eu, porque?
- Qual é o nome do seu avô?
- Ele se chama Sandro.
- Posso falar com ele?
- Meu avô está muito velhinho não sei se ele poderá atende-lo, se o senhor esperar um pouco vou ver se ele está acordado.
A mulher entrou na casa grande foi até seu avô e disse:
- Vô tem um homem lá no escritório que insiste em falar com o senhor.
- Eu já estava esperando esse homem, traga ele até aqui por favor.
Quando João chegou até o velhinho ficou admirado, pois ele estava forte e lúcido e estava com 85 anos de vida. João chegou perto dele e seu corpo estremeceu, então João não se conteve e abraçou forte o velho, pois apesar dele ser 60 anos mais velho aquele senhor era seu filho; depois o homem olhou para João e disse:
- Eu sei que o senhor quer comprar a minha fazenda, mas eu não posso vender, como o senhor pode ver eu tenho filhos, netos e bisnetos e já fiz meu testamento dividindo tudo entre eles.
- Mas Sandro, eu cuidei de você no começo de sua vida e não pude continuar a cuidar de você, agora eu tenho a oportunidade de terminar, então eu quero que você venha morar comigo para que eu possa cuidar de você.
- Não se preocupe comigo, como já disse eu tenho filhos e netos que não vão me deixar desamparado , eu não posso vender a fazenda e não posso dar maiores explicações mas breve você entenderá tudo.
- Se você prefere assim, eu vou comprar a fazenda ao lado assim ficarei mais perto de você.
- O senhor faz o que achar melhor, enquanto isso você fica aqui em casa, minha neta vai te mostrar o seu quarto.
A neta de Sandro levou João até o quarto de hospede e depois foi falar com seu avô.
- Vô eu não entendi nada da conversa de vocês, mas me diga uma coisa, porque chamava ele de senhor e ele o chamava de você? Sendo que o senhor é bem mais velho que ele não deveria ser ao contrario?
Sandro explicou toda a história para a neta.
João ficou por ali por alguns dias, comprou a fazenda vizinha contratou funcionários de confiança de Sandro e voltou para casa, pois estava morrendo de saudades de sua esposa.
Ao chegar em casa foi recebido com muita alegria por Ana que se jogou em seus braços e disse:
- João meu amor eu tenho uma novidade para te contar.
Ana começou a passar a mão na barriga olhando para João.
João disse:
- Não me diga...
-       Digo sim.
- Um bebê?
- Sim um bebê.
João abraçou Ana e a beijando e girando ela no ar a pegou no colo e levou-a para o quarto, colocou ela na cama e beijando sua barriga disse:                  
- Este filho será nosso reizinho, prometo que ele não passará nenhuma dificuldade será respeitado por todos, será muito educado e inteligente e um dia se tornará o dono do mundo.
Ana toda feliz passava a mão nos cabelos de João que acabou adormecendo.
João montou o quarto do seu futuro herdeiro com tudo que uma criança sonha ter, e que ele não teve nas suas duas infâncias.
Enquanto o tão esperado herdeiro não chegava João trabalhou bastante, investiu parte de sua fortuna em ações, montou uma transportadora para facilitar o transporte dos produtos de suas fazendas e dos fazendeiros da região, comprou um prédio inteiro no litoral à beira da praia e mobiliou a cobertura para ele e sua família, comprou aviões, helicópteros e também varias fazendas de gados.
João sempre estava acompanhado de sua esposa, pois queria acompanhar de perto toda a gravidez de Ana. No oitavo mês de gestação, Ana passou mal e foi levada as pressas para a maternidade. Os médicos fizeram vários exames e concluirão que Ana teria que fazer uma cesárea o quanto antes, pois o bebê estava correndo risco de vida.
João estava na sala de espera andando de um lado para o outro muito aflito e preocupado com Ana e seu filho, os médicos vieram até ele e para poderem conversar com João tiveram que lhe dar um calmante, só assim pôde explicar o que estava acontecendo e o que iriam fazer, depois prepararam uma equipe medica para fazer a operação.
Ana sempre foi uma pessoa saudável, ia ao médico somente para fazer os exames de rotina, nunca quebrou nada nem mesmo se cortou, nunca precisou tomar anestesia pra nada. Então quando os médicos lhe aplicaram a anestesia, seu corpo reagiu mal, ela começou a tremer e seu corpo ficou todo vermelho e ela se batia muito, os médicos ficaram nervosos e começaram a ligar todos os aparelhos, nesse momento Ana parou, os médicos viram que os batimentos cardíacos dela havia parados, eles fizeram de tudo para reanimá-la, mas foi inútil, Ana teve uma parada cardíaca fulminante. Os médicos começaram então uma grande correria tentando salvar o bebê, pois Ana não tinha mais salvação, pois seu corpo já estava totalmente sem vida.
João estava na sala de espera vendo toda aquela agitação, de repente ele sentiu um arrepio que começou em seus cabelos então ficou em pé e seu corpo ficou todo arrepiado desde a cabeça até os pés, João ficou olhando para a porta da sala de cirurgia onde estava Ana, quando de repente ele viu Ana saindo com o bebê nos braços, e ela se aproximou de João chorando, olhou nos fundos dos seus olhos e sem falar nada começou a flutuar até o teto se transformou em uma nuvem branca de fumaça e desapareceu. 
João ficou em pé imóvel olhando para o teto, as lagrimas rolavam de seus olhos, ele não conseguia falar, nem se mexer nem mesmo pensar, sua mãe começou a chamá-lo e a mexer com ele pedindo para ele se acalmar, João abaixou a cabeça, olhou para sua mãe e disse:
- Minha vida acabou.
Os médicos operaram Ana na tentativa de salvar o bebê, mas foi tudo em vão, pois a criança também já estava sem vida, sairão da sala de operação tirando as luvas, olharam para João e nada falaram, João olhou para eles e perguntou:
- Doutor eu perdi minha esposa e meu filho também?
- Eu sinto muito tentamos de tudo.
João ficou transtornado, saiu correndo, entrou no carro e saiu dirigindo desesperado, não respeitava sinalização nenhuma, passava direto as preferências, nem respeitava os limites de velocidade na B.R, estava a mais de 200 km por hora, rapidamente ele chegou à praia, deixou o carro e saiu correndo pela areia na beira do mar, até que acabou caindo, e ali ficou por horas chorando deitado na areia. Quando se acalmou um pouco ele levantou e foi até um bar que tinha perto do seu apartamento, pediu um wisk, o garçom ao vê-lo com os olhos vermelhos, cabelos desarrumados e as roupas cheia de areia perguntou:
- O senhor tem dinheiro?
João abriu a carteira, retirou um bocado de notas altas e entregou a ele e disse:
- Melhor, me traga um litro de uma vez.
O garçom trouxe o litro e perguntou:
- O senhor está com algum problema? Posso ajudar?
- Não, só vou encher a cara porque acabei de perder minha esposa e meu filho no parto.
- Meu Deus! Eu sinto muito, vou deixar o senhor à vontade, qualquer coisa que precisar é só levantar o braço que virei atendê-lo.
João tomou toda a garrafa, ficou completamente embriagado, quando se levantou para sair quase caiu em cima do garçom, mas o garçom que estava de olho em João o segurou a tempo e perguntou:
- O senhor não acha melhor chamar um táxi para levá-lo para casa?
Do bar João podia ver o prédio onde morava, respondeu com a boca mole:
- Não obrigado eu morro naquele prédio. (e apontou para o prédio) 
- Então eu ajudo o senhor a ir até lá.
- Não precisa se incomodar comigo.
- Não é incomodo nenhum senhor, é um prazer, afinal o senhor começou e terminou de beber em meu bar, não vou fazer nada mais que minha obrigação.
- Tudo bem, se você pensa assim então vamos.
Chegando em seu apartamento João ficou na sacada olhando para o mar, depois sentou-se no para-peito da sacada colocou a cabeça sobre o joelho e começou a chorar muito pensando no que havia acontecido. "Porque isso está acontecendo comigo? Que pecado eu estou pagando? Sempre que estou feliz algo de ruim me acontece, quando eu estava feliz com Izabel e meus filhos, fui retirado de minha família, agora que eu estava feliz com Ana e meu filho eles foram retirados de mim" João acabou dormindo sentado no para-peito da sacada e sonhou que estava caindo em um abismo, quando acordou estava caindo mesmo do décimo segundo andar do prédio direto para a calçada.
Os vizinhos ao verem o acontecido ligaram para os para-médicos, rapidamente chegou helicópteros, viaturas de polícia e até mesmo a imprensa, os para-médicos logo constataram que João estava morto e levaram seu corpo para o I.M.L. Um amigo da família foi levar a noticia para os pais de João, ao receber a noticia o pai de João ficou desesperado, chorava e tremia muitos os amigos lhe deram água com açúcar para ele se acalmar um pouco, depois de chorar muito ele respirou fundo e disse:
- Eu tenho que me manter calmo, tenho que ser forte para poder dar essa noticia à minha esposa, só não sei se ela vai suportar, pois perdemos nossa nora, nosso neto e agora nosso filho, se eu perder minha esposa minha vida não terá mais sentido, só a morte poderá me consolar.
Ele foi para casa se segurando para não chorar e pensando como ele faria para dar a noticia a sua esposa; a mãe de João ao ver o marido ali sentado e calado perguntou:
- Querido você sabe onde está nosso filho João?
Ele olhou para ela e as lagrimas surgiram em seus olhos, nesse instante o telefone tocou, ela foi atender, mas ele com medo que fosse alguém dando a noticia antes dele correu até o telefone e disse:
- Deixa que eu atendo.
- Alo.
- Alo, é da casa do João?
- Sim quem deseja?
- Aqui é o Marcos de Rondônia, é o tio quem esta falando?
- Sim Marcos sou eu, e as noticias que tenho para te dar não são nada boas.
- O senhor já contou para a tia?
- Ainda não, não tive coragem ainda.
- Ela ainda tem aquela mala que foi junto com o santo?
- Sim, ela ainda não abriu.
- Então antes de dar a noticia diga á ela que é hora de abrir a mala, nela tem todas as explicações sobre a morte de João de um jeito que ela não sofra muito.
- Mas como você sabe disso? Você já abriu a mala?
- Sim eu abri e João sabia disso, pois na mala havia um envelope para mim explicando o que tinha que fazer, não sei como ele fez isso, mas ele dizia na carta que iria morrer e pediu para que eu ligasse nesse dia e nessa hora e falasse só com o senhor.
- Então eu não preciso contar nada para ela?
- Não tio, não precisa dizer nada a mala dirá tudo.
- Obrigada Marcos eu não sabia como dar a noticia a minha esposa, agora assim será mais fácil.
O pai de João se despediu do sobrinho e desligou o telefone. Sua esposa que estava ali perto perguntou:
- O que o Marcos queria? Que noticia é essa que você tem para me dar?
- Calma querida, primeiro vá buscar aquela mala que João lhe deu, é hora de abri-la.
- Não, o João disse que alguém iria ligar dizendo que era hora de abrir.
- Pois então esse alguém acabou de ligar era o nosso sobrinho Marcos, e ele disse que é para abri-la agora.
- Então vamos esperar o João para abrimos juntos.
- Não querida, João não vai mais voltar, vamos abrir a mala.
- Porque João não vai mais voltar? Onde ele foi?
- Abra a mala que você vai ficar sabendo onde ele foi.
Ela pegou a mala e abriu, nela havia um envelope grande com seu nome, ela abriu o envelope e nele estava escrito.
"Mãe a senhora não precisa se preocupar comigo, pois na verdade eu tive o privilegio de viver 25 anos a mais, hoje eu estou com 45 anos de idade, e nessa mala tem todos os relatos de minha vida, eu tenho eu tenho filho que mora em Goiás, ele entrará em contato com a senhora para lhe dar mais detalhes de minha vida, o nome dele é Sandro e no momento em que a senhora está lendo essa carta ele tem 85 anos de idade, ele tem os documentos de uma capela em um cemitério, onde eu e minha esposa Izabel estamos sepultados, eu peço para a senhora que fale com o senhor Gerson pai da Ana, quero que ele faça o sepultamento meu, da Ana e de nosso filho nessa capela. Mãe eu estou muito feliz aqui, pois tenho esposa, filhos e até netos no fundo dessa mala têm algumas fotos. Mãe eu quero que a senhora saiba que eu não pulei do prédio, eu apenas adormeci sentado no para-peito da sacada e sem querer acabei caindo, meu corpo morreu, mas minha alma não, por isso eu fiquei com dois nomes, pois tive dois corpos, no passado eu era Pedro João de Sousa e no futuro João Pedro Severino, mãe eu peço perdão por tê-los deixados, (peço a Deus que proteja vocês e que vocês me abençoem.)"
Ao terminar de ler a carta, a mãe de João olhou para seu marido com os olhos cheios de lagrimas e calmamente disse-lhe estendendo a carta:
- João caiu do prédio, está morto.
O homem pegou a carta assustado e perguntou:
- Como você sabe? Está escrito isso nessa carta?

ALMA IMORTAL PARTE IV

No passado quando os irmãos de Pedro disse para Isabel que Pedro voltou a ter quatro anos de idade, Isabel olhou para eles e disse:
Não falem besteira, isso não existe, vocês não podem acreditar em um absurdo desse, não perceberam que Pedro estava brincando?
Depois ela correu até Pedro, segurou-o pelo ombro e chorando começou a gritar:
Pedro pare com essa brincadeira, você não vê que esta assustando eu e as crianças?
Pedro olhou para Isabel fez um bico e começou a chorar como criança; nesse momento as crianças começaram a chorar e Isabel os pegou no colo e foi correndo para dentro de casa chorando.
Os irmãos foram até Pedro acalmar-lo dizendo:
Calma Pedro não tenha medo, nos não vamos deixar nada de mal acontecer com você.
Neste momento ele parou de chorar e perguntou:
De Ana?
Ana não esta mais aqui, agora você vai morar aqui. (responderam os rapazes já sabendo quem era Ana).
Eles levaram Pedro para dentro, explicaram para a mãe dele que ele voltou a ser como era quando tinha quatro anos de idade.
Ao ver sua mãe Pedro corre até ela e abraça forte e feliz dizendo-: Mamãe, mamãe.
Nesse momento chega o pai de Pedro e vendo aquilo pergunta:
O que esta acontecendo aqui?
rapazes explicam para ele o acontecido e o homem pasmo diz:
Mas como aconteceu isso? O tempo esta limpo, não choveu e nem caiu raios, isso não podia acontecer, pois precisamos dele para administrar a fazenda.
Nossa irmã cuida disso pai, agora nós precisamos pensar em como cuidar de Pedro, pois apesar de ter vinte e três anos ele tem o juízo de uma criança, ele não pode ficar sozinho porque apesar de ser uma criança ele tem o tamanho e a força de um homem e alcança qualquer altura, ele poderá fazer artes bem maiores.
Bom filho sendo assim Isabel devera cuidar dele, afinal ela é casada com ele e ele sempre disse que isso poderia acontecer.
É pai, mas Isabel nunca acreditou nisso e quando ela o viu daquele jeito ficou desesperada e não aceitou, pegou seus filhos e foi correndo para dentro de casa.
Eu vou falar com ela.
Ao Chegar na casa onde Pedro morava com Isabel os filhos e o sogro, o homem bateu na porta, e quem atendeu foi o pai dela.
Boa tarde senhor Luis.
boa tarde senhor Paulo, entre, estamos mesmo precisando conversar, o que aconteceu com Pedro e Isabel que ela chegou aqui, com as crianças no colo numa choradeira danada?
É sobre isso que eu vim falar senhor Luis, Pedro quando tinha quatro anos de idade ele não falava nem andava, isso nos deixava preocupados, pois toda criança começa a andar com um ano e nessa idade fala muito e Pedro com quatro anos só falava mamãe, um dia ele estava na beira do rio quando um raio caiu perto dele atirando-o para longe, e a partir desse dia ele passou, a saber, andar e falar e ate a ler escrever sem ninguém ter ensinado, ele tinha uma inteligência incrível, ele que deu a idéia de comprarmos esta fazenda, e, com cinco anos ele administrava isso tudo, mas ele sempre dizia que poderia voltar, dizia que era do futuro e se chamava João.
Isso é bobagem, ninguém vai para o futuro e nem vem para o passado, isso não existe.
A principio eu também não acreditava, mas não tinha como explicar o fato dele, em um dia ser um bebê babão e no outro saber ler e escrever e ate nadar sem ninguém ter ensinado, foi ele quem ensinou os irmãos a ler e escrever, ele quem impediu que minha chácara fosse roubada, foi ele quem disse que tínhamos uma mina de pedras preciosas na chácara, se não fosse Pedro ou João como ele dizia ser, nós estaríamos pobres e passando fome.
É senhor Paulo quando Pedro apareceu em minha casa ele não se lembrava de nada, mas sabia ler e escrever, então nos o chamávamos de professor, e quando ele se lembrou disse que se chamava João.
Pois é, agora Pedro voltou a ser o bebe babão de antes e precisa de cuidado especiais.
Neste momento Isabel sai do quarto com os olhos vermelhos e diz:
Pai o senhor não vai acreditar um uma bobagem dessa?
Filha nós podemos não acreditar nesta historia toda, mas devemos aceitar o fato de que Pedro esta com problemas, e não importa se isso seja verdade ou não, o que importa é que Pedro precisa de nós e devemos ajudar-lo.
Tudo bem pai, Pedro é meu marido e eu o amo muito e jamais irei abandonar-lo, irei cuidar dele com muito amor e carinho, mas jamais acreditarei em um absurdo desse.
O pai de Pedro disse:
Sendo assim eu vou trazer Pedro para vocês.
Pode trazer senhor Paulo, estaremos esperando.
O senhor Paulo foi para casa e pediu para que os filhos levassem Pedro para casa de Isabel, pois eles sabiam explicar melhor o que aconteceu.
Quando chegaram na casa de Isabel os rapazes explicaram o que aconteceu e depois se despediram e saíram, Pedro saiu atrás deles, então voltaram e disseram:
Não Pedro, você não pode vir junto agora você mora aqui.
Pedro fez um bico e começou a chorar. Os rapazes voltaram para dentro e acalmaram Pedro depois disseram para Isabel que ele não a conhecia por isso ela precisava reconquistar-lo, para ele pegar confiança e ficar com ela.
Isabel se aproximou de Pedro e começou a passar a mão na cabeça dele falando como se estivesse conversando com uma criancinha; Depois os rapazes saíram devagar e deixaram Pedro.
Isabel cuidava de Pedro com muita dedicação e carinho, dava banho, comida na boca, colocava para dormir, sempre que estava chovendo com muitos trovões e relâmpagos ela mandava ele ir para a casa do pai dele, depois da chuva os irmãos levavam Pedro de volta e davam a maior bronca em Isabel:
Você esta doida mulher? Quer matar seu marido? Não vê que nessa chuva ele pode pegar uma pneumonia?
Eu não estou louca! Vocês não disseram que ele ficou assim quando um raio caiu perto dele? Então eu mando na chuva para ver se cai um raio para ele voltar ao normal.
Isso não acontece assim, você não vê que se cair um raio nele pode matar-lo, depois ele voltou não foi com um raio, você precisa se conformar, Pedro pode nunca mais voltar a ser como era, você tem que ajudar-lo para que daqui a dois ou três anos ele possa falar e andar normalmente.
Isabel não disse nada, mas sempre que chovia mandava Pedro sair na chuva; então a família de Pedro passou a levar-lo para casa toda vez que chovia.
Assim eles viveram nessa agonia durante um ano.
Certo dia estava um dia lindo de sol, Pedro estava no terreiro brincando com seu filho mais velho que já tinha quatro anos de idade, de repente Pedro se levanta e sai em direção a casa de seu pai, seu filho saiu correndo atrás dele e passou uma rasteira, Pedro caiu com o rosto direto no chão, antes de chegar ao chão Pedro deu um grande forte e desesperado grito, todos ouviram e correram para ver o que aconteceu.
Pedro se levantou, olhou para seu filho, depois caiu de volta desmaiado.
Todos correram pegaram ele e levaram para dentro de casa.
Quando acordou Pedro abraçou forte Isabel e começou a chorar; Isabel tentou acalmar-lo, mas ele disse:
Amor me deixe sozinho eu preciso chorar um pouco, depois eu explico o que aconteceu comigo.
Ao ouvir Pedro falando assim, Isabel olhou para ele e disse:
Amor você voltou ao normal?
Eu voltei, mas por enquanto me deixe só, depois nós conversaremos, agora eu só quero chorar.
                Pedro virou apara o lado e soluçava de tanto que chorava.
                Isabel não entendeu nada, mas como Pedro voltou ela estava muito feliz, então ela saiu do quarto e deixou ele chorando sozinho.
                Pedro chorou por horas, depois se levantou tomou um banho e foi conversar com Isabel, ele com o rosto fechado, muito triste e disse:
Isabel eu não sei o que aconteceu aqui, mas como eu sempre disse que podia acontecer, aconteceu, eu voltei para o futuro e lá fiquei por dois anos, eu não gostei, pois estava muito feliz aqui com você e meus filhos, mas eu estava lá e apesar de não te esquecer jamais eu precisava continuar minha vida, pois eu não tinha esperança de voltar, afinal isso parece impossível e quando eu vim à primeira vez eu fiquei aqui por 20 anos e quando eu saí do futuro eu deixei um grande amor e com o tempo o meu amor por ela foi enfraquecendo e quando eu conheci você, meu amor por ela acabou, mas quando eu voltei para o futuro ela estava do meu lado, cuidando de mim, pois lá o tempo quase não passou, então depois de alguns meses eu casei com ela.
Então quer dizer que você não me ama mais?
Não é isso, eu jamais deixei de te amar mais você estava no passado então apesar de ainda te amar eu me casei com ela, pois eu á amava antes e seria mais fácil voltar a amar-la.
Quer dizer que qualquer dia você pode voltar para o futuro e ficar com ela lá e comigo aqui?
Não isso não é mais possível, pois ela morreu durante o parto do meu filho.
O quê, Você teve um filho com ela?
Não ele não sobreviveu ao parto.
 Há, eu sinto muito. Perdoe-me, você sofrendo e eu aqui pegando no seu pé; Me diga o que aconteceu com você, será bom desabafar, eu prometo não dizer nada.
Pedro contou toda a história para Isabel, no final quando ele disse ter caído do prédio Isabel disse:
Quer dizer que você morreu no futuro.
Não, eu não morri, só meu corpo morreu, mais a alma é do verdadeiro Pedro, que pertencia a esse corpo.
Então você não vai mais voltar para o futuro?
Não, eu acredito que não.
Isabel não disse nada, a respeito do sofrimento de Pedro, mais era visível a felicidade em seu rosto.
Pedro percebeu mais não disse nada, pois entendia a felicidade de Isabel, levantou e abraço os seus dois filhos, Sandro e Carlos. Depois foi até a casa de seus pais abraçou seus irmãos e disse que não iria mais ficar mudando de jeito de ser, e iria ser daquele jeito para sempre.
Pedro pediu para seus irmãos localizarem João Severino, depois contratou alguém para sempre dar notícias do paradeiro dele, comprou uma mala e tirou varias fotos de sua família e escreveu várias cartas sobre a sua vida, sobre sua esposa e seus filhos teve mais quatro filhos, dois meninos e 2 meninas, quando a mala estava cheia, ele escreveu uma carta para seu primo do futuro o que iria acontecer o dia e a hora para ele ligar para os seus pais para eles abrirem a mala, depois ele entregou a mala para João Severino para ser entregue junto com o Santo.
O tempo passou, o pai, mãe, sogro, e sogra de Pedro ficaram velhos e faleceram, as heranças foi dividida entre 17 irmãos, um dos irmãos virou padre e doou sua parte para a Igreja. Outro foi morto pelo 7º irmão por causa do namorado. O 7º irmão estava preso e outro irmão pegou sua parte da herança e foi para o Rio de Janeiro viver com um homossexual, dois irmãos e duas irmãs ficaram morando na fazenda junto com Pedro, os outros casaram e foram viver com seus maridos e esposas.
Os filhos de Pedro, apesar de serem ricos um decidiu ser cantor e outro jogador de futebol, suas filhas, uma se casou com um americano e foi morar nos Estados Unidos, a outra com um pescador e foi morar na praia; Apenas Sandro decidiu ficar morando com a esposa e filhos na fazenda com Pedro.
Nesse tempo Pedro estava com 40 anos de idade quando Sandro resolve que iria ficar na fazenda Pedro chamou para conversar e disse:
Sandro eu já sabia que você iria ficar aqui, pois você será o dono disso tudo.
Mais não é por isso que fiquei.
Eu sei filho, mais você cuidará para que essa fazenda não seja vendida, eu vou explicar; No ano de 2005 eu vou querer comprar-la de você e você não deve me vender.
Que isso papai, 2005 eu estarei com 85 anos e o senhor com mais de 100 anos, nem eu nem o senhor estaremos vivos em 2005.
Eu não, mais você estará vivo, forte e lúcido.
Sê o senhor não estará vivo como vai quere comprar a fazenda?
Você sabe o que aconteceu comigo quando você era pequeno.
Sei sim o senhor ficava indo para o futuro, mais o senhor vai me desculpar mais isso eu não acredito.
Tudo bem não precisa acreditar, mais quando você tiver 85 anos de idade, um jovem vai aparecer aqui, sua neta ira trazer-lo até você, ele vai querer comprar a fazenda e você não deve vender.
Esta bem papai, se isso acontecer eu irei me lembrar.
Tem mais filho, eu vou para o sul e comprarei um terreno no cemitério e construirei uma capela onde você ira sepultar sua mãe e seu pai, e quando esse jovem falar com você nove meses depois ele a sua esposa e o filho deles irão morrer e eu quero que você fale com os pais deles para sepultarem na mesma capela.
Que absurdo o senhor esta dizendo pai.
Pedro contou toda a história para Sandro e explicou o que deve fazer.
Sandro disse:
Tudo bem pai eu não acredito nisso mais se eu chegar aos 85 anos se acontecer o que o senhor disse farei o que pediu.
Pai me diga uma coisa, o senhor sabe quando o senhor vai morrer?
Não filho, eu não sei, pode ser amanhã ou depois ou pode ser daqui a 40 ou 50 anos, quando eu me encontrar com você no futuro, você estará sabendo mais não deverá me dizer.
Sei pai, é para não alterar o seu destino.
É isso ai filho.
Pedro viajou para o sul, fez a capela e depois voltou e ficou curtindo a família, ele sempre ia nas casas de seus filhos, certo dia ele foi à casa de sua filha em 1955 na praia, era um dia de tempo fechado o mar estava muito agitado, Pedro ficou em cima de uma pedra olhando para o infinito do mar, lembrando de Ana, quando de repente uma onda muito forte bateu na pedra atingindo Pedro e atirando-o ao mar.


ALMA IMORTAL PARTE V


No futuro o pai de João ao ler a carta disse:
Quer dizer que nosso filho não morreu?
Nós perdemos nosso filho de qualquer jeito, não importa se ele foi para o passado ou não, mas vamos falar com o Sr, Gerson e fazer o que nosso filho pede.
Os pais de João levaram a carta até o Sr, Gerson que ao ler disse:
Se for como esta escrito aqui nós faremos o velório dos três juntos aqui e esperamos este Sr, Sandro aparecer.
Eles prepararam o velório dos três juntos, mas não marcaram o sepultara; Durante o velório, a mãe de João viu um senhor idoso chegando em um táxi com uma pasta nas mãos, então ela já imaginou se tratar de Sandro filho de João, ou seja, Pedro; Então ela se aproximou dele e disse:
Sr. Sandro?
Sim eu vim realizar o desejo de meu pai.
A mãe de João encaminhou Sandro até o pai de Ana para tratar dos detalhes da adoção do tumulo, depois Sandro foi até o caixão de João colocou a mão sobre o corpo dele e disse:
Pai eu já chorei a sua morte há muitos anos, não irei chorar novamente.
Depois ele foi conversar com os pais de João, a sala que estava cheia de gente virou um grande ti, ti, ti, pois ninguém entendeu porque um velho chamou um rapaz de pai.
Fizeram o sepultamento, depois Sandro se despediu da família e disse que viria visitá-las no dia 02 de novembro (finados).
O tempo passou o dia de finados chegou e Sandro junto com o pai e a mãe de João foram para o cemitério orar por João,  Ana, Pedro, Isabel e o bebê, ao chegar na parte da capela onde os 05 estavam sepultados eles viram no fundo da capela uma pequena imagem de Santo Antonio toda em vidro, então eles olharam um para outro depois olharam em volta para ver se conhecia alguém eles viram na parte alta do cemitério um homem muito bem vestido com terno e gravata com uma capa preta e com as mãos nos bolsos olhando para eles e sorrindo.

Fim


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DEVAIR S. BRAZIl