ALMA IMORTAL
Esta é a história de um jovem que
viveu em 2 corpos; Viveu como João de 1980 a 2005, e também como Pedro de 1903
a 1955, sua alma trocava de corpo com um menino de quatro anos de idade.
Pedro nasceu em 1899 e faleceu
com 04 anos de idade em 2005 no corpo de João.
João nasceu em 1980 e faleceu com
56 anos de idade em 1955 no corpo de Pedro.
ALMA IMORTAL PARTE I
João trabalhava em uma grande empresa de construção
civil como pedreiro, ele fumava e bebia muito, mas era muito esforçado e um bom
profissional, tinha muita sorte em jogos, mas só nos jogos de pequenos valores,
só que no amor era um desastre, não tinha jeito com as mulheres era muito tímido
e ainda não havia encontrado uma mulher que lhe interessasse de verdade.
Ele morava em uma pequena casa de madeira, simples, mas bem cuidada, tinha
quatro cômodos sem sala. João era o filho mais velho, tinha vinte e três anos,
só ele e o pai trabalhavam os outros irmãos só estudavam. João já tinha
terminado o segundo grau, mas com o dinheiro que ganhava não dava
para pagar uma faculdade. A empresa em que João trabalhava entrou em crise
e ele foi demitido. João pegou o dinheiro que recebeu da empresa e comprou uma moto,
pois era o que ele mais queria, não tinha habilitação, mas sabia dirigir e a
pilotar moto muito bem havia aprendido com seus amigos. Seu primeiro e grande
passeio de moto foi ir a uma pequena cidade onde havia uma rota de cachoeiras
com quatorze quedas d’água, foi sozinho, pois não encontrou ninguém que fosse
com ele. Chegando lá João ficou deslumbrado com tanta beleza natural, subiu a
trilhas passou por todas as cachoeiras e ficou quase uma hora na ultima
cachoeira que era a mais alta e a mais bonita, ele foi o primeiro a chegar lá
em cima, pois não tinha ninguém. João percebeu que alguém se aproximava, mas
não conseguiu ver nada devido á neblina das cachoeiras, então resolveu descer a
trilha para comer algo na lanchonete que tinha lá em baixo, quando estava descendo
ele viu uma mulher de biquíni com um shortinho bem coladinho, ela tinha os
cabelos lisos não muito longos, João vendo aquelas costa linda pensou (espero
que a parte da frente seja tão linda como a de trás) ela estava descalça e
descendo bem devagar se segurando nos galhos, quando de repente escorregou e
caiu. João aproximou se dela segurou-a pelo braço e a ajudou a se levantar
perguntando se tinha se machucado, a moça olhou para ele, pensou um pouco e
disse que tinha torcido o tornozelo, João a abraçou e a ajudou a descer até a
próxima cachoeira onde ele lavou os pés dela enquanto ela se lavava, pois
estava com o corpo todo sujo devido à queda, enquanto lavava os pés dela ele
ficou olhando para o rosto da moça, então ela perguntou:
- O que esta olhando?
- Quer casar comigo?
- Mas eu nem te conheço nem sei seu nome e nem você o
meu, e você já quer casar!
- Meu nome é João e o seu?
- O meu é Ana.
- E agora já podemos nos casar?
- Calma primeiro temos que nos conhecer melhor para
ver se podemos namorar, depois se der certo talvez podemos até nos casar.
Ana pediu para que João a ajudasse a descer a trilha,
pois seu pé estava doendo muito. Ele a segurou pela cintura, e ela saiu pulando
com um pé só, antes de acabar a descida ela parou e pediu que ele fosse buscar
ajuda, pois não estava mais agüentando andar assim, então João a pegou no colo
e continuou descendo, ela disse
- Você não vai agüentar me levar até lá em baixo.
Ele respondeu:
- Quando eu não agüentar mais eu desço para buscar
ajuda.
Enquanto levava ela no colo ele pediu o numero do
telefone dela, mas ela se recusou a dar e pediu o dele disse que depois ela
ligaria.
Havia uma lanchonete em um estacionamento próximo a
primeira cachoeira, onde estavam os pais dela, ele a colocou sentada em uma cadeira,
os pais de Ana ao ver aquilo ficaram preocupados e foram até eles perguntar o
que ouve, enquanto ela explicava o acontecido João foi até o balcão da
lanchonete, pediu gelo para por no tornozelo dela e aproveitou para anotar seu
telefone em um papel guardanapo.
O pai da moça a pegou no colo e levou-a até o carro
dizendo que ia levar-la ao hospital, João embrulhou o gelo em sua camisa e
disse para ela colocar no tornozelo para amenizar a dor, junto entregou o
numero de seu telefone.
João foi para casa sem camisa por sorte estava de
jaqueta.
Passou uma semana e ele não tirava aquele lindo
rosto de seus pensamentos, já tinha até perdido a esperança de revê-la
novamente.
No sábado á tarde ela ligou, eles marcaram de se
encontrar no centro da cidade.
Encontraram-se conversaram melhor e começaram a
namorar, eles sempre se encontravam em uma praça na zona leste da Cidade, uma
praça grande tinha vários canteiros de flores, muitos brinquedos aonde sempre
tinha muitas crianças brincando.
Agora namorando João resolveu tirar a carteira de
habilitação, pois não queria passar vergonha quando fosse parado pela policia.
Da praça eles iam a rios e praias e quando chovia
iam ao cinema, shopping, museu etc. Na praia sempre procuram ficar em um lugar
mais calmo com pouco movimento para poderem namora.
Nos rios eles tomavam banho e depois iam para um
lugar mais distante, estendiam uma toalha na grama e ficavam olhando as pessoas
brincando no rio, João ficava olhando Ana deitada na toalha e acariciava seu
rosto dizendo:
- Que coisa mais linda você é, até parece que estou
sonhando, não quero acordar desse sonho nunca.
- Então aproveita esse sonho e me beija.
Eles ficavam a tarde toda namorando , quando
percebiam já estava anoitecendo, colocavam as roupas e montavam na moto e
voltavam para a praça aonde se despediam e cada um ia para sua casa, no dia
seguinte faziam a mesma coisa.
Ana sempre percebia que João ficava excitado, pois
dava para ver o volume em sua sunga, isso a deixava muito excitada, mas ela não
deixava que ele notasse que ela tinha percebido, pois apesar de desejá-lo muito
tinha que esperar ele tomar a iniciativa, mas o tempo foi passando o verão
estava acabando e nada de João ir alem de caricias. Uma tarde na beira do rio
Ana já estava ficando impaciente não estava mais agüentando de tanto desejo,
ela o beijava suspirando deslizava seu corpo sobre o dele demonstrando todo seu
desejo de se entregar por inteira a ele, então João se levantou olhou em volta
e disse:
- Já esta tarde não tem mais ninguém no rio acho que
é melhor irmos embora.
- Vamos ficar só mais um pouquinho.
- Se eu tivesse dinheiro te levaria a um motel.
- Pra que motel se estamos sós nos dois aqui?
João encostou-se em uma arvore e puxou Ana pela
cintura colando seu corpo ao dela beijando-a com muito desejo, suas mãos
deslizando por seu corpo, desamarrou o biquíni dela, tirou sua sunga e começou
a beijar-lhe dos pés subindo lentamente ate sua boca, Ana gemia de prazer seu
coração estava disparado, ele a pegou pela cintura suspendeu, Ana prendeu-se a
ele com as pernas é o beijava com muito desejo, João foi soltando ela bem
devagar deixando escorregar sobre seu corpo, quando Ana sentiu o pênis de João
querendo entrar nela ela segurou no pescoço dele e se ergueu, João a segurou
com mais força e com firmeza a puxou de volta, ela gemeu forte e disse:
-Amor vai com calma esta doendo sou virgem.
- Era meu amor já foi todo.
- Agora quero mais não vamos parar só vai com calma.
João segurado ela pela cintura sem sair de dentro
dela deito-a sobre a toalha ele fazia movimentos leves pra frente e para traz
enquanto Ana arranhava-lhe as costas, ele mordia de leve seus seios beijava seu
pescoço seu ombro enquanto os movimentos iam aumentando cada vez mais, gozarão juntos,
ficaram ali deitados corpos suados coração acelerados, escureceu as estrelas
surgiram e junto apareceram os mosquitos , quando João percebeu estavam todos
picados de pernilongos, vestiram-se montaram na moto e foram embora, Ana foi
com seu corpo colado ao dele acariciando-lhe o peito, João podia sentir as
batidas de seu coração em suas costas.
Chegando a praça aonde eles sempre se encontravam
João quis levar Ana para casa, mas ela se recusou, disse que seus pais não
iriam gostar que era melhor deixar para outra ocasião, assim Ana pegou um taxi
e João foi para casa de moto.
João muito apaixonado e pensando em se casar, vendeu
a moto e comprou um terreno, combinou com Ana que só iriam se ver no domingo. Quando
ele disse que tinha vendido a moto Ana perguntou:
- Mas João você vendeu sua moto? Como vamos fazer
amor agora?
- Você não vai querer ficar fazendo amor na beira do
rio pra sempre.
- Com você faço amor em qualquer lugar.
- Esta bem, mas de hoje em diante iremos a um motel.
- Tudo bem para estar com você vou a qualquer
lugar.
João construiu uma pequena casa com dois cômodos
apenas, para que ele pudesse morar com sua futura esposa. Depois de seis meses
de namoro firme ele a pediu em casamento, ela disse que aceitaria seu pedido de
casamento, mas antes teria que conhecer a família dele e ele a dela, então
combinaram que no domingo ela almoçaria na casa dele e ele jantaria na casa
dela e assim anunciariam o noivado para suas famílias.
No domingo pela manhã João pegou a moto de seu primo
emprestada e foi buscar sua amada, eles se encontraram na praça e foram para a
casa dele, era um dia muito lindo de sol forte.
João apresentou Ana para toda sua família, ela
gostou muito deles, era uma turma grande unida e muito festeira, os rapazes
falavam sobre esporte, carros, trabalho e política, as moças falavam sobre
novelas, casa e religião, cada um tinha uma opinião diferente, mas não
discutiam. Na hora do almoço todos se reuniram na casa dos pais de João parecia
mais uma festa, apos o almoço ele a levou para conhecer o seu futuro lar.
- O que você achou de nosso ninho?
- É muito lindo da para nós dois tranquilamente, mas
quando tivermos filhos? Você vai querer filhos?
- Claro que vamos ter muitos filhos e quando isso
acontecer nos aumentaremos à casa conforme a filharada for chegando.
- Filharada? Quantos filhos você quer ter?
- No mínimo quatro.
- Como vamos criar quatro filhos?
- Meu pai não criou eu e meus irmãos?
- Seus pais não tinham televisão.
- Meus pais tinham sim, quem não tinha era meus
bisavôs que eram índios.
- Mas você não tem cara de índio.
- Puxei minha mãe que é italiana.
- Então ta teremos quantos filhos você quiser, agora
vamos para minha casa.
Quando estavam chegando João se assustou, era um
portão grande com dois seguranças fortemente armados, param na frente dele e
pediram para tirar o capacete e mostrar os documentos, quando Ana tirou o
capacete os seguranças ficaram assustados olhando para os lados perguntaram:
- Senhorita Ana! O que faz na garupa de uma moto?
- Esse é meu namorado! Abre o portão, por favor.
Quando João entrou ficou de queixo caído, a entrada
era feita de pedras brancas enfeitadas com grama e palmeiras de lado a lado e a
casa não era casa era uma mansão, tinha uma enorme piscina e na garagem tinha
cinco carros todos importados.
Quando ele entrou na sala ficou tonto com tanta
beleza, era enorme e os moveis eram os mais lindos do mundo.
Quando os pais dela viram João foram logo
agradecendo ele por ter socorrido sua filha quando ela machucou o tornozelo.
Eles sentaram no sofá e começaram a conversar, o pai
de Ana fez muitas perguntas e João respondeu todas, disse que trabalhava como
pedreiro autônomo que tinha somente o segundo grau, pois não podia pagar uma
faculdade, que seu pai trabalhava de zelador em um shopping na cidade.
Enquanto eles conversavam começou a chover devido ao
forte calor que fez durante o dia, a casa era tão bem fechada e com ar
condicionado que quase não dava para ouvir a chuva.
Enquanto João conversava com a mãe de Ana o pai dela
a chamou para conversar na biblioteca. João ficou desconfiado e então ficou
atento para ver se ouvia alguma coisa.
Começou a ouvir vozes alteradas, João percebeu que o
pai dela não aprovara o relacionamento deles.
João sabia que se ela casasse com ele iria perder
toda a mordomia que tinha na casa dos pais, ou então ele teria que abrir mão de
sua independência e viver sustentado pelo sogro. Sendo assim ele pediu licença
para a mãe de Ana e saiu, não esperou o jantar e nem se despediu de Ana, foi
embora mesmo de baixo de chuva. Quando Ana ouviu o ronco do motor da moto saiu
correndo chamando por João, mas não deu tempo já era tarde ele já tinha saído.
João saiu naquele temporal chorava muito nem
enxergava direito devido as lagrimas, ele trafegava por uma grande avenida bem
iluminada, como já era vinte e uma hora e trinta minutos o transito estava
calmo.
Inesperadamente caiu um raio bem na frente da moto.
João foi arremessado longe e caiu de costa bem no meio da avenida, ele se
levantou e ficou girando olhando em volta, depois tirou o capacete e o jogou no
chão, olhou para um carro que parou em sua frente, faz um bico de criança
pequena querendo chorar e diz - mamãe- e começou a girar novamente dizendo mamãe...
Mamãe... Mamãe... O motorista que estava parado foi ajudar-lo, mas ele não
deixava ninguém tocar-lo, sempre dizendo: Mamãe... Mamãe... De mamãe... De mamãe?
Então chamaram socorro, os médicos tiveram que lhe
aplicar um sedativo para ele dormir, só assim puderam levar-lo ao
hospital.
ALMA IMORTAL PARTE II
No dia 22 de Dezembro de 1899 em uma pequena cidade
do interior de Minas Gerais, um casal dono de uma pequena chácara tem o sei
décimo oitavo filho vindo de uma gestação complicada, pois a mulher já tinha certa
idade e trabalhava na roça.
A criança foi criada de forma rústica, tinhas muitas
doenças e não tinha médicos então tudo era tratado e curado a base de ervas e benzi
mentos. Quando a criança fez três anos de idade não tinha mais doenças nenhuma
apenas uma forte dor de cabeça que aparecia de repente e sumia de repente, como
a família era muito devota de São Pedro deram-lhe o nome de Pedro, eles rezavam
muito para o santo pedindo para ele curar a dor de cabeça do menino. Pedro não
andava apenas ficava em pé, mas logo caia sentado, não falava quase nada apenas
"mamãe”. Quando ele fez quatro anos ele ainda só falava “mamãe”, andava um
pouco, mas era quase caindo, quando sua mãe o deixava sozinho ele chorava e dizia!
De mamãe... “De mamãe”. Sua mãe lavava roupa no rio que ficava a um km de sua
casa, enquanto sua mãe lavava roupa Pedro ficava jogando pedra na água só para
ouvir o barulho, os irmãos não queriam brincar com ele porque ele não sabia
fazer nada, nem falava nem andava direito, para ir a longas distancias tinha
que ser carregado.
Quando eles iam brincar no rio faziam um circulo de
pedra dentro da água e colocavam Pedro ali para que ele não fosse para a parte
funda do rio.
Certo domingo de manhã estavam todos no rio tomando
banho, quando de repente o tempo fechou e começou a chover e relampejar muito,
a mãe pediu para que eles saíssem d'água por que era perigoso então todos
saíram deixando Pedro para trás, Pedro saiu do circulo e foi em direção a mãe
chorando e dizendo mamãe, quando ele acabou de sair da água um raio caiu na
água bem próximo de Pedro atirando-o para a frente de sua mãe, ele assustado e
olhando para ela diz:
- O que aconteceu comigo? Como eu vim para aqui?
Sua mãe o abraçando fortemente diz:
- Meu filho você esta vivo isso é um milagre!
Ela foi correndo para casa enxugar o menino e enrolar-lo
em um cobertor, depois os irmãos vieram vê-lo e admirados dizem “nossa o raio
quase pegou ele, se ele não tivesse saído da água estaria morto". Ai chega
seu pai e pergunta:
- O que foi que aconteceu?
Sua esposa explica o acontecido e quando disse que
Pedro perguntou o que aconteceu, Como veio para aqui, O pai dele diz:
- Você esta louca muié o menino nem sabe falar, ele
só fala mamãe e óia lá!
Os irmãos de Pedro riram e disseram: “acho que o
raio deve ter atingido a mãe também, pois ele não fala e nem anda, não sei como
ele conseguiu sair da água”.
Pedro ficou quieto apenas observava tudo, aquele
pessoal estranho, aquela casa de sape, o seu próprio tamanho tudo era muito
confuso, ele pensou que estava sonhando então deixou as coisas rolar para ver o
que iria acontecer.
Sua mãe o colocou na cama para descansar um pouco,
enquanto ele dormia ela preparou o almoço, e acordou-lhe para dar o almoço na
boca como sempre fazia.
Pedro passou a semana calado e sempre no colo, ele
ficou com medo de se revelar, pois não tinha como se defender era muito pequeno
e nem sabia ao certo o que estava acontecendo, então ele queria primeiro
conhecer aquelas pessoas, na sexta-feira ele entendeu que era uma criança com
problema, que não sabia falar e nem a andar e que estava no ano de 1904, que
era filho de família humilde, que não sabia ler nem a escrever e tinha
dezessete irmãos.
Todos os dias o pai o pegava no colo e brincava com
ele por um bom tempo, mas na sexta-feira seu pai estava brincado com ele,
quando chegou um homem dizendo ser primo da família e trazendo um documento
para o pai de Pedro assinar, dizendo ele ser um comprovante de pagamento de
imposto de renda, enquanto os homens conversavam, Pedro bateu com a mão no
tinteiro que era usado com canetas feitas de pena para assinar documentos
derramando tinta sobre os documentos tornando-os inúteis, Pedro levou uns tapas
nas mãos e colocado no chão e mandado ir direto para o quarto, seu pai estava
tão bravo que nem percebeu que o menino não chorou e foi andando para o quarto
normalmente.
O senhor Paulo pai de Pedro pediu desculpas para
o primo, e perguntou o que poderia acontecer? Seu primo disse que nada que na
segunda feira traria outros papéis, mas pediu para que ele não ficasse com a
criança no colo na hora de assinar.
Depois que o primo foi embora o senhor Paulo foi la
fora e pegou uma vara de amoreira para dar uma surra em Pedro, quando passou pela
cozinha sua esposa interferiu, pois aonde já se viu assinar documento
importante com criança no colo, ainda mais uma criança como Pedro que não tem
noção de nada deixa ele em paz.
No dia seguinte era tarde de sábado, seus irmãos
pronto para ir ao rio, pois fazia muito calor, pediram para sua mãe se podiam
levar Pedro junto, ela disse que não, pois tinha medo que eles não cuidassem
bem de Pedro e ele se afogasse, eles prometeram não se descuidar dele, então
ela deixou, levaram Pedro no colo, chegando ao rio eles fizeram o circulo de
pedra nas margens do rio e colocaram Pedro dentro, e foram brincar na água
sempre de olho em Pedro e dizendo para ele não sair, Pedro sempre balançava a
cabeça dizendo não, quando seus irmãos se distraíram ele saiu do circulo e foi
para a parte mais funda do rio e mergulhou na água, seus irmãos ao verem Pedro
mergulhando gritam “PEDRO NÃO”. Seu irmão mais velho nadou desesperadamente até
o local aonde Pedro tinha mergulhado, mas antes que chegasse Pedro surgiu quase
do outro lado do rio e saiu nadando até a margem, seus irmãos assustado pediu
para que Pedro ficasse onde estava que ele ia buscá-lo, Pedro balançou a cabeça
dizendo sim, mas quando seu irmão chegou perto de onde ele estava Pedro pulou
por cima dele e foi nadando até o outro lado, seu irmão saiu atrás, só então
ele percebeu que Pedro sabia nadar perfeitamente, quando chegou do outro lado
seu irmão perguntou admirado:
- Pedro você sabe nadar? Mas como pode? Quem te
ensinou?
Pedro respondeu:
- Eu sei nadar, falar, andar, sei ler e escrever e
muito mais e também sei que nosso primo esta enganando nosso pai, e vocês
precisam ajudá-lo.
Seus irmãos perguntaram desesperados e
descontrolados:
- Como pode isso? Quem te ensinou? Porque nunca
falou? Porque você etc., etc. e etc.
Pedro não respondeu nenhuma pergunta, ficou calado
até que eles se calaram e ficaram olhando para ele. Então Pedro tornou a dizer:
- Vocês precisam ajudar nosso pai.
Seu irmão mais velho disse:
- Esta bem, mas como vamos ajudar nosso pai? O que o
nosso primo esta fazendo?
Pedro disse para seus irmãos que o primo estava
querendo roubar as terras de seu pai e pediu para eles falarem com algum colega
que soubesse a ler para estar presente quando o primo chegasse com os novos
papeis na segunda- feira. Assim combinaram tudo e voltaram a brincar, nadaram
bastante depois foram embora, Pedro foi andando parecia um sapeca, quando
chegam perto da casa Pedro pediu para seu irmão pegá-lo no colo, pois só queria
se revelar na segunda depois de desmascarar o primo, então Pedro chegou ao colo
do irmão, a noite chegou e todos foram dormir. No dia seguinte, seus irmãos
foram jogar bola e levaram Pedro junto, enquanto seus irmãos jogavam Pedro
ficou assistindo, por ser muito pequeno os mais velhos que ali estavam ficaram
olhando para ele admirados, um dos homens perguntou para ele em forma de
deboche:
- Menino você é pai de quem?
Pedro olhou para o homem e olhou em volta e
respondeu:
- Sou pai de seus filhos e marido de sua mulher.
O homem que estava rindo, fechou a boca e fez cara
feia, seus colegas o vaiaram, o homem disse:
- Nunca ninguém te ensinou que não se deve responder
assim aos mais velhos, menino mal educado!
- Quem fala o que quer ouve o que não quer -
Respondeu Pedro.
O homem disse:
- Esse moleque não tem pai? Ele precisa de um
corretivo; Quem o trouxe aqui?
Os outros homens que ali estavam disseram:
- Você começou, o menino estava quieto, e como ele
disse quem fala o que quer ouve o que não quer você perdeu para ele, não
adianta ficar bravo.
Pedro olhou para os homens e agradeceu, assim fez
amizade com todos, eles ficaram admirados com o menino, pois ele conversava
como um adulto.
No final do dia voltam para casa, no caminho Pedro
notou que tinha muitos pés de coqueiros, então perguntou:
- Porque tem tantos coqueiros em nossas terras?
Seus irmãos responderam:
- Nosso pai disse que é bom para evitar que caia
raios em nossa casa.
Pedro pediu para eles cortarem dois pés para ele,
eles responderam:
- Você esta louco! Se cortarmos um pé se quer desses
coqueiros nosso pai nos mata.
Então Pedro mudou de assunto e disse para eles não se
esquecerem de chamar um amigo que saiba ler para estar em casa na segunda à
tarde. Seus irmãos disseram que chamaram um amigo lá do futebol.
No dia seguinte quando chegou da roça o pai de Pedro
o pegou no colo e ficou brincando com ele, enquanto seus irmãos estavam no
terreiro conversando com o amigo que sabia ler. Quando seu primo chegou, seu
pai o colocou no chão, pois tinha que assinar uns documentos muito importantes.
Pedro passou pela cozinha correndo e foi ate seus
irmãos, sua mãe ao vê-lo correndo ficou admirada, pois o menino não sabia andar
direito agora estava correndo, então foi até a porta e viu Pedro conversando
com seu irmão mais velho que o pegou no colo e veio para dentro de casa, então
ela perguntou:
- O que aconteceu? Como
você aprendeu a andar e a falar de repente?
Seu irmão mais velho falou
que depois explicava tudo e foi com os outros para a sala. Quando chegaram seu
pai estava com a pena na mão, mas antes que ele assinasse o filho mais velho
disse:
- Pai posso ler esse documento?
- Você pirou meu filho?
Você não sabe ler esqueceu? Disse o pai.
- Mais meu amigo aqui
sabe.
- Porque você quer ler?
- É só para saber como se
faz um documento desses.
Seu pai disse:
- Tudo bem, e entregou o
documento.
O primo disse:
- Porque não assina
primeiro, pode ler depois.
- Qual a diferença?
Perguntou o rapaz.
- Eu estou com pressa e
como tem duas vias pode assinar uma para que eu possa ir embora e vocês podem
ler depois.
O senhor Paulo disse:
- Se têm dois iguais então
me da um para que eu possa assinar.
O rapaz entregou o
documento para o colega e pediu para que ele separasse e entregasse um para seu
pai. O colega separou e entregou o documento, mas antes ele leu (certificado de
transferência de propriedade).
Quando o rapaz leu isso o
irmão de Pedro perguntou:
- O senhor esta dando
nosso sitio para ele pai?
- Claro que não! Isso é só
um comprovante de pagamento de imposto de renda.
O rapaz que estava lendo
disse:
- Aqui não tem nada de
imposto, aqui diz que o senhor esta passando suas terras para o nome dele.
Nesse momento o irmão de
Pedro, o segundo mais velho, apareceu na porta com a espingarda apontando para
o primo que estava branco e suando.
O pai disse:
- Esse desgraçado estava
querendo nos roubar, atira nele filho!
Então Pedro falou:
- Eu tenho uma idéia
melhor.
Pegou uma cadeira subiu
nela encostado na mesa, pois era muito pequeno para sentar nela, pegou papel e
a pena e fez uma declaração de confissão, e pediu para o primo assinar. Ele
tentou recusar, mas sobre a mira da espingarda se viu obrigado a assinar.
Depois que o primo foi
embora Pedro explicou para seu pai que depois do raio que quase pegou ele, ele
sabia ler escrever e a andar.
Como seus pais eram muitos
simplórios, e acreditavam em milagres ninguém perguntou nada.
Seu pai ainda pasmo não
sabia como agradecer a Pedro por ele ter evitado que seu primo o tivesse
roubado. Pedro aproveitou a oportunidade e pediu alguns pés de coqueiro, seu
pai que estava feliz da vida disse que ele podia pegar quantos quisesse.
No dia seguinte quando seus
irmãos voltaram da roça, Pedro estava esperando no terreiro e olhando para uma
cachoeira que tinha na parte alta do sitio, seus irmão perguntaram por que ele
queria os coqueiros? Pedro pediu para eles cortarem 2 coqueiros e trouxessem para
ele os troncos, dai pele pediu para eles que eles abrissem os troncos em dois e
limpassem o meio, fazendo uma espécie de calha, com a orientação de Pedro eles
fizeram uma longa calha para trazer água mais perto de casa, assim sua mãe não
precisaria ir tão longe para lavar roupa e teria água direto no chiqueiro, assim
eles não precisariam ir todos os dias buscarem água no rio para as galinhas e
os porcos.
Pedro calculou mais ou
menos quantos coqueiros iria precisar e pediu para que seus irmãos cortassem
primeiro para que seu pai quando percebesse e não gostasse já estariam
cortados, e assim ele poderia terminar o serviço. Foi dito e feito, eles
cortaram os coqueiros, nem retiraram do local, em dois dias já tinham cortado
tudo, quando o senhor Paulo viu ficou furioso queria dar uma surra em todos,
mas eles disseram que foi Pedro que pediu e o lembraram que ele disse a Pedro
que ele poderia pegar quantos quisesse. O pai disse que não imaginava que
seriam tantos, pensou que seriam uns dois ou três pés. Então ele falou que eles
não poderiam cortar mais teriam que fazer o que pretendiam com os que já tinham
cortados, mas como Pedro já tinha planejado eles já tinham cortado todos que
iam precisar. Assim eles fizeram uma grande calha com a orientação de Pedro,
fizeram também uma pequena represa para coletar a água com vazão para retornar
ao rio sem formar lama, todos os dias senhor Paulo perguntava o que eles
estavam fazendo, eles diziam que era idéia de Pedro para facilitar a vida de
todos.
Quando estava quase
pronta, só faltavam duas calhas para ligar a água eles chamaram o pai e
ligaram; ao ver a água descendo pela calha o homem ficou de boca aberta e
disse:
- Vocês fizeram tudo isso
só para não ter de ir buscar água para os porcos lá em baixo?
- Não só por isso pai,
assim nossa mãe não precisa ir até o rio para lavar a roupa e a louça, assim
tudo fica mais fácil, com mais algumas calhas podemos levar a água direto para
os porcos e para as galinhas.
Seu pai disse:
- Para quem não sabia andar
nem a falar você esta super inteligente.
- O senhor não viu nada
ainda vou ensinar a todos a ler e a escrever.
Assim ele fez todos os
dias depois que seus irmãos chegavam da roça, Pedro dava aula usando como lápis
um pedaço de carvão e escrevendo em madeiras.
Todos os sábados eles iam
tomar banho no rio e ficavam escrevendo nas pedras, ao ir pegar uma pedra
pequena para escrever, Pedro notou dentro d'água uma pedra com um brilho forte,
ele a pegou e viu que se tratava de uma pedra preciosa, então ele mostrou para seus
irmãos e disse:
- Olha só o que eu
encontrei, será que tem mais dessas pedras no rio?
Seus irmãos responderam:
- Tem sim, lá em cima tem
muito mais dessas.
- Vocês podem me levar lá
pra ver?
- Claro Pedro podemos ir
agora mesmo.
Ao chegarem ao local,
Pedro descobriu que se tratava de uma fortuna interminável, mas não disse nada
para seus irmãos, ficou pensando em como ia fazer para obter aquelas pedras.
Então voltaram a brincar no rio e depois foram para casa.
No domingo aquele primo
que queria roubar o sitio voltou, senhor Paulo tentou expulsa-lo, mas ele
implorou para que o primo escuta-se, pois queria comprar o sitio senhor Paulo
disse que o sitio não estava à venda, mas quando o primo falou o preço que
pagava ele balançou, pois o dinheiro oferecido era quase o dobro do valor do
sitio.
Pedro vendo que seu pai ia
acabar vendendo o sitio interferiu dizendo:
- Pai não vende.
- Mas Pedro é muito
dinheiro, nunca ninguém ofertou tanto assim.
- Pai é melhor o senhor
pensar antes, pede para ele voltar amanhã, que ai o senhor responde.
O primo disse:
- Eu só compro se for
agora, amanhã eu não pago esse valor.
O senhor Paulo olhou para
Pedro, que balançou a cabeça dizendo não, então ele olhou para o primo e disse:
- Se quiser comprar o
sitio mesmo volte amanhã, que eu responderei se vendo ou não.
- Você vai deixar que uma
criança de quatro anos te diga o que fazer?
- Essa criança de quatro
anos evitou que você me roubasse o sitio, lembra?
- Tudo bem se prefere
assim amanhã eu volto.
Depois que ele foi embora
o pai disse;
- Pedro porque não vender?
Com todo esse dinheiro eu compro dois iguais a esse e em terras melhores, pois
essa terra não produz nada e o primo por fora do preço dessas terras.
- Nosso primo não é bobo,
se ele quer pagar tanto pelo sitio é porque alguma coisa ele esta tramando, o
senhor sabe que ele não é de confiança, amanhã quando ele voltar o senhor diga
que o sitio não esta a venda e vera que ele ficara bravo e oferecera muito mais
dinheiro, mas o senhor não vende.
- Esta bem vou fazer como
você diz.
Assim aconteceu; no outro
dia o primo voltou bem sedo o senhor Paulo fez o que Pedro disse e ficou
assustado quando seu primo dobrou o valor da oferta, então ele entrou no quarto
pegou a espingarda apontou para o primo e disse para que ele sumisse dali e
nunca mais voltasse, porque ele não venderia o sito nem por dez vezes o valor
oferecido e se ele voltasse levaria um tiro na cara.
Pedro conversando com seus
irmãos perguntaram se eles conheciam alguém que soubesse fazer estatuas de
barro, seus irmãos disseram que tinha um vizinho que gostava de fazer bonecos
de barro, então Pedro pediu para seus irmãos uma imagem de Santo Antônio,
depois pediu para que o levassem para conhecer o vizinho que gostava de mexer
com barro. Assim fizeram, levaram Pedro até o vizinho sem entender o porquê,
pois sempre que Pedro pedia uma coisa saia uma boa surpresa. Chegando lá, Pedro
tinha na mão uma pequena imagem de Santo Antônio que seu irmão tinha ganhado de
sua mãe, ele foi apresentado ao rapaz, viu os bonecos de barro, e mostrou a
pequena imagem, perguntou se ele era capaz de fazer igual. O rapaz disse que
poderia tentar, mas o que ganharia com isso. Pedro disse que não tinha
dinheiro, mas, poderia dar alguma coisa em troca. Então rapaz disse que como
ninguém tinha dado valor em seus bonecos de barro, ele iria fazer o santo sim.
Pedro olhando os bonecos notou que eram feitos de barro vermelho, então pediu
para ele fazer o santo com outro tipo de barro, o rapaz perguntou:
- Qual?
Pedro pediu para ir até o
rio, ele encontrou argila e pediu para fazer o santo com aquele tipo de barro,
e o santo tinha que ser oco e da altura do umbigo, o rapaz disse que iria
fazer, mas ia demorar alguns dias.
Pedro concordou e todos
voltaram para casa; no caminho Pedro avistou uma grande seringueira e pediu
para que seus irmãos tirassem um pouco de leite daquela arvore; quando chegaram
a casa seus irmãos pegaram um balde e voltaram para fazer o que Pedro pediu,
depois Pedro fez com aquela seiva uma borracha para fazer um estilingue e com o
resto ele fez duas bolas, uma ele deu para seu irmão e a outra ele guardou para
dar ao rapaz em troca da estatua.
Pedro pegou um pedaço de
bambu e pediu para uma de suas irmãs fazer umas varetas e pediu para sua mãe um
pacote de papel que seu tinha trazido do armazém com as compras e também
um pouco de trigo e fez uma pipa. Seus irmãos nunca tinham visto aquilo e nem
sabiam para que servia então Pedro pediu para eles arrumarem uma linha bem
comprida que ele mostraria a eles, como sua mãe tinha uma maquina de fazer
barbante para costurar saco de algodão, pediram a ela para fazer a linha, Pedro
soltou a pipa e todos queriam uma também.
Pedro os ensinou a fazerem
a pipa, depois todos foram soltar suas pipas.
Dois meses mais tarde,
Pedro já tinha ensinado seus irmãos a ler e escrever as palavras mais simples,
ele recebeu um recado do sitio vizinho que o que ele tinha pedido já estava
pronto, Pedro foi com seus irmãos buscar o santo que havia encomendado como o
santo era maior que ele não podia carregar sozinho, ele levou a bola, o
estilingue e a pipa para dar em troca, o rapaz ficou muito feliz, os seus
irmãos levaram também as pipas deles e eles passaram o dia todo soltando pipas,
depois foram embora, chegando a casa Pedro pediu para seus irmãos que
trouxessem o máximo daquelas pedras brilhantes que eles viram lá no rio. No dia
seguinte eles pegaram os baldes que usavam para pegar água para os porcos e
foram buscar as pedras que Pedro tinha pedido depois com ajuda dos seus irmão Pedro
encheu o santo com as pedras.
Apesar de Pedro ser o
caçula da família e ter apenas quatro anos de idade, eles sempre faziam tudo
que ele pedia sem questionar, pois sempre saia uma boa surpresa.
Quando anoiteceu Pedro se
reuniu com a família em torno de uma pequena fogueira no terreiro e começou a
contar a historia de João, que era ele mesmo, depois ele disse que tinha que
mandar aquele santo para o futuro para que João pudesse se casar com a sua
amada, seus irmãos riram dele, seu pai disse que esse negocio de ir para o futuro
ou voltar para o passado não existia, disse que o raio que quase o pegou é que
o fez ficar inteligente, que ele não veio do futuro e que ele era Pedro o
menino que sempre foi, e que o que ele estava dizendo era um absurdo e que não
existia como fazer o que ele queria.
Pedro não respondeu, mudou
de assunto e logo todos foram dormir. Pedro ficou pensando em como mandar
aquele santo para o futuro, ele precisaria de uma maquina do tempo, mais isso
não existe nem no futuro, então ele precisava ajudar ele mesmo e não poderia
guardar aquela estatua até o ano 2000, pois ate lá já estaria morto, então ele
teria que entregar aquela estatua a alguém que chegasse até la.
Pedro lembrou que o pai de
João nasceu em 1950, e nessa data ele estará com um pouco mais de 50 anos,
assim ele acabou dormindo já decidido o que iria fazer.
No dia seguinte estavam
todos em volta da fogueira novamente, Pedro estava o tempo todo quieto. Seu
irmão mais velho perguntou:
- Por que João estava tão
quieto? Será que voltou para o futuro? Será que perdemos nosso irmão
inteligente?
- Deixa de ser bobo rapaz (disse
o pai deles) - Não vai dizer que você acredita nas besteiras que seu irmão
falou?
- Pois se ele veio do
futuro como disse, ele pode voltar novamente.
Pedro olhou para seu irmão
e disse:
- Sabe que você tem razão
eu não tinha pensado nessa possibilidade, eu tenho que resolver umas coisas já.
Pedro foi para dentro e
trouxe uma daquelas pedras preciosas e disse para seu pai que aquela pedra
tinha muito valor, e pediu para ele levá-la para ser avaliada. Seu pai disse:
- Isso não tem valor
nenhum menino, pois ali próximo à cachoeira tem muito dessas pedras.
Pedro disse:
- Porque o senhor acha que
o nosso primo queria tanto comprar o nosso sitio?
Seu pai disse:
- Tudo bem eu vou
verificar, pois não tenho nada a perder mesmo e você sempre tem razão.
Pedro falou que tinha uma idéia
de como mandar o santo para o futuro, mas o problema é que quando a pessoa que
devera receber o santo nascer, ele vai estar com mais de 50 anos de idade, e
como seu irmão havia dito, se ele voltar a ser como era antes, Como poderia
entregar o santo para alguém que nem saberia quem é?
Seu irmão disse:
- Pedro, mas e o pai ou o
avô dessa pessoa que vai nascer você não sabe quem é?
Seu outro irmão disse:
- Mas o que você esta
dizendo? Até parece que você acredita em todas essas besteiras que nosso
irmãozinho esta falando?
- Não é que acredito mano,
mas não é de se duvidar também, pois como se explica o fato dele saber ler,
escrever, falar, andar e até nadar sem ninguém ensinar, e tudo isso aconteceu
de um dia para o outro e com uma criança de apenas quatro anos de idade, então
acreditando ou não, nos devemos ajudá-lo, pois ele sempre nos ajudou.
- Tudo bem você tem razão,
vou ajudar, mas que eu não acredito eu não acredito.
Pedro disse:
- Eu não sei quantos anos
meu avô tinha, ou seja, o avô de João era filho caçula de um peão de boiadeiro,
casado com uma índia e trabalhava em uma fazenda em Goiás.
- Mano qual era o nome do
peão? Quem sabe podemos encontrá-lo.
- O do peão eu não sei,
mas o filho chama João Severino.
- Então esse João Severino
é seu bisavô?
- É, mas Goiás é muito
longe não tem como chegar lá.
- Mas Pedro se aquelas
pedras que você deu para nosso pai for valiosa nos podemos contratar alguns
peões e formar uma caravana e ir até lá, pois aqui em nosso sitio tem muitas
daquelas pedras nos podemos ficar ricos!
- Mas isso pode demorar,
talvez não de tempo antes de chegar lá posso voltar ao normal.
- Da tempo sim, se você
voltar ao normal antes, eu prometo levar o santo até esse João Severino o filho
do peão boiadeiro, é só você me dizer o que fazer.
Pedro disse:
- Então vou explicar a
todos vocês o que fazer se eu voltar ao normal antes. Vocês entregarão o santo
para o peão e dirão a ele que o santo devera ser entregue para o neto de João
Severino, e que esse santo deve passar para a geração futura até que um dia
alguém ira pedir o santo e saberá quem mandou e por que. Se por um acaso o peão
não acreditar, o que é bem possível, vocês digam que ele não tem nada a perder,
e depois santo é santo não faz mal a ninguém.
- Mas você era o bisneto
de João Severino.
- Sim mas esse santo deve
chegar até meu pai.
Todos foram dormir. No dia
seguinte o senhor Paulo levantou cedo e foi à cidade, até o banco do governo e
pediu que avaliassem a pedra o perito olhou a pedra depois entrou em uma sala,
logo chamou o senhor Paulo e falou para ele ir conversar com o gerente do
banco, quando ele entrou na sala do gerencia o gerente perguntou:
- Esta pedra é do senhor?
- É sim senhor.
- Onde achou essa pedra?
- No meu sitio la tem
muitas delas, mas porque a pergunta?
É que essa pedra vale
muito dinheiro, se o senhor tem muitas dessas no seu sitio como disse, então o
senhor será um homem milionário.
Como senhor Paulo nem
sabia o que era milionário, não se assustou e perguntou calmamente com seu
jeito simples de homem da roça:
- Como eu faço mode vender
todas essas pedras?
- Eu vou trazer uns
documentos para o senhor assinar, depois mandarei o exercito para o local para
que ninguém invada suas terras, o governo vai mandar mineradores para retirar
as pedras e o senhor vai receber uma boa porcentagem de todas as pedras que
forem retiradas de lá.
- Mas eu num assino nenhum
dicumento sem meu fio caçula.
- Tudo bem o senhor será
levado até seu sitio para buscar o menino.
Senhor Paulo que sempre
andou em lombo de mula ficou admirado com tanto luxo que tinha no carro da
época.
Chegando a casa chamou seu
filho Pedro e disse:
- Pedro, o gerente esta
dizendo pra eu assinar uns dicumentos que eu vai ficar mionáro, e eu pidi modo
de busca ocê, modo di num sina dicumento errado, pois eu não sabe nem que isso
mionáro.
Pedro olhou para os irmãos
é disse:
- Vamos para Goiás!
E saiu correndo para o
carro.
Chegando ao banco foram
direto para a sala do gerente, quando o gerente viu Pedro perguntou se era esse
o filho que tinha que acompanhá-lo para ler e assinar os documentos?
O senhor Paulo disse:
- É sim sinhô sem esse fio
eu não faço nenhum negocio.
O gerente pediu para ele
se sentar e colocou os papeis em sua frente para que ele assinasse. O senhor Paulo
sentou colocou Pedro no colo e entregou os documentos para ele ler. O gerente
vendo aquilo perguntou a idade do menino, quando senhor Paulo falou que ele
tinha quatro anos, o homem perguntou assustado:
- Mas ele sabe ler?
- Não só sabe di le como
sabe dize se um não um bom negocio, e dispois ele qui disse que essas pedras
tinha valor, por mim seria uma pedra como qualquer pedra.
Após ler cuidadosamente os
documentos Pedro disse para seu pai que estava tudo certo que ele podia assinar
sem medo, é que pedisse para o gerente uma copia de todos os documentos.
No caminho para casa Pedro
falou:
- Pai precisamos nos mudar
daqui o quanto antes, pois o sitio ira ser inundado por todos os tipos de
pessoas boas e más e será muito perigoso nos moramos aqui. E depois o governo
vai controlar toda a retirada das pedras e nossa parte será depositada
diretamente em nossa conta no banco, assim não precisamos nos preocupar com
nada.
O senhor Paulo perguntou a
Pedro aonde ele iriam morar?
Pedro aproveitou a
oportunidade e disse:
- Pai vamos para Goiás,
pois lá poderíamos criar gado, assim não teríamos muito trabalho e não vamos
precisar de muitos empregados assim será mais fácil comandá-los e ganharemos um
bom dinheiro.
Depois que os garimpeiros
invadirão as terras, senhor Paulo vendeu todas as ferramentas do sitio e foram
para Goiânia com muito dinheiro no bolso, lá ele comprou uma fazenda de gado de
porteira fechada (com tudo pronto, com gado e empregados) Colocou seus filhos
para tocarem a fazenda, as mulheres comandavam a fazenda e os homens viajavam
em comitiva comprando e vendendo gado, Pedro cuidava da parte financeira e
administrativa, contava com a ajuda de uma de suas irmãs, pois como ele só
tinha cinco anos não podia assinar nada.
Sempre que seus irmãos
chegavam de uma comitiva Pedro perguntava se eles haviam encontrado algum peão
boiadeiro que tinha um filho chamado João Severino, mas a resposta era sempre
negativa.
Dez anos se passaram,
Pedro estava com quinze anos agora, e nada ainda de encontrarem o tal peão;
certo dia seu irmão mais velho comprou uma boiada de um homem que morava em São
Paulo, ele havia ganhado de herança e como não sabia lidar com gado e queria
morar na cidade grande decidiu vender tudo, como não sabia o valor o irmão de
Pedro comprou tudo por um preço bem pequeno, o problema é que a fazenda ficava
do outro lado do estado de Goiás e iria demorar três meses de viagem só de ida
para buscar o gado, então se reuniram quatro irmãos e dez peões boiadeiros e partiram
em comitiva. Viajaram um mês em lombos de cavalos, cruzaram rios e invernadas,
comiam arroz com charque, quando chegavam a um povoado eles comiam e dormiam em
pousadas, após dois meses de viagem eles param em um bar, num pequeno povoado a
beira da estrada para tomar uma bebida, havia um homem no balcão tomando pinga
quando apareceu um menino na porta e disse:
- Pai, a mãe esta
precisando de você lá em casa.
- Diga para ela que o pai
já vai João.
O menino foi embora e o
homem terminou de tomar sua pinga já estava saindo quando outro homem que
estava sentado com um amigo disse:
- Já vai pra casa? A índia
esta chamando?
Nesse momento os irmãos
olharam uns para os outros.
O outro homem disse:
- Quando não se consegue
mulher tem que pegar bicho do mato para se casar.
O homem que estava saindo
olhou para eles e falou:
- Bem melhor um bicho do
mato que é pura e fiel do que ficar com mulher de boate, que já passou pelas
mãos de todos os homens da redondeza e por muitos viajantes também.
Nesse momento o homem que
estava sentado se ofendeu, levantou-se sacando uma faca e foi em direção do
homem que estava saindo e dizendo:
- Vou te dar uma lição
para você aprender a não chamar a mulher dos outros de prostituta.
Ao ver que o homem estava
desarmado, perceberam que aquele homem era o pai de João Severino que eles
tanto procuravam, os quatros irmãos se levantaram e sacaram suas facas dizendo
para o homem armado que era para ele se sentar, pois ali ninguém iria brigar.
O homem disse:
- Vocês não têm nada a ver
com isso é melhor não se meterem.
- Há temos sim, e se algum
dia vocês fizerem algo com esse homem, nos encontraremos vocês, podem ter
certeza disso.
Nesse momento o homem que
queria brigar voltou a se sentar.
Os irmãos saíram do bar
junto com o homem, e perguntaram:
- A esposa do senhor é uma
índia?
- Sim por quê? Vocês
também acham que ela é bicho do mato?
- Não, não é isso é que
nos estamos procurando um peão boiadeiro casado com uma índia já faz tempo, a
mais de dez anos. Qual o nome do seu filho?
- Eu sou peão boiadeiro
casado com uma índia e meu filho se chama João Severino, por quê?
- Porque nós temos um
presente para o seu filho.
- Como vocês estavam me
procurando a mais de dez anos para dar um presente para meu filho se nessa
época ele não era nem nascido?
- Nós não sabemos como
explicar, mas o presente é para ser entregue para o bisneto de seu filho.
- Um presente para ser
entregue para o bisneto do meu filho? Vocês estão de brincadeira.
- Não é brincadeira não,
isso é muito importante, por favor, aceita.
- Tudo bem então me de o
presente que entregarei a ele.
- Não podemos, pois esta
em casa lá em Goiânia e é muito pesado para carregar junto nas comitivas, nós
estamos viajando há dois meses, então dois de nós ira voltar para buscar o
santo, enquanto o resto continua a viagem.
- Santo?
- É o presente é uma
imagem de Santo Antonio de um metro de altura.
- Bom então vamos comigo
até a fazenda em que eu trabalho para vocês verem onde fica assim vocês
conhecem minha mulher e meu filho.
Assim fizeram depois um dos
irmãos e um peão voltaram para buscar o santo e Pedro, eles disseram ao homem
quem em seis meses estariam de volta. Dois meses mais tarde, os dois chegaram à
fazenda em Goiânia, o irmão de Pedro veio de longe gritando por ele, todos
saíram da casa assustados, pois saíram quatorze pessoas em comitiva e
retornaram apenas dois então ele gritou:
- Pedro achamos João
Severino!
Pedro ficou muito feliz e
suas irmãs disseram:
- Então existe mesmo esse
João Severino, então é verdade, Pedro veio do futuro mesmo.
O irmão de Pedro falou:
- Existe sim, é filho de
um peão com uma índia.
O pai de Pedro perguntou:
- Quem é esse João
Severino?
- É o dono daquele santo,
devemos levá-lo até ele e eu irei junto.
- Por que ir junto Pedro?
Quem vai cuidar das contas aqui?
- Pai eu ensinei a Maria
como fazer ela sabe tudo, pois como eu já tinha dito, se eu voltar ao normal,
outra pessoa terá que assumir meu lugar.
Eles prepararam a carroça
com alimentos, armas e munição, no dia seguinte os três partiram levando o
Santo Antonio. Depois de dois meses de viagem eles já tinham feito mais da
metade da vigem, pois estavam de carroça o que tornava a viagem mais lenta. Apareceram
de encontro a eles quatro homens a cavalo, quando chegaram perto eles sacaram
as armas e atiraram contra a carroça, acertando o primeiro tiro no irmão de
Pedro que caiu de costa dentro da carroça esbarrando em Pedro que foi jogado
para fora da carroça, Pedro ao cair bateu com a cabeça em uma pedra e ficou
desmaiado, seu irmão e o peão ficaram feridos na carroça que saiu disparada sem
rumo.
Quando Pedro acordou, ele
não se lembrava de nada nem seu nome e nem o que estava fazendo ali, ele ficou
horas sentado tentando lembrar-se de algo, mas não conseguiu, então levantou e
começou a andar sem rumo certo, pois não sabia para onde ir, depois de caminhar
muito chegou até um rio, resolveu seguir a correnteza na esperança de encontra
alguém pescando, depois de caminhar muito pelo barranco as margens do rio
pulando pedras e paus, passando por pastos, matas fechadas e clareiras, de
repente no meio do mato ao sair de trás de uma arvore, ele se deparou com uma
linda moça, loira de olhos azuis, cabelos longos e encaracolados corpinho de
boneca que acabara de sair da água toda molhada completamente nua e com a luz
do entardecer do sol refletindo em seu corpo perfeito.
Pedro ficou paralisado,
não conseguia se mexer, suas pernas tremiam, seu coração estava saindo pela
boca e seu pescoço estava duro. A moça olhou para ele e disse:
- Você estava me espiando
seu sem vergonha? Deixa meu pai saber disso, vê se tira o zóio de mim, vira de
costa.
- Eu não consigo me mexer.
Respondeu Pedro.
A moça que estava longe de
suas roupas disse:
- Como assim não consegue?
Então fecha os zóio.
Pedro fechou os olhos enquanto
ela se vestia:
- Desculpa-me moça? Eu não
sabia que você estava aqui, eu estou perdido, estou caminhando desde manhã pela
margem do rio, estou com muita fome e cansado, não me lembro de nada nem mesmo
o meu nome, eu esperava encontrar alguém pescando no rio para ver se alguém me conhecia,
quando de repente cheguei aqui e vi você, e ai minhas pernas travaram meu
pescoço endureceu, eu queria me virar, mas não consegui. Por favor, me perdoe?
Eu não estava te espiando, peço, por favor, que me ajude.
A moça olhou para Pedro e
viu que ele suava muito e que suas pernas tremiam então já vestida disse que
ele podia abrir os olhos, e o ajudou a sentar-se, depois perguntou:
-O que aconteceu? De onde
você vem? Como veio parar aqui?
- Não sei quando acordei
estava com a cabeça doendo e com um galo enorme.
A moça pediu para ver e
notou que tinha um pequeno corte, pediu para que ele a acompanhasse até sua
casa, no caminho ela pediu para ele esquecer que tinha visto ela nua e que não
contasse a ninguém. Pedro disse que jamais contaria a ninguém, mas que esquecer
tanta beleza isso nunca.
Ela olhou para Pedro, mas
não falou nada continuou andando, chegando a casa ela o apresentou par sua mãe
e explicou o que estava acontecendo com Pedro. Sua mãe fez muitas perguntas a
ele e Pedro não sabia responder, então ela deu algo para ele comer e esperou o
seu marido chegar para ver o que iriam fazer. Quando o homem chegou sua esposa
explicou para ele o que estava acontecendo. Ele conversou com Pedro e lhe fez
muitas perguntas, se ele trabalhava na roça, se lidava com gado, etc. etc..
Pedro só respondia que não sabia que não se lembrava de nada, o homem pediu
para ver as suas mãos Pedro mostrou e olhando-as o homem disse
- Pelo estado de suas mãos
você nunca pegou no cabo da enxada e nem em corda, pelo jeito você nunca pegou
no pesado, é rico ou é vadio.
- Você sabe ler e
escrever?
- Eu não me lembro.
- Eu vou te dar uma tabua
e um pedaço de carvão vamos ver se você sabe escrever.
- O que o senhor quer que
eu escreva?
- Escreva seu nome.
- Mas eu não lembro meu
nome.
- Então escreve o nome da
minha família.
- Ta bom o senhor vai
ditando que eu vou escrevendo.
- O que é ditando?
- O senhor vai falando os
nomes que eu vou escrevendo.
- Então é dizendo não
ditando.
- Não senhor, dizendo é
quando senhor simplesmente fala, e ditando é para eu escrever.
- Então escreve ai, meu
nome é Geraldo, o da muié é Helena e o da minha fia é Izabel, e o seu por
enquanto vai ser José.
Como não tinha lápis nem
caneta Pedro usou o pedaço de carvão para escrever, e mostrou para seu Geraldo
dizendo:
- Pelo menos escrever e
ler eu sei, mas não sei para que me servia isso.
- Pra mim não serve de
nada eu não sei ler.
- Eu posso ensinar.
- Como não tem escola por
aqui minha família não estudou; então você pode ficar aqui, mas terá que
ensinar minha fia a ler e a escrever.
- Eu farei isso com muito
prazer e prometo não incomodar.
- Mas se suas lembranças
voltarem você não vai embora antes de minha fia saber pelo menos escrever o
nome dela.
No dia seguinte Pedro
levantou cedo, tomou café e foi até o terreiro e com o dedo escreveu no chão *
Izabel * depois chamou a moça e pediu para que ela copiasse varias vezes,
Izabel ficou com o dedo duro de tanto copiar, Pedro passou o dia ensinando ela
a escrever seu nome, pois ele pensou que se ela mostrasse a seu pai que já
aprendera a escrever seu nome ele ficaria muito contente, e assim teria mais
confiança nele.
Assim aconteceu. Quando
senhor Geraldo chegou Izabel correu mostrar o que tinha aprendido. O pai ficou
muito contente ao ver que a filha já sabia escrever seu próprio nome, e disse a
Pedro que ele podia ficar com eles enquanto estivesse ensinando sua filha a ler
e escrever. Pedro ensinava Izabel todos os dias pela manhã, à tarde eles iam ao
rio tomar banho, ele a ensinava a fazer contas enquanto a ensinava a nadar como
não tinha outra roupa Pedro entrava na água de calça e ela usava uma espécie de
pijama por baixo do vestido dai tirava o vestido para não molhar, depois de
brincarem bastante Pedro pedia para Izabel ir embora para que ele pudesse tirar
a calça e por para secar.
Pedro saiu da água tirou a
calça e voltou a nadar tranquilamente. Quando Izabel chegou a casa sua mãe
perguntou:
- Onde você estava?
- Estava no rio tomando
banho mãe.
- Cadê o José?
- Ele ficou la no rio.
- Porque não veio com você?
- Eu vim antes para que
ele pudesse tirar a roupa e por para secar, pois ele só tem aquela.
- Amanhã vou fazer uns
calções para ele.
- Seria bom fazer calça e
camisa também.
- Eu vou pedir a seu para
comprar uma fazenda de pano para poder fazer mais roupas para ele, mas agora me
ajuda a terminar a janta.
Logo José chegou já de
roupa seca e em seguida chegou o senhor Geraldo, jantaram e foram dormir.
No dia seguinte todos
levantaram bem sedo o senhor Geraldo foi para um sitio vizinho aonde trabalhava
na roça, Izabel e José foram tratar dos animais, o senhor Geraldo tinha uma
égua, quatro vacas, dois bezerros e um touro, tinha também um chiqueiro com
três porcos alem de varias aves como galinhas, patos, marrecas, perus e gansos.
Izabel começou ensinado
José a ordenhar as vacas, quando terminaram de cuidar dos animais já era hora
do almoço. Apos o almoço forram para o terreiro estudar, nesse dia José ensinou
Izabel o A B C. No fim da tarde foram novamente tomar banho no rio.
Chegando ao rio José ficou
parado no barranco na beira do rio, enquanto Izabel desceu até a beira do rio
tirou o vestido e perguntou a José:
- Você não vem?
- Vou depois, toma seu
banho depois que você for embora eu tomo banho não quero molhar minhas roupas,
pois já esta tarde e não vai secar.
- Você não quer brincar
comigo hoje?
- Hoje estou muito cansado
Izabel.
- Ta bom então, não vou
demorar.
Izabel tomou banho saiu da
água colocou o vestido e foi embora, quando chegou a casa sua mãe lhe mostrou o
calção que acabara de fazer para José, Izabel pegou o calção e voltou ao rio.
Chegando lá ela viu de longe que José não estava na água, então ela se
aproximou bem devagar, quando chegou à beira do barranco avistou só a cabeça de
José, ele estava encostado em uma arvore com a cabeça erguida e os olhos
fechados e fazendo uns movimentos estranhos, ela chegou mais perto e viu o que
ele estava fazendo e sem entender o que estava acontecendo ficou escondida
olhando, até que José terminou e entrou na água, ai ela voltou para casa
levando o calção de volta.
No dia seguinte fizeram
toda a rotina do dia anterior novamente, levantaram sedo, ordenharam as vacas, tratou
dos animais e Izabel o tempo toda calada, José estranhou, pois ela não ficava
quieta estava sempre falando e brincado. Após o almoço José foi ensinar o A B C
para Izabel, mas ela não estava prestando atenção e não estava aprendendo nada.
- O que esta acontecendo
com você hoje Izabel?
- Nada.
- Você passou a manhã
inteira estranha e agora não esta conseguindo aprender nada.
- Vamos pro rio?
- Agora? Mais ainda é
sedo.
- É mas agora não estou
com cabeça para aprender nada, depois nós estuda.
- Tudo bem acho que depois
de um banho no rio você vai melhorar.
Chegando perto do rio
Izabel pediu a José que ele fosse à frente para por o calção primeiro. José
foi, tirou a roupa e quando pegou o calção para por, Izabel apareceu de repente
dizendo:
- Espera um pouco José.
- O que você esta fazendo
Izabel?
- Você não me viu sem
roupa? Agora também quero ver você.
- Mas foi um acidente.
- Não importa tira esse
calção da frente.
- Porque isso agora?´
- É que eu nunca vi um
homem sem roupa.
- Quando você casar você
vê.
- Eu quero ver agora!
- Ta bom já que você quer
tanto.
- Mas esta diferente.
- Como assim diferente?
Você não disse que nunca tinha visto?
- Ontem eu vi você fazendo
aquele negocio estranho.
- Você viu?
- Vi e era bem
maior.
- É que eu estava pensando
no dia em que te vi pela primeira vez, ai ele ficou diferente.
- Então vou tirar minha
roupa para ver.
Izabel falou isso e foi
tirando a roupa sem dar tempo para José reagir, ela não tirou os olhos dele nem
por um segundo, José ao ver ela ali nua com um corpo perfeito em sua frente
perguntou:
- Izabel quantos anos você
tem?
- Não sei, mas minha mãe
diz que quando nasci ela tinha minha idade.
- Izabel, você não faz idéia
de como quero fazer amor com você.
- O que é isso?
José se aproximou dela
puxou-a pela cintura encostado seu corpo nu junto ao dela e beijando-a com
muita delicadeza, deitou Izabel no chão beijando-lhe e com as mãos acariciando
cada centímetro de seu corpo, sentiu que a cada caricia Izabel tremia de
desejo, ai ficou de joelhos entre as pernas dela e falou:
- É assim que você queria
ver?
- Nossa é igual à de um cavalo!
José riu e disse:
- Então vem cá.
José a puxou pela cintura
colocando seu membro junto ao sexo dela, fazendo movimento com ele de baixo
para cima de cima para baixo, Izabel estremecia toda gemendo de prazer, José
não estava mais agüentando e começou a penetrá-la, ela se afastou e disse:
- Esta doendo.
- Você não quer fazer amor
comigo?
- Então isso é fazer amor?
É igual aos animais.
- Mais ou menos isso.
- Tudo bem eu quero muito
fazer amor com você, mas vai devagar que esta doendo um pouco.
- Mas já vai passar, dai
fica muito bom você vai ver.
José se deitou sobre ela
agora a beijando com mais intensidade, começou a penetrá-la novamente agora a
segurando pela cintura com firmeza, até sentir que estava por inteiro dentro
dela, Izabel deu um grito de dor, mas que logo se transformou em gemidos de
prazer, ela o abraçava com força e pedia para ele não parar.
José sussurrou em seu
ouvido:
- Meu amor é minha
primeira vez, mas sinto que já fiz isso antes.
- Fica quieto, vamos fazer
amor primeiro depois a gente conversa esta muito!
Enquanto faziam amor
loucamente ali na beira do rio, José começou a ter lembranças de sua vida
passada no futuro. Quando terminaram estavam exaustos.
José deitou-se ao lado de
Izabel e falou:
- Lembrei o meu nome.
- É? E qual é?
- João.
- E como assim você se
lembrou?
- Não sei, foi aparecendo
coisas em minha mente enquanto estávamos fazendo amor.
- E o que mais você
lembrou?
- Lembrei que estava
andando de moto, e alguém gritou para que eu esperasse só isso.
- O que é moto?
- É como um cavalo com
rodas e motor.
- Cavalo com rodas! Você
esta maluco?
- Eu não vou te explicar
você não vai entender.
- Então vamos fazer mais
amor, quem sabe você se lembra de mais coisas.
- Você ainda quer mais?
- Mas é claro que sim é
bom demais, vamos aproveitar à tarde, ou você não gostou?
- Bobinha eu adorei! Hoje
mesmo vou pedir você em namoro para seu pai.
Após muitas horas fazendo
amor loucamente na beira do rio, eles exaustos tomaram banho e foram embora,
quando estava próxima de casa Izabel disse:
- João não fala nada com
meu pai ainda, por favor.
- Por que não? Você não quer
namorar comigo?
- Eu quero sim, mas se
você falar com ele agora ele não vai mais deixar irmos tomar banho no rio
juntos, e eu quero muito fazer mais amor com você.
- Não acha melhor falarmos
com ele agora? Assim se acontecer alguma coisa ele já esta sabendo que estamos
juntos e não vai ficar zangado.
- Mas o que pode acontecer
para ele ficar zangado?
- Muita coisa pode
acontecer meu amor.
- Mas nós não vamos mais
fazer amor então?
- Vamos sim daremos um
jeito pode deixar.
- Ta se você quer assim
tudo bem.
Chegando a casa os pais de
Izabel já estavam esperando eles para jantar. Enquanto jantavam Izabel contou
que João tinha lembrado o seu nome, e ficaram se olhando de uma maneira
diferente, o pai de Izabel notou que tinha alguma coisa diferente na maneira
deles se olharem e perguntou:
- O que aconteceu? Porque
vocês estão se olhando assim de maneira diferente?
João olhou para o homem e
para Izabel e chegou à conclusão que a partir desse dia tudo seria diferente e
que seria impossível esconder o amor que sentiam um pelo outro, e então
resolveu falar com o senhor Geraldo para que eles pudessem namorar em paz,
então João disse:
- Senhor Geraldo, eu tenho
uma coisa muito importante para falar com o senhor, espero que o senhor me
entenda, pois o senhor me acolheu e esta me ajudando e eu não tenho o direito
de fazer nada que o senhor não permita, se for de sua vontade eu pego a estrada
amanhã mesmo, tudo depende do senhor.
- Você esta me assustando
rapaz fala logo o que tem para dizer.
- Senhor Geraldo não da
mais para ficar aqui somente com amigo de Izabel, pois o que sinto por ela é
mais que amizade, então eu aproveito o momento que estamos todos juntos aqui
para pedir a mão de Izabel em namoro.
O homem olhou para Izabel
e viu que os olhos dela brilhavam, e em seu rosto a expressão de felicidade era
muito visível, olhou para João e viu que ele tinha os olhos fixos nele
esperando uma resposta, então perguntou:
- Há quanto tempo vocês
estão namorando?
- Nós ainda não estamos
namorando, primeiro queremos a benção do senhor para depois começar a namorar
se o senhor permitir é claro.
- Tudo bem, então eu dou
minha benção a vocês, mas tem algumas condições.
Izabel ao ouvir que seu
pai autorizou o namoro deles, levantou-se foi até seu pai dando-lhe um abraço
apertado e um beijo dizendo:
- Obrigada papai.
- Mas como já falei tem
algumas condições.
- Quais são essas
condições?
- Vocês não devem ficar de
agarra, agarra por ai, e também não poderão mais ir tomar banho no rio, pelo
menos não sozinhos e terão que ser responsáveis pelos seus atos.
- Senhor Geraldo pode
ficar tranqüilo, nós vamos nos comportar.
Assim começaram a namorar,
sempre que tinha uma oportunidade eles namoravam um pouco, mas sempre próximo
de casa, pois estavam proibidos de ir ao rio juntos, não podiam namorar com
mais intensidade.
Passada uma semana Izabel
disse:
- João eu não te falei que
meu pai não ia mais deixar irmos ao rio juntos?
- Você esta com vontade
meu amor?
- Você falou que daria um
jeito.
- É eu sei, mas pensei que
como seu pai trabalha o dia todo fora nós poderíamos dar uma fugida até o rio,
mas com sua mãe te chamando a toda hora não Da.
- Eu sei como fazer.
- Como?
- Minha mãe se distrai
quando esta costurando, eu vou pedir para ela fazer mais um calção pra você, e
quando ela estiver costurando nós vamos ao banco perto do balanço, lá ninguém
vê a gente e se ela chamar a gente escuta.
- Mas Izabel vamos fazer
igual a bicho?
- Se fossemos bichos seria
mais fácil, pois o touro pega a vaca no meio do pasto, o galo pega a galinha no
terreiro e o cachorro que fica um tempão grudado com a cadela na porta de nossa
casa e ninguém liga.
- Calma meu amor, não fica
assim, nós vamos fazer isso, o problema é que se sua mãe chamar como você vai
fazer para atender rápido sem que ela perceba?
- Vou tirar apenas a roupa
de baixo ficando só de vestido.
- A é? Ai você sai
correndo e eu fico de pau duro?
- Você termina com a mão.
- Que isso Izabel?
- Eu não sei João, só sei
que parece que vou explodir se continuar assim!
- Ta eu vou apagar esse
seu fogo, mas precisamos casar o quanto antes.
- Nós vamos casar?
- Vamos sim minha querida,
só vamos esperar mais um pouco. Agora vai lá falar com sua mãe.
- Amanhã eu falo se eu
falar agora ela já começa a costurar e não da tempo para a gente fazer nada.
No dia seguinte na hora do
almoço Izabel disse:
- Mãe o calção do João
esta muito sujo e não tem como lavar, pois ele não tem outro.
- Pode deixar hoje vou
fazer outro para ele, dai você lava o que ele esta usando.
Após o almoço Izabel lavou
a louça e foi para o terreiro estudar com João, depois de duas horas dona
Helena chama:
- João vem cá.
- Deixa eu medir sua
cintura para fazer um calção pra você.
Depois de ela tirar as
medidas João saiu da casa, Izabel o pegou pela mão e o puxou até o banco. Eles
foram logo fazendo o que queriam tanto fazer, João ficou assustado com o fogo
de Izabel, mas estava gostando muito, quando Izabel estava quase no auge de ter
um orgasmo, dona Helena chama:
- João.
- E agora Izabel? Eu não
posso ir, ela vai ver o volume em minha calça!
- Você vai até o rio, que
eu vou falar com ela e digo que vou te chamar, mas não faz nada com a mão, pois
eu quero mais ainda!
- Mas eu já... Mas é
maluca mesmo.
Izabel saiu correndo
chegou à casa cansada e disse:
- Mãe o João foi até o rio
tomar banho.
- Então vai lá tomar banho
com ele, mas volte antes de seu pai chegar.
- Eu posso ir mãe?
- Pode sim.
Izabel saiu correndo feito
uma louca, chegou ao rio junto com João.
- João a mãe disse que eu
podia ficar aqui com você.
- Mas por quê?
- Não sei, ela disse para
a gente voltar antes do pai chegar.
- Então vamos aproveitar.
- Mas você não fez com a
mão fez?
- Não meu amor, quando sua
mãe chamou eu já havia gozado.
- E agora?
- Agora? Vamos tomar um
banho e começar tudo de novo.
No dia seguinte Izabel
estava muito feliz, cantava o tempo todo, após o almoço Izabel foi lavar a
louça, dona Helena pediu para João cortar um pouco lenha, e chamou Izabel até o
quarto e disse:
- Filha você sabe como se
faz filho?
- Não.
- João não te ensinou?
- Não, ele esta me
ensinando a ler e escrever, mas vou perguntar a ele como se faz filho, ele deve
saber.
- O que vocês fizeram
ontem pode te deixar de barriga Izabel.
- Mas não fizemos nada.
- Quando você fizer
novamente minha filha, você deve se lavar ou se limpar com um pano, para não
acontecer o que aconteceu ontem quando você entrou aqui para dizer que ele
estava no rio.
- Mas não aconteceu nada.
- Izabel, eu vi suas
pernas, porque você acha que deixei você ir ao rio tomar banho com ele?
- Mãe eu estou apaixonada,
não fala nada para o pai se não ele vai mandar o João embora e eu não vivo sem
ele.
- Mas se você ficar de
barriga?
- Ele disse que vai casar
comigo o quanto antes mãe.
- Sendo assim podem ir ao
rio quando quiserem, mas terão que casar logo.
Passando alguns dias João
começou a estranhar o comportamento de Izabel, notou que ela estava sempre com
fome, e na hora das refeições ela estava comendo mais; João quase certo que
seria papai chamou Izabel e disse:
- Amor eu sei que faz
pouco tempo que estamos namorando, não sei você, mas eu te amo desde a primeira
vez em que te vi lá no rio, então não podemos mais ficar assim namorando
escondido do seu pai, não está certo isso.
- Eu também te amo desde primeiro
dia em que te vi, eu te amo mais que tudo em minha vida, se você me deixar eu morro
João.
- Quer casar comigo
Izabel?
- O que?
- Quer se casar comigo? É
isso que eu mais quero então você aceita casar-se comigo?
Izabel o abraçou, e beijando-lhe
disse:
- Sim... Sim... Sim. Eu
quero muito me casar com você meu amor. Vamos lá ao rio estou doida pra fazer
amor com você, estou explodindo de tanta felicidade.
- Calma, vamos esperar um
pouco, quando seu pai chegar vou falar com ele, depois que casarmos poderemos
morar juntos ai faremos o que quisermos a hora que quisermos.
Quando o senhor Geraldo
chegou Izabel estava ajudando sua mãe com o jantar e João estava cortando
lenha, depois ele tomou banho e foram jantar; enquanto jantavam João ficava
olhando serio para o senhor Geraldo, ele percebendo que João o olhava muito
perguntou:
- O que foi João esta
querendo me dizer alguma coisa?
- Sim senhor eu quero
falar com o senhor, é sobre eu e Izabel, eu sei que faz pouco tempo que nós
estamos namorando, mas o que sentimos um pelo outro é muito forte, e eu quero
pedir ao senhor a mão de Izabel em casamento.
- João você me desculpa,
mas isso eu não posso permitir, alias eu estava até pensando em falar com você
para que vocês acabem com esse namoro. Pois eu me arrependi de ter dado
permissão para vocês namorarem, porque eu não vejo futuro para minha filha com
você, pois você João não sabe fazer nada, apenas sabe dar aulas e isso não é
suficiente, porque não tem como ganhar dinheiro para manter uma família, depois
você não tem diploma então não tem como dar diploma para seus alunos, você só
pode dar aula aos pobres que não tem condições de pagar e nem de irem estudar
na cidade. Por isso eu peço que você que saia de minha casa amanhã bem cedo,
pois sei que se você ficar aqui vão continuar a namorar escondido e antes que
algo aconteça é melhor que você vá embora.
- Mas senhor...
- Esta dito, não quero
mais ouvir uma palavra sobre esse assunto.
Nesse momento Izabel
levantou-se chorando e correu para seu quarto, João continuou jantando de
cabeça baixa, e ninguém falou uma palavra ficou um silencio total, João terminou
de jantar e foi dormir. No meio da noite Izabel foi até o quarto de João e o
acordou e beijando-lhe disse:
- Meu amor eu não quero
perder você, vamos aproveitar que meus pais estão dormindo e vamos fugir.
- Você nesse momento não
pode ir comigo Izabel, você não pode fazer nenhum esforço e a viagem é longa,
terá que ficar aqui com eles e cuidar de nosso filho até que eu volte.
- Mas que filho João? Nós
não temos nenhum filho.
- Por favor, amor tenta
entender, eu vou até a cidade conseguir meu diploma e me formar professor, com
meu conhecimento os estudos não serão difíceis, ai eu volto para te buscar, eu
prometo a você. Mas agora você não pode ir comigo, pois esta grávida terá que
ficar e ter nosso filho sem eu estar por perto, juro meu amor farei de tudo
para voltar o quanto antes, pode esperar.
- Eu grávida? Como você
pode saber disso?
- Eu sei, entendo um pouco
dessas coisas. Agora é melhor que você vá para seu quarto, por favor, meu amor
sem discutir comigo, eu voltarei para você.
No dia seguinte João
levantou-se bem cedo arrumou suas coisas e já estava saindo quando Senhor
Geraldo o chamou e disse que era para ele pegar a égua para não ir a pé e lhe
deu um pouco de dinheiro para que pudesse comer por uns dias, depois ele teria
que se virar.
João montou na égua e sem
dizer uma palavra seguiu rumo à capital de Goiás.
Quando senhor Geraldo
voltou para casa dona Helena o chamou no quarto e disse:
- Geraldo se você não
pretendia deixar eles se casarem, porque permitiu que eles namorassem?
- Eu não pensei que isso
iria tão longe.
- Você lembra-se da nossa
primeira vez?
- Lembro você foi até o
quarto dos peões no meio da noite.
- Pois é eu tive que agüentar
calada para não acordar os outros peões.
- Não adiantou nada, eles
estavam acordados.
- Então meu velho, se nós
arriscamos nossos pescoços você acha que esses dois sozinhos lá no rio não
fizeram nada?
- Mas eu falei para eles
não irem ao rio.
- Ta mas você falou isso
para eles depois que João pediu nossa filha em namoro, e além do mais tem muito
mato em volta de nossa casa.
- Mas o João não faria
isso, não faltaria com respeito, não depois de tudo que fizemos por ele.
- Porque você acha que ele
a pediu em casamento?
- Você acha que eles já?
- Se fosse você não teria
feito nada?
- Eu não! Izabel ainda é
uma criança.
- Geraldo quando Izabel
nasceu eu tinha a idade que ela tem hoje, e olha que eu demorei a embarrigar.
- Você tem razão, e agora
o que vamos fazer?
- Agora só temos mesmo é
esperar que ele volte.
- Mas se ele não voltar?
- Ele prometeu a Izabel
que vai voltar.
- Então vamos esperar.
Durante a viagem João
fazia apenas uma refeição por dia, o dinheiro que tinha era pouco então só
podia comer arroz com charque e só uma vez por dia, após quinze dias de viagem
a comida acabou e o dinheiro também, mas mesmo assim ele continuou a sua
viagem.
A fome era tanta que ele
começou a delirar em cima da égua e acabou caindo, como estava muito fraco não
conseguiu montar nela novamente e ficou sentado no chão sem saber o que fazer.
Já sem esperança achando que iria morrer de fome ali mesmo sem ninguém para ajudá-lo
ele deitou-se no chão e fechou os olhos para esperar a morte chegar, ao
encostar o ouvido no chão ele ouviu barulho de trupe e reconheceu que era de
boiada, então ele abriu os olhos e ficou sentado esperando que a boiada não
passasse por cima dele. De repente um peão se aproximou, deu-lhe água e um
bocado de farofa feita com charque. Ficaram por ali até que ele se recuperasse,
passada umas duas horas João já estava bem melhor e pode se levantar e explicar
para os peões o que tinha acontecido e disse que estava indo para Goiânia.
Então o peão o convidou para acompanhá-los na viagem, pois estavam indo para
aqueles lados e ele poderia comer junto com eles e ajudá-los com o gado. João
seguiu viagens com eles, apesar de seus irmãos lidarem com gado ele nunca tinha
feito isso, pois ele só cuidava da administração da fazenda, mas como não se
lembrava de nada e nem sabia montar a cavalo direito teve que se esforçar para
compensar as refeições diárias. Após quase dois meses de viagem eles chegaram a
Goiânia, o chefe dos peões boiadeiros indicou para João a direção até a cidade
e como ele tinha trabalhado muito bem ganhou um pouco de dinheiro também que
daria para ele se manter por uns três dias.
Chegando à cidade ele foi
direto para a escola, procurou a direção e disse que queria estudar, mas como
ele não tinha nenhum documento e nem dinheiro para pagar as aulas não pode se
matricular, ele insistiu muito, mas não teve jeito. Então ele ficou na cidade
procurando emprego, foi até uma pensão e almoçou, depois perguntou ao dono se
ele não tinha trabalho para ele, e falou que precisava estudar e não tinha
dinheiro para pagar, mas sabia ler e escrever e queria dar aulas, mas não podia
dar diplomas, pois não tinha nenhum documento. Tinha um homem tomando café e
ouviu João falando e perguntou:
- Rapaz, você sabe mesmo
dar aulas?
- Sei sim senhor.
- Até que serie você
estudou?
- Eu fiz o segundo grau,
porque o senhor tem emprego pra mim?
- Eu sou professor e dou
aulas particulares, e estou precisando de um ajudante, se você quiser eu farei
um teste com você e se você passar poderá trabalhar comigo, não posso pagar
muito, mas dará para você sobreviver.
João aceitou a proposta, o
homem entregou a ele uma apostila escrita a mão com uma revisão de todas as
matérias e pediu para João ler com atenção, e que depois iria dar-lhe uma prova
para ele fazer. Bastou apenas uma olhada rápida para João se lembrar de tudo,
quando o homem deu a prova ele respondeu tudo com total acerto, pois alem de
ser questões do primário, aquilo para João já estava a quase cem anos
ultrapassado.
O professor ao ver que ele
não errou nada mostrou para ele um questionário com muitas questões e contou
que dava aula a uns peões em uma fazenda e que eles viajavam muito em comitiva,
e então ele explicava as matérias no pouco tempo em que eles ficavam em casa, e
dai entregava o questionário para que eles estudassem durante as viagens e
quando voltavam faziam a prova. João ao ver o questionário viu que as perguntas
estavam todas já respondidas então ele sugeriu ao professor que ele desse
somente as questões e não as respostas, para que os peões mesmo pudessem
responder. O professor explicou que não poderia fazer isso, pois não tinha
tempo para explicar as matérias direito, e assim eles não iriam conseguir
responder nada. João então disse:
- Se o senhor permitir eu
farei uma apostila com as explicações das matérias e com um questionário sem as
resposta, eu garanto que o senhor vai gostar, e ai se o senhor aprovar poderá
usar com seus alunos, eu farei uma bem rápido e se o senhor gostar faremos
outras.
O professor concordou e
entregou para João uns livros, papel e caneta e disse para ele não demorar,
pois tinha muita coisa para fazer e não podia perder tempo. João fez uma pequena
apostila com explicações das matérias e mostrou para o professor, ao ver o que
ele tinha feito o professor disse que gostou, mas que ele teria que fazer várias
apostilas e maiores com mais matérias, e que eles não teriam tempo para isso.
João então lhe disse que se fizesse apenas uma apostila, pois como os peões
ficavam muito tempo viajando eles poderiam copiar um do outro assim aprenderiam
melhor.
O professor disse a João
que ele tinha dez dias para fazer a apostila completa e que se desse certo ele
usaria esse método com todos seus alunos.
João fez a apostila e
mostrou para o professor e disse que só com o fato deles copiarem iram aprender
tudo muito mais rápido. Assim fizeram, arrumaram o material e foram para a
fazenda ensinar os peões, ao chegarem à fazenda João sentiu algo estranho, era
como se já conhecesse aquele lugar, quando chegaram na porta do escritório da
fazenda um rapaz que estava ali olhou para João e disse:
- Pedro! Pedro é você
mesmo? Você voltou!
O rapaz o abraçou e depois
saiu correndo e gritando:
Pai! Mãe! Venham ver o
Pedro voltou!
Nesse momento saiu do
escritório uma moça e abraçando João e chorando disse:
- Pedro, meu irmão você
voltou, enfim a felicidade voltará a reinar em nossa família, depois que você
sumiu só existia tristeza e desanimo por aqui, graças a Deus você esta de
volta.
De repente chegou um homem
tremendo e chorando muito, abraçou João que agora era Pedro e disse:
- Meu filho, não faz mais
isso com a gente, de agora em diante você está proibido de sair de perto de sua
família.
Ai o homem se virou e
disse:
- Parem tudo! Hoje e
feriado aqui na fazenda, matem um boi, vão buscar vinho e cachaça e tragam um
gaiteiro também, hoje é dia de festejar, o meu filho voltou trazendo de volta a
paz e a alegria para nosso lar.
Nesse momento os irmãos de
Pedro o levantaram e sairão gritando:
- Viva Pedro voltou! Viva Pedro
voltou!
E o levaram até a casa no
quarto de sua mãe que estava doente, o colocaram ao lado da cama, ela chorando
e sorrindo ao mesmo tempo estendeu a mão para ele e falou:
- Meu filho, você voltou
para sua mãe, eu estava te esperando.
Pedro chorando abraçou sua
mãe e mesmo não se lembrando de nada, mas sentindo que eles eram mesmo sua
família disse:
- Mãe eu voltei e prometo
que jamais abandonarei vocês de novo.
Depois ele abraçou seu pai
e disse:
- Pai eu sinto que vocês
são minha família, mas eu não me lembro de nada, por isso eu peço que meus
irmãos se apresentem para mim, pois eu não me lembro deles.
Assim Pedro fez, foi
abraçando um a um quando chegou ao ultimo que era o mais velho sentiu um
arrepio, então ele olhou nos olhos do irmão e começou a se lembrar do tiroteio
e do momento em que seu irmão levou um tiro. Então falou:
- Eu estou lembrando-se de
você, o que aconteceu aquele dia? Quem atirou em você?
Seu irmão respondeu:
- Foram uns peões que nós
impedimos que brigassem com o pai do seu bisavô o João Severino.
- E como você sobreviveu?
- Com o tiroteio o cavalo
se assustou e saiu disparado, como não tinha ninguém guiando ele veio para aqui
em casa; e você o que aconteceu?
- Primeiro me diz, onde
está o santo?
- Nós entregamos o santo
para João Severino e pedimos para ele entregá-lo a seu bisneto.
- Agora conta Pedro, o que
aconteceu com você?
- Quando eu cai da carroça
eu bati com a cabeça em uma pedra e desmaiei, quando acordei não me lembrava de
nada, sentia uma enorme dor de cabeça e estava todo sujo de sangue, sai sem
rumo segui um rio aonde encontrei uma moça, falando nisso eu preciso voltar lá,
pois preciso me casar ela está esperando um filho meu, e eu prometi a ela que
voltaria para buscá-la assim que tivesse condições de sustentá-la.
- Agora você tem condições
Pedro, você é muito rico, você poderá ir buscá-la assim que se recuperar da
viagem. Agora vamos festejar sua volta, depois preparamos uma comitiva para
acompanhar você até onde está sua futura esposa.
Assim festejaram o dia e a
noite inteira, no outro dia Pedro ajudou o professor a explicar a apostila para
seus irmãos. Apos uma semana eles se prepararam para ir buscar Izabel.
Pedro ficou por dentro de
toda a riqueza que tinha, chamou seu pai e disse:
- Pai eu não irei trazer
somente a Izabel, mas também os pais dela, pois é uma família muito pobre e
quando precisei eles me ajudaram mesmo sem saber quem eu era.
- Meu filho tudo que temos
é seu, faça o que achar melhor.
Então partiram em nove
pessoas, Pedro quatro irmãos e quatro peões, pois só assim seu pai permitiu que
ele o viajasse não queria perde-lo novamente.
Em poucos dias de viagem
encontraram no caminho uma boiada, ao ver o líder da comitiva Pedro o
reconheceu era o peão que o havia ajudado quando ele estava quase morrendo de
fome, então Pedro perguntou a ele para aonde estavam indo? Eles estavam indo
para perto de onde Pedro estava indo, então ele disse:
- O senhor aceita nossa
ajuda para conduzir o gado? Pois meus irmãos sabem lidar com gado e estamos
indo para aquela região.
O peão respondeu:
- Sinto muito, mas não
posso aceitar a ajuda de vocês, pois não tenho como paga-los, apesar de estar
precisando e eu também não tenho como sustentá-los, pois a comida que tenho é
pouca, poderíamos até dividir com uma pessoa, mas com nove não da, me
desculpem, espero que vocês entendam.
- Nós não queremos receber
nada e também temos nossa comida, só iremos ajudá-lo a conduzir o gado, você
não terá gasto nenhum com a gente.
- Pedro porque isso?
Perguntou seu irmão.
- Esse é o homem que me
ajudou quando eu estava quase morto, ele me alimentou e me ajudou a chegar até
Goiânia.
O irmão de Pedro olhou
para o peão boiadeiro e disse:
- Sendo assim meu senhor
nós iremos ajudá-los e não cobraremos nada por isso, pois nós temos bastante
comida e dinheiro e estamos indo para o mesmo lado e não custa nada ajudá-los
com o gado.
- Sendo assim, seja bem
vindos a minha comitiva.
Assim seguiram viagem,
passaram-se alguns meses e chegaram ao destino da boiada, entregaram o gado e depois
foram todos até uma boate, beberam e festejaram a noite toda. Pedro não festou
muito, pois estava ansioso para reencontrar Izabel e conhecer seu filho.
No dia seguinte se
despediram dos peões boiadeiros e seguiram viagem até a casa de Izabel ainda
faltavam dois dias para chegarem lá, Já havia se passado um ano desde que Pedro
tinha deixado Izabel, então seu filho estaria com três meses agora. Ao chegarem
a casa, Izabel estava ajudando sua mãe na cozinha, a principio ela levou o
maior susto ao ver aqueles homens a cavalo em frente da casa, mas logo viu
Pedro, então suspirou e disse para sua mãe:
- Mãe é João! Ele voltou
para me buscar.
E saiu correndo para encontrá-lo,
Pedro já havia decido do cavalo ela o abraçou e disse:
- João meu amor você
voltou, eu sabia que você ia voltar para me buscar.
Nesse momento o pai de
Izabel apareceu na porta apontando uma espingarda para Pedro, então os seus
irmãos e os peões sacaram suas garruchas e apontaram para o homem que ficou
assustado com tantas armas na sua frente. Pedro ao ver aquilo olhou para eles e
disse:
- Abaixem essas armas esse
homem é o pai de Izabel meu futuro sogro.
Todos abaixaram as armas,
menos o senhor Geraldo que olhou para Pedro e disse:
- Você desgraçou a vida da
minha família! O que veio fazer aqui?
- O senhor que me mandou
embora e não aceitou que eu me casasse com sua filha por não ter como sustentá-la,
agora sou um homem rico e vim buscá-la e o senhor e sua esposa também, quero
que venham morar comigo na minha fazenda lá em Goiânia.
Nesse momento o homem
abaixou a espingarda e falou:
- Como é que você em menos
de um ano ia comprar uma fazenda em Goiânia? O que você andou aprontando?
Porque ninguém fica rico assim tão rápido.
- Eu encontrei minha
família, meu pai é criador de gado e tem uma mina de pedras preciosas em Minas
Gerais.
- Então isso explica você
não saber lidar com enxada. Pois bem então entrem, venha conhecer seu filho,
depois conversamos.
Pedro entrou correndo na
casa, pegou seu filho que estava no colo de dona Helena o abraçou chorando,
ergueu dizendo:
- Esse é meu filho, ele
nunca passará fome ou sede, será um grande homem, nunca será humilhado e será
um homem de respeito e respeitado por todos.
Pedro abraçou seu filho e
a sua amada Izabel e disse:
- Senhor Geraldo prepare
tudo, arrume a carroça e vem morar com a gente em Goiânia, lá o senhor e sua
esposa não vão mais precisar trabalhar, e terá tudo que precisar será
registrado como empregado da fazenda para poder ter direito a benefícios do
governo, e receberá um salário sem ter que trabalhar mais na roça, a não ser
que o senhor queira é claro.
- Mas João como você
encontrou sua família? Você saiu daqui sem lembrar-se de nada, nem sabia se
tinha família, será que você não esta enganado? Ou exagerando? Eu não quero me
arriscar abandonando tudo assim.
- Senhor em primeiro lugar
meu nome é Pedro depois não há engano nenhum eu me lembrei de tudo.
- Então tudo bem nós
iremos com você, partiremos depois de amanhã para eu ter tempo de arrumar as
coisas por aqui.
Três dias depois eles
partiram para Goiânia, onde viveram muito felizes por três anos.
Pedro teve mais um filho,
ele dividiu a fortuna de seu pai com toda sua família e dividiu a parte dele
com sua esposa e seus filhos, pois sentia que a qualquer momento poderia voltar
para o futuro.
Certo dia toda sua família
estava reunida na beira do rio brincando na água. Pedro estava deitado na grama
todo feliz, ele acabou dormindo, seu filho mais velho que agora estava com três
anos, pegou uma caneca com água e brincando jogou a água no rosto de Pedro que
acordou assustado dizendo:
- Ana, Ana, Ana.
Izabel correu até ele sem
entender nada e perguntou:
- Pedro quem é Ana?
Ele não respondeu nada
começou a olhar em volta dizendo:
- Ana, Ana.
E saiu andando sem rumo.
Izabel ficou desesperada e
gritou chamando os irmãos de Pedro, que vieram correndo para ver o que estava
acontecendo, quando viram Pedro disseram:
- Izabel o seu Pedro não
existe mais ele voltou para o futuro, esse agora é o nosso irmão que voltou a
ser como era quando tinha quatro anos de idade.
ALMA IMORTAL PARTE III
No futuro João foi levado
para o hospital após ter sofrido o acidente de moto, os médicos fizeram
curativos e tiraram raio-x e viram que ele não tinha quebrado nada, mas ainda
estava desacordado, esperaram ele acordar e depois perguntaram seu endereço,
mas ele só falava:
Ele não respondeu nada
começou a olhar em volta dizendo:
- De mamãe, de mamãe, de
mamãe?
O médico vendo que ele não
ia responder resolveu olhar seus documentos para poder entrar em contato com
seus familiares, ao ver os documentos de João o médico ficou abismado, pois
aquele rapaz ali parecia um doente mental, impossibilitado de qualquer
responsabilidade, no entanto tinha todos os documentos até carteira de
habilitação e pela assinatura tinha uma ótima caligrafia, então ele ligou para
a família de João e comunicou o acontecido, e pediu para que a mãe fosse vê-lo,
pois o rapaz só chamava pela mãe.
Enquanto sua mãe não
chegava uma enfermeira resolver agradar o rapaz, pois ele chorava como uma
criança pequena, ela começou a falar com ele para consolá-lo dizendo que sua
mãe já estava vindo, ele parou de chorar e ficou olhando para ela, a enfermeira
começou a fazer careta e ele começou a rir então ela notou que ele tinha todas
as características de uma criança, então arrumou uns brinquedos e deu para ele
se distrair.
Quando sua mãe chegou, ela
olhou para ele assustada e disse:
- João meu filho o que
aconteceu? Você está muito machucado?
Ao ver aquela estranha em
sua frente falando sem para e ainda por cima com um cara feia, João sem
entender nada, ficou assustado e começou a chorar. Sua mãe a ver aquilo
perguntou ao médico:
- O que é isso doutor? O
que aconteceu com ele?
- Não sei minha senhora,
ele acordou aqui assim, chorando muito e chamando " mamãe, mamãe. "
Nesse momento chegou a
enfermeira e começou a adular o rapaz. Depois que ele parou de chorar ela olhou
para a mãe de João e disse:
- A senhora é a mãe dele?
- Sou sim, mas o que
aconteceu com ele? Porque ele esta chorando assim desse jeito?
- Pelo que eu percebi ele
está agindo como uma criança de mais ou menos dois ou três anos de idade, isso
já aconteceu senhora?
Perguntou a enfermeira.
- Não não nunca, ele é um
rapaz normal, ele trabalha de pedreiro tem estudos e vários cursos.
- Então ele deve ter
batido com a cabeça, terá que fazer exames, mas por enquanto quando a senhora
for falar com ele o trate como a senhora fazia quando ele tinha dois anos assim
ele ficara mais calmo.
Ana a namorada de João
voltou para casa chorando muito e discutiu com o seu pai, disse que João tinha
ido embora por culpa dele e se ela perdesse o namorado por causa dele nunca
mais falaria com ele,
Ai correu para o quarto,
deitou-se na cama e chorou tanto que todos da casa ouviam seu choro e ficaram
preocupados, sua mãe foi até o quarto bateu na porta, mas Ana não abriu, ela
acabou adormecendo.
Quando acordou Ana pegou o
telefone e ligou para João, mas ninguém atendeu, pois estavam todos no
hospital. Depois de tentar em vão por mais de meia hora, Ana desistiu e voltou
a chorar, sua mãe voltou a bater na porta, ela se levantou abriu a porta
e voltou para a cama, sua mãe sentou-se ao lado dela na cama e vendo seus olhos
vermelhos de tanto chorar perguntou:
- Você ama esse rapaz
tanto assim?
- Mais que tudo em minha
vida. (nesse momento o pai de Ana se encosta na porta do quarto e fica ouvindo
elas conversarem). Mãe a senhora sabe que eu nunca fui namoradeira, os
namorados que tive nunca significaram nada pra mim, mas o João é diferente ele
é sincero, gosta de mim de verdade, é carinhoso, não é abusado e nem sabia que
eu era rica, eu o amo demais.
Sua mãe então disse:
- Se é assim liga para ele
minha filha, se ele te ama mesmo ele vai te entender.
- Eu já liguei varias
vezes, mas ninguém atende, eu acho que ele não quer mais falar comigo, pois eu
escondi dele quem eu sou de verdade e depois se ele ouviu o que o pai falou ele
nunca mais vai querer me ver de novo.
- Mas minha filha se vocês
se amam tanto, nada vai impedir de vocês ficarem juntos, nem que para isso você
tenha de abrir mão do luxo que você tem aqui com a gente.
Nesse momento o pai que
estava atrás da porta ouvindo tudo disse:
- Amanhã de manhã nós
iremos a casa dele, eu falarei com ele e pedirei desculpas, já que ele é tão
importante assim para você minha filha.
- Vamos agora: Disse Ana.
- Agora está chovendo
muito e já é tarde, eles já devem estar dormindo, amanhã ele vai estar mais
calmo, e você precisa dormir para ficar melhor, pois com esses olhos vermelhos
como estão não é bom você encontrar-se com ele.
- Tudo bem; disse Ana,
então iremos amanhã bem cedo.
No dia seguinte eles
levantaram cedo, pai e filha conversaram bastante e se entenderam e foram para
a casa do João, chegando lá bateram palmas chamaram, mas ninguém atendia, pois
não havia ninguém em casa, o vizinho os vendo eles insistindo tanto, foi até
eles e disse que estavam todos no hospital porque o rapaz tinha sofrido um
acidente na noite anterior. Nesse momento Ana foi chorando para o carro, o pai
dela agradeceu o vizinho e foi até o carro e disse para Ana:
- Calma filha, vamos até o
hospital ver o que podemos fazer por ele.
- Ver o que podemos fazer
não, temos que fazer de tudo por ele, para começar vamos tirar ele daquele
hospital publico e levá-lo para uma clinica particular, afinal ele sofreu o
acidente depois que saiu lá de casa, se ele não tivesse escutado nossa
conversar, ele não tinha ido embora e nada disso teria acontecido, se algo ruim
acontecer com o João eu jamais perdoarei o senhor.
- Não vai acontecer nada
filha, vamos tirá-lo daquele hospital e cuidaremos pessoalmente dele.
Quando chegaram ao
hospital a mãe de João estava sentada na sala de espera chorando muito Ana foi
até ela chorando pegou em sua mão e perguntou:
- Como está o João? O que
aconteceu? Porque a senhora está chorando tanto?
- Calma moça; disse a mãe
de João. Ele está bem só perdeu a memória, não se lembra de nada do que
aconteceu nos últimos vinte anos, meu filho agora é uma criança de três anos de
idade, eu não sei o que fazer, pois não temos condições financeiras para fazer
nada.
- Não se preocupe com isso
nós vamos tirá-lo daqui e vamos levá-lo para ser tratado pelos melhores especialistas,
ele ficara bom logo.
Levaram João para uma
clinica especializada, fizeram todos os tipos de exames, mas não descobriram
nada, levaram ao psiquiatra tentaram hipnose, curandeiros, médiuns, mas foi
tudo em vão e então desistiram, mas Ana estava todos os dias com ele, sempre o
acompanhando onde quer que João fosse. A mãe de João todos os dias reunia um
grupo de pessoas para fazer orações, eles rezavam em volta dele e resolveram
falar com um padre para benzer João,
O levaram em uma igreja e
ficaram orando enquanto o padre preparava a água benta em uma pequena tigela,
João ficava olhando achando que o padre estava preparando algo para ele beber,
o padre se aproximou de João e começou a orar ele fez o sinal da cruz em João,
e molhou com uns bocados de ramos, nesse momento João abriu a boca achando que
o padre ia colocar algo em sua boca, o padre molhou bem os ramos e espirrou
água benta no rosto dele ele que não esperava aquilo levou um grande susto e
caiu de costa, todos correram para levantá-lo, João olhou para todos e
perguntou:
- O que está acontecendo?
Olhou para Ana e
perguntou:
- Ana o que está
acontecendo? O que você está fazendo aqui? Porque estou em uma igreja? O
que estão fazendo comigo?
Ana abraçou João chorando,
enquanto isso as pessoas oravam muito agradecendo a Deus e acreditando que
tinha acontecido um milagre, então Ana disse:
- João, meu amor você
voltou ao normal, você estava muito estranho meu amor, você não conhecia
ninguém, não sabia falar nada só chamava por sua mãe e quando ela falava com você,
você chorava como um neném parecia não conhecê-la, ninguém sabe o que aconteceu
com você.
- É mais eu sei.
João se levantou e disse:
- Vamos para casa eu tenho
algo para resolver.
Chegando em casa João foi
logo perguntando para seu pai:
- Pai no passado foi
entregue a um parente nosso uma imagem de Santo Antonio que era para ser passada
de geração a geração até que o verdadeiro dono pedisse o santo, o senhor
recebeu esse santo?
- Como você sabe disso? Eu
nunca falei nada para ninguém sobre isso.
João todo contente
perguntou ao pai?
- Então o senhor recebeu,
onde está?
- Não meu filho eu não
recebi, o meu pai entregou o santo para meu irmão mais velho.
- Mas era para entregar
para o filho caçula, porque ele entregou para o filho mais velho?
- Não sei João, talvez ele
se enganou e entregou para o filho mais velho.
- Mas Pai o senhor não era
o caçula? Ele tinha que entregar para o caçula, onde mora esse meu tio? Vamos
até ele, pois eu quero o meu santo.
- Meu irmão faleceu no ano
passado, então ele deve ter entregado o santo para um dos seus filhos, mas eles
moram em Porto Velho no estado de Rondônia e nós não temos a menor condição de
ir lá agora.
João sentou no sofá,
colocou as mãos no rosto e disse:
- Então todo meu esforço
foi em vão.
Ana se abaixou em frente a
ele e falou:
- Meu amor eu não sei o
que está acontecendo, mas eu estou aqui para te ajudar no que você precisar, se
é tão importante para você ir para Rondônia eu irei falar com meu pai e ele vai
nos ajudar.
- Mas Ana seu pai não
gosta de mim.
- João eu falei com ele e
ele se arrependeu do que disse e resolveu aceitar nosso namoro, ele até ajudou
a cuidar de você no hospital.
- Tudo bem meu amor, se
ele me ajudar prometo pagar tudo assim que voltar, mas Ana tem uma coisa que
você tem que saber, para você eu fiquei assim, estranho como uma criança por
algumas semanas, mas para mim foram vinte anos sem ver você, e muita coisa
aconteceu comigo nesse tempo depois eu explico tudo direitinho para você,
primeiro quero ir buscar o meu santo.
Ana foi para casa toda
feliz e contou para seu pai que João tinha voltado ao normal e que estava tudo
bem com ele, só que tinha um problema. João voltou ao normal perguntando de um
santo que o tataravô dele ganhou há quase cem anos atrás, que era para ser
passado de geração em geração e deveria ser entregue ao pai de João, só que foi
parar com um tio dele.
O pai de Ana disse:
- Então não tem problema
nenhum e só ir a casa desse tio e pedir o santo.
- Ai que está o problema
esse tio mora em Rondônia e ele não tem condições financeira de ir até lá.
- É esse o problema? Mas o
que podemos fazer?
- Eu falei para o João que
ia falar com o senhor para o senhor emprestar o carro para nós e um pouco de
dinheiro para que possamos ir até la.
- Mas filha ele já voltou
ao normal, não temos mais que ajudá-lo, já fizemos tudo que foi possível por
ele agora ele tem que se virar sozinho.
- Pai o que fizemos por
ele de nada adiantou, pois ele ficou curado na igreja e eu prometi ajudá-lo,
depois ele disse que pagará tudo quando voltar. Nós precisamos ajudar é muito
importante para ele fazer essa viagem.
- Mas filha você quer ir
junto com ele?
- É claro! Pois quase o
perdi uma vez não quero correr o risco de perdê-lo novamente, aonde ele for eu
vou junto.
- Ana Rondônia fica muito
longe, uma viagem dessas sai muito cara e é demorada, você meu anjo nunca ficou
mais de dois dias fora de casa, e de carro até lá leva uns cinco ou seis dias
só de ida.
- Não importa pai com ou
sem a ajuda do senhor ele vai, e eu vou junto.
- Tudo bem então eu vou
ajudar, não vou abandoná-la, mas para que você não fique fora muito tempo vou
comprar passagens aérea para vocês dois.
- Pai não é só nós dois, o
pai dele tem que ir junto para resolver o problema.
- Ta bom então que sejam
três passagens de ida e volta, depositarei um dinheiro extra na sua mesada,
está bom assim?
Ana pulou nos braços do
pai beijo-o e agradeceu muito, depois correu ao telefone e ligou para João e
contou que iriam de avião para Rondônia. João ao ouvir a noticia falou:
- Mas Ana, o santo tem um
metro de altura e pesa mais de cem kilos, poderá dar problema para trazê-lo de
avião, poderão desconfiar de alguma coisa e quererem quebrar o meu santo.
- Bom meu amor meu pai não
quer que a gente vá de carro, pois é muito demorada essa viagem, vou falar com
ele para ver o que podemos fazer.
- Ana já que seu pai vai
nos ajudar, diga a ele que estou indo ai para conversar com ele assim ele
entendera melhor a importância desse santo.
João desligou o telefone
chamou um táxi e foi para a casa de Ana. Quando ele chegou ao portão daquela
grande mansão, já tinha um segurança esperando por ele.
- Entra senhor João o
senhor Gerson está lhe esperando.
Ao chegar à porta da casa
o pai de Ana estava esperando e foi dizendo:
- Seja bem vindo rapaz,
você nos pregou um grande susto, seja bem vindo em minha casa.
João cumprimentou o homem
e disse:
- É eu fiquei sabendo que
o senhor gastou um bom dinheiro comigo, mas eu vou lhe pagar tudo muito em
breve.
- Você não tem que pagar
nada só o fato de você estar fazendo minha filha feliz já me deixa muito
contente. Mas mudando de assunto, minha filha disse que você tem que ir para
Rondônia buscar um santo e que ele tem um metro de altura e pesa mais de cem
kilos, de que é feito esse santo de chumbo maciço? Para pesar tanto assim.
João foi logo falando:
- Não senhor, o santo é
feito de barro, mas está recheado de ametistas.
- Ametista! Então esse
santo vale milhões; disse senhor Gerson assustado.
- Sim senhor, e por isso é
tão importante que eu vá buscar esse santo, pois com o que tem nele eu serei um
homem muito rico e assim terei permissão do senhor para me casar com sua filha.
- Pois se é só para se
casar com minha filha, você não precisa daquele santo, para mim não importa se
você é rico ou pobre, estudado ou analfabeto, o que me importa é que você goste
de verdade da minha filha, mas você há de concordar comigo que com minhas
condições financeiras a possibilidade de alguém querer dar o golpe do baú é
muito grande, e isso só iria fazer minha filha sofrer muito, mas esse não é o
seu caso, pois quando vocês se conheceram e começaram a namorar você não sabia
que ela era rica, só que eu não sabia disso por isso falei aquilo que você
ouviu aquele dia em que você veio aqui, mas se você se colocar no meu lugar
você vai entender. Agora eu acredito em você e farei de tudo para vocês ficarem
juntos e serem felizes, você não precisa daquele santo.
- Tudo bem senhor Gerson,
desculpa a minha ignorância mas aquele santo me pertence e eu tenho que ir
buscá-lo, além disso eu prefiro ter minha independência pois se tenho
como ser rico não quero ficar dependendo do senhor.
- Você está certo, eu vou
mandar um caminhão para Porto Velho e quando ele chegar lá o motorista me liga
dai vocês vão de avião e mandão o santo de caminhão e voltam de avião, assim
fica mais fácil.
Enquanto o caminhão seguia
viagem para Porto Velho João e seu pai se preparavam para a primeira viagem de
avião. Antes de viajarem João ligou para seu primo que estava com o santo
avisando que iria visitá-lo mas não falou nada sobre o motivo da visita.
Quando chegaram em Porto
velho foram visitar todos os parente que lá moravam, foram ao cemitério visitar
o tumulo do tio de João e por ultimo foram a casa do primo Marcos que estava
com o Santo Antonio, foram muito bem recebidos pelo primo conversaram bastante
tomaram café, então o pai de João falou:
- Marcos como você é o
filho mais velho do meu irmão ele deve ter entregue a você uma imagem de Santo
Antonio, você ainda tem ela?
- Porque?
- Por que meu pai fez
confusão o santo era para ser entregue para o filho mais novo e ele entregou
para o mais velho, e agora meu filho pediu o santo dizendo ser o verdadeiro
dono dele, eu nunca tinha falado nada do santo para ele.
O rapaz olhou sério para o
tio e disse:
- E como vou saber se o
senhor não falou nada para ele sobre o santo? Afinal o senhor sabia da
existência dele.
O homem olhou para João e
depois para o rapaz, então João falou:
- Nós não temos como
provar nada.
O rapaz olhou para João e
perguntou:
- Qual é o nome do
primeiro dono do santo?
- João Severino.
- E como ele conseguiu o
santo?
- Uns peões boiadeiros
entregaram para o pai dele entregar a ele.
- Tudo bem então eu
acredito, esperem um pouco vou buscar o santo.
Quando o rapaz saiu João
preocupado levantou foi até a porta olhou para Ana e o pai e pediu para eles
esperarem do lado de fora.
O pai dele perguntou:
- O que está acontecendo
filho?
- Pai o santo pesa mais de
cem kilos não tem como ele trazer sozinho.
O rapaz volta rindo e com
uma mala na mão diz:
- Eu sabia que vocês iam
ficar com medo, mas não se preocupem só fui buscar essa mala que veio
acompanhada do santo.
- Mas não existe mala, o
santo estava sozinho!
- Você não sabia mas essa
mala te pertence, senta aqui e abre ela, será o ultimo teste para saber se o
santo é seu mesmo.
João abriu a mala e nela
havia muitos papéis e por cima tinha um envelope escrito ( Para João Carlos
Severino ) então João abriu o envelope e nele tinha uma carta que estava
escrita; ( João está carta pertence a você, mas nos outros papéis você não deve
mexer devem ser entregue para sua mãe com as seguintes recomendações, ela não
deve abrir, um dia alguém vai ligar para ela e dizer para ela abrir essa mala,
quando isso acontecer você saberá o que tem dentro dela... Faça bom proveito do
santo. Grata. )
Ao terminar de ler a carta
João deu a carta ao primo, mas ele disse:
- Não João eu já sei o que
está escrito ai.
João achou estranho, mas
não disse nada. Chamou seu pai e Ana mandou chamar o caminhoneiro para pegar o
santo, despediram-se do primo e foram para um hotel descansar pois tinham que
viajar no dia seguinte bem cedo, no hotel João pediu três quartos um pra cada
um. Ana achou estranho pois estavam sem namorar a vários dias achou que iriam
ficar no mesmo quarto para ficarem juntos um pouco, mas João não tomou
iniciativa nenhuma, Ana não falou nada.
Todos se acomodarão em
seus quartos, tomaram banho, jantaram e foram dormir, quando João estava se
preparando para deitar Ana bate em sua porta, João abriu a porta Ana entrou e
começaram a conversar, Ana percebeu que ele estava estranho, não estava
prestando muita atenção no que ela falava, então ela falou:
- João você está bravo
comigo? Pois desde que você voltou ao normal não falou nada sobre o nosso
namoro, mais quero que você saiba meu amor, eu te amo muito e que nunca, jamais
vou desistir de você; o que está acontecendo com você João? Me conta meu amor.
João se aproximou dela,
pegou em suas mão e disse:
- Ana minha querida e
amada, para você eu fiquei estranho só por algumas semanas, mas para mim meu
amor, se passaram 20 anos.
João contou-lhe toda a
história desde o principio,
mas quando chegou na parte
em que conheceu Izabel ele ficou em silencio pensando, " eu nunca mais
irei ver a Izabel, pois voltei para o futuro que é meu lugar " nesse
momento uma lagrima escorre por sua face ele se aproxima de Ana e a beija, Ana
o abraça firme e deitando por cima dele começa a beijá-lo e a massagear o seu
membro com sua vagina ate que João fica excitado, então ela tira o membro dele
pra fora da calça puxa sua calcinha para o lado e o faz penetrá-la.
João vendo todo o tesão
dela se anima deita por cima dela e sem tirarem uma peça de roupa fazem amor
loucamente, depois tiram a roupa e dormem abraçados exaustos.
No dia seguinte acordaram
bem cedo e retornaram para sua cidade, ao chegarem João foi direto para a casa
de Ana conversar com o pai dela:
- Senhor Gerson, o Santo
Antonio já está a caminho e assim que ele chegar vou começar os preparativos
para me casar com sua filha.
- Eu já lhe disse João
você não precisa do santo para se casar, se você quiser pode começar os
preparativos agora mesmo, além do mais eu já preparei para vocês como presente
de casamento uma ótima casa já toda mobiliada e faço questão de preparar a
festa toda, pois a Ana é minha única filha e é o pai da noiva que da a festa, o
noivo não deve se preocupar com essas coisas; portanto já que você faz questão
de ficar rico deixa para fazer depois de vocês já estarem casados e morando em
sua casa, vai ser melhor assim João, ai você não vai se estressar e fará tudo
com calma.
- Tudo bem então senhor
Gerson já que o senhor faz tanta questão assim faremos como o senhor desejar.
- Deixa os preparativos do
casamento com a gente vocês só terão que assinar os papéis na igreja e no
cartório, e convidar os padrinhos é claro.
João deixou tudo por conta
deles, explicou os detalhes que ele queria em seu casamento, e foi para casa
contar as novidades aos seus pais. João explicou para sua mãe sobre a mala que
ela iria receber, disse que seu pai sabia de tudo e o que ela deveria fazer com
a mala.
O dia do casamento chegou,
foi tudo muito bonito, tinha muitos convidados, guloseima, churrasco, chope,
champanhe e muitos fogos de artifícios, tudo feito ao ar livre em uma noite de
lua cheia, céu limpo e estrelado, contrataram o melhor grupo de musica
sertaneja do país e festejaram o casamento a noite toda.
No dia seguinte João e Ana
estavam muitos cansados, pois já faziam quase 24 horas que eles não dormiam,
então se despediram dos poucos convidados que ainda restavam, entraram em uma
limusine branca e foram curtir a lua de mel em seu novo lar. Ao chegarem em casa
João olhou para o Santo Antonio que ele tinha colocado no meio da sala e disse
para Ana:
- Amor vamos quebrar esse
santo?
- Você é quem sabe João.
João foi até o santo e o
empurrou para trás, ao cair o santo quebrou em vários pedaços espalhando as
pedras preciosas por toda a sala, Ana ficou de boca aberta, pois nunca tinha
visto tantas jóias. João vendeu quase todas as pedras e se tornou milionário,
resolveu ir para Goiás comprar uma fazenda de gado pois era o que ele sabia
administrar. Ao chegar em Goiás João foi direto até a fazenda que era do seu
pai no passado, pois queria ver se conhecia alguém, ao chegar no escritório da
fazenda viu que estava tudo igual sentiu-se como estive em casa, mas não
conhecia ninguém então perguntou a uma senhora quem era o dono da fazenda? A
mulher chegou até ele e disse:
- O dono é meu avô, mas
quem administra sou eu, porque?
- Qual é o nome do seu
avô?
- Ele se chama Sandro.
- Posso falar com ele?
- Meu avô está muito
velhinho não sei se ele poderá atende-lo, se o senhor esperar um pouco vou ver
se ele está acordado.
A mulher entrou na casa
grande foi até seu avô e disse:
- Vô tem um homem lá no
escritório que insiste em falar com o senhor.
- Eu já estava esperando
esse homem, traga ele até aqui por favor.
Quando João chegou até o
velhinho ficou admirado, pois ele estava forte e lúcido e estava com 85 anos de
vida. João chegou perto dele e seu corpo estremeceu, então João não se conteve
e abraçou forte o velho, pois apesar dele ser 60 anos mais velho aquele senhor
era seu filho; depois o homem olhou para João e disse:
- Eu sei que o senhor quer
comprar a minha fazenda, mas eu não posso vender, como o senhor pode ver eu
tenho filhos, netos e bisnetos e já fiz meu testamento dividindo tudo entre
eles.
- Mas Sandro, eu cuidei de
você no começo de sua vida e não pude continuar a cuidar de você, agora eu
tenho a oportunidade de terminar, então eu quero que você venha morar comigo
para que eu possa cuidar de você.
- Não se preocupe comigo,
como já disse eu tenho filhos e netos que não vão me deixar desamparado , eu
não posso vender a fazenda e não posso dar maiores explicações mas breve você
entenderá tudo.
- Se você prefere assim,
eu vou comprar a fazenda ao lado assim ficarei mais perto de você.
- O senhor faz o que achar
melhor, enquanto isso você fica aqui em casa, minha neta vai te mostrar o seu
quarto.
A neta de Sandro levou
João até o quarto de hospede e depois foi falar com seu avô.
- Vô eu não entendi nada
da conversa de vocês, mas me diga uma coisa, porque chamava ele de senhor e ele
o chamava de você? Sendo que o senhor é bem mais velho que ele não deveria ser
ao contrario?
Sandro explicou toda a
história para a neta.
João ficou por ali por
alguns dias, comprou a fazenda vizinha contratou funcionários de confiança de
Sandro e voltou para casa, pois estava morrendo de saudades de sua esposa.
Ao chegar em casa foi
recebido com muita alegria por Ana que se jogou em seus braços e disse:
- João meu amor eu tenho
uma novidade para te contar.
Ana começou a passar a mão
na barriga olhando para João.
João disse:
- Não me diga...
- Digo sim.
- Um bebê?
- Sim um bebê.
João abraçou Ana e a
beijando e girando ela no ar a pegou no colo e levou-a para o quarto, colocou
ela na cama e beijando sua barriga disse:
- Este filho será
nosso reizinho, prometo que ele não passará nenhuma dificuldade será respeitado
por todos, será muito educado e inteligente e um dia se tornará o dono do
mundo.
Ana toda feliz passava a
mão nos cabelos de João que acabou adormecendo.
João montou o quarto do
seu futuro herdeiro com tudo que uma criança sonha ter, e que ele não teve nas
suas duas infâncias.
Enquanto o tão esperado
herdeiro não chegava João trabalhou bastante, investiu parte de sua fortuna em
ações, montou uma transportadora para facilitar o transporte dos produtos de
suas fazendas e dos fazendeiros da região, comprou um prédio inteiro no litoral
à beira da praia e mobiliou a cobertura para ele e sua família, comprou aviões,
helicópteros e também varias fazendas de gados.
João sempre estava
acompanhado de sua esposa, pois queria acompanhar de perto toda a gravidez de
Ana. No oitavo mês de gestação, Ana passou mal e foi levada as pressas para a
maternidade. Os médicos fizeram vários exames e concluirão que Ana teria que
fazer uma cesárea o quanto antes, pois o bebê estava correndo risco de
vida.
João estava na sala de
espera andando de um lado para o outro muito aflito e preocupado com Ana e seu
filho, os médicos vieram até ele e para poderem conversar com João tiveram que
lhe dar um calmante, só assim pôde explicar o que estava acontecendo e o que
iriam fazer, depois prepararam uma equipe medica para fazer a operação.
Ana sempre foi uma pessoa
saudável, ia ao médico somente para fazer os exames de rotina, nunca quebrou
nada nem mesmo se cortou, nunca precisou tomar anestesia pra nada. Então quando
os médicos lhe aplicaram a anestesia, seu corpo reagiu mal, ela começou a
tremer e seu corpo ficou todo vermelho e ela se batia muito, os médicos ficaram
nervosos e começaram a ligar todos os aparelhos, nesse momento Ana parou, os
médicos viram que os batimentos cardíacos dela havia parados, eles fizeram de
tudo para reanimá-la, mas foi inútil, Ana teve uma parada cardíaca fulminante.
Os médicos começaram então uma grande correria tentando salvar o bebê, pois Ana
não tinha mais salvação, pois seu corpo já estava totalmente sem vida.
João estava na sala de
espera vendo toda aquela agitação, de repente ele sentiu um arrepio que começou
em seus cabelos então ficou em pé e seu corpo ficou todo arrepiado desde a
cabeça até os pés, João ficou olhando para a porta da sala de cirurgia onde
estava Ana, quando de repente ele viu Ana saindo com o bebê nos braços, e ela
se aproximou de João chorando, olhou nos fundos dos seus olhos e sem falar nada
começou a flutuar até o teto se transformou em uma nuvem branca de fumaça e
desapareceu.
João ficou em pé imóvel
olhando para o teto, as lagrimas rolavam de seus olhos, ele não conseguia
falar, nem se mexer nem mesmo pensar, sua mãe começou a chamá-lo e a mexer com
ele pedindo para ele se acalmar, João abaixou a cabeça, olhou para sua mãe e
disse:
- Minha vida acabou.
Os médicos operaram Ana na
tentativa de salvar o bebê, mas foi tudo em vão, pois a criança também já
estava sem vida, sairão da sala de operação tirando as luvas, olharam para João
e nada falaram, João olhou para eles e perguntou:
- Doutor eu perdi minha
esposa e meu filho também?
- Eu sinto muito tentamos
de tudo.
João ficou transtornado,
saiu correndo, entrou no carro e saiu dirigindo desesperado, não respeitava
sinalização nenhuma, passava direto as preferências, nem respeitava os limites
de velocidade na B.R, estava a mais de 200 km por hora, rapidamente ele chegou à
praia, deixou o carro e saiu correndo pela areia na beira do mar, até que
acabou caindo, e ali ficou por horas chorando deitado na areia. Quando se
acalmou um pouco ele levantou e foi até um bar que tinha perto do seu
apartamento, pediu um wisk, o garçom ao vê-lo com os olhos vermelhos, cabelos
desarrumados e as roupas cheia de areia perguntou:
- O senhor tem dinheiro?
João abriu a carteira,
retirou um bocado de notas altas e entregou a ele e disse:
- Melhor, me traga um
litro de uma vez.
O garçom trouxe o litro e
perguntou:
- O senhor está com algum
problema? Posso ajudar?
- Não, só vou encher a
cara porque acabei de perder minha esposa e meu filho no parto.
- Meu Deus! Eu sinto
muito, vou deixar o senhor à vontade, qualquer coisa que precisar é só levantar
o braço que virei atendê-lo.
João tomou toda a garrafa,
ficou completamente embriagado, quando se levantou para sair quase caiu em cima
do garçom, mas o garçom que estava de olho em João o segurou a tempo e
perguntou:
- O senhor não acha melhor
chamar um táxi para levá-lo para casa?
Do bar João podia ver o
prédio onde morava, respondeu com a boca mole:
- Não obrigado eu morro
naquele prédio. (e apontou para o prédio)
- Então eu ajudo o senhor
a ir até lá.
- Não precisa se incomodar
comigo.
- Não é incomodo nenhum
senhor, é um prazer, afinal o senhor começou e terminou de beber em meu bar, não
vou fazer nada mais que minha obrigação.
- Tudo bem, se você pensa
assim então vamos.
Chegando em seu
apartamento João ficou na sacada olhando para o mar, depois sentou-se no
para-peito da sacada colocou a cabeça sobre o joelho e começou a chorar muito pensando
no que havia acontecido. "Porque isso está acontecendo comigo? Que pecado
eu estou pagando? Sempre que estou feliz algo de ruim me acontece, quando eu
estava feliz com Izabel e meus filhos, fui retirado de minha família, agora que
eu estava feliz com Ana e meu filho eles foram retirados de mim" João
acabou dormindo sentado no para-peito da sacada e sonhou que estava caindo em
um abismo, quando acordou estava caindo mesmo do décimo segundo andar do
prédio direto para a calçada.
Os vizinhos ao verem o
acontecido ligaram para os para-médicos, rapidamente chegou helicópteros,
viaturas de polícia e até mesmo a imprensa, os para-médicos logo constataram
que João estava morto e levaram seu corpo para o I.M.L. Um amigo da família foi
levar a noticia para os pais de João, ao receber a noticia o pai de João ficou
desesperado, chorava e tremia muitos os amigos lhe deram água com açúcar para
ele se acalmar um pouco, depois de chorar muito ele respirou fundo e disse:
- Eu tenho que me manter
calmo, tenho que ser forte para poder dar essa noticia à minha esposa, só não
sei se ela vai suportar, pois perdemos nossa nora, nosso neto e agora nosso
filho, se eu perder minha esposa minha vida não terá mais sentido, só a morte
poderá me consolar.
Ele foi para casa se segurando
para não chorar e pensando como ele faria para dar a noticia a sua esposa; a
mãe de João ao ver o marido ali sentado e calado perguntou:
- Querido você sabe onde
está nosso filho João?
Ele olhou para ela e as
lagrimas surgiram em seus olhos, nesse instante o telefone tocou, ela foi
atender, mas ele com medo que fosse alguém dando a noticia antes dele correu
até o telefone e disse:
- Deixa que eu atendo.
- Alo.
- Alo, é da casa do João?
- Sim quem deseja?
- Aqui é o Marcos de
Rondônia, é o tio quem esta falando?
- Sim Marcos sou eu, e as
noticias que tenho para te dar não são nada boas.
- O senhor já contou para
a tia?
- Ainda não, não tive
coragem ainda.
- Ela ainda tem aquela
mala que foi junto com o santo?
- Sim, ela ainda não
abriu.
- Então antes de dar a
noticia diga á ela que é hora de abrir a mala, nela tem todas as explicações
sobre a morte de João de um jeito que ela não sofra muito.
- Mas como você sabe
disso? Você já abriu a mala?
- Sim eu abri e João sabia
disso, pois na mala havia um envelope para mim explicando o que tinha que
fazer, não sei como ele fez isso, mas ele dizia na carta que iria morrer e
pediu para que eu ligasse nesse dia e nessa hora e falasse só com o senhor.
- Então eu não preciso
contar nada para ela?
- Não tio, não precisa
dizer nada a mala dirá tudo.
- Obrigada Marcos eu não
sabia como dar a noticia a minha esposa, agora assim será mais fácil.
O pai de João se despediu
do sobrinho e desligou o telefone. Sua esposa que estava ali perto perguntou:
- O que o Marcos queria? Que
noticia é essa que você tem para me dar?
- Calma querida, primeiro
vá buscar aquela mala que João lhe deu, é hora de abri-la.
- Não, o João disse que
alguém iria ligar dizendo que era hora de abrir.
- Pois então esse alguém
acabou de ligar era o nosso sobrinho Marcos, e ele disse que é para abri-la
agora.
- Então vamos esperar o
João para abrimos juntos.
- Não querida, João não
vai mais voltar, vamos abrir a mala.
- Porque João não vai mais
voltar? Onde ele foi?
- Abra a mala que você vai
ficar sabendo onde ele foi.
Ela pegou a mala e abriu,
nela havia um envelope grande com seu nome, ela abriu o envelope e nele estava
escrito.
"Mãe a senhora não
precisa se preocupar comigo, pois na verdade eu tive o privilegio de viver 25
anos a mais, hoje eu estou com 45 anos de idade, e nessa mala tem todos os
relatos de minha vida, eu tenho eu tenho filho que mora em Goiás, ele entrará
em contato com a senhora para lhe dar mais detalhes de minha vida, o nome dele
é Sandro e no momento em que a senhora está lendo essa carta ele tem 85 anos de
idade, ele tem os documentos de uma capela em um cemitério, onde eu e minha
esposa Izabel estamos sepultados, eu peço para a senhora que fale com o senhor
Gerson pai da Ana, quero que ele faça o sepultamento meu, da Ana e de nosso filho
nessa capela. Mãe eu estou muito feliz aqui, pois tenho esposa, filhos e até
netos no fundo dessa mala têm algumas fotos. Mãe eu quero que a senhora saiba
que eu não pulei do prédio, eu apenas adormeci sentado no para-peito da sacada
e sem querer acabei caindo, meu corpo morreu, mas minha alma não, por isso eu
fiquei com dois nomes, pois tive dois corpos, no passado eu era Pedro João de
Sousa e no futuro João Pedro Severino, mãe eu peço perdão por tê-los deixados,
(peço a Deus que proteja vocês e que vocês me abençoem.)"
Ao terminar de ler a carta,
a mãe de João olhou para seu marido com os olhos cheios de lagrimas e
calmamente disse-lhe estendendo a carta:
- João caiu do prédio,
está morto.
O homem pegou a carta
assustado e perguntou:
- Como você sabe? Está
escrito isso nessa carta?
ALMA IMORTAL PARTE IV
No passado quando os
irmãos de Pedro disse para Isabel que Pedro voltou a ter quatro anos de idade,
Isabel olhou para eles e disse:
Não falem besteira, isso
não existe, vocês não podem acreditar em um absurdo desse, não perceberam que
Pedro estava brincando?
Depois ela correu até
Pedro, segurou-o pelo ombro e chorando começou a gritar:
Pedro pare com essa
brincadeira, você não vê que esta assustando eu e as crianças?
Pedro olhou para Isabel
fez um bico e começou a chorar como criança; nesse momento as crianças
começaram a chorar e Isabel os pegou no colo e foi correndo para dentro de casa
chorando.
Os irmãos foram até Pedro
acalmar-lo dizendo:
Calma Pedro não tenha
medo, nos não vamos deixar nada de mal acontecer com você.
Neste momento ele parou
de chorar e perguntou:
De Ana?
Ana não esta mais aqui,
agora você vai morar aqui. (responderam os rapazes já sabendo quem era Ana).
Eles levaram
Pedro para dentro, explicaram para a mãe dele que ele voltou a ser como era
quando tinha quatro anos de idade.
Ao ver sua
mãe Pedro corre até ela e abraça forte e feliz dizendo-: Mamãe, mamãe.
Nesse momento
chega o pai de Pedro e vendo aquilo pergunta:
O que esta
acontecendo aqui?
rapazes explicam para ele
o acontecido e o homem pasmo diz:
Mas como
aconteceu isso? O tempo esta limpo, não choveu e nem caiu raios, isso não podia
acontecer, pois precisamos dele para administrar a fazenda.
Nossa irmã cuida disso
pai, agora nós
precisamos pensar em como cuidar de Pedro, pois apesar de ter vinte e três anos
ele tem o juízo de uma criança, ele não pode ficar sozinho porque apesar de ser
uma criança ele tem o tamanho e a força de um homem e alcança qualquer altura,
ele poderá fazer artes bem maiores.
Bom filho
sendo assim Isabel devera cuidar dele, afinal ela é casada com ele e ele sempre
disse que isso poderia acontecer.
É pai, mas
Isabel nunca acreditou nisso e quando ela o viu daquele jeito ficou desesperada
e não aceitou, pegou seus filhos e foi correndo para dentro de casa.
Eu vou falar
com ela.
Ao Chegar na casa onde
Pedro morava com Isabel os filhos e o sogro, o homem bateu na porta, e quem
atendeu foi o pai dela.
Boa tarde
senhor Luis.
boa tarde
senhor Paulo, entre, estamos mesmo precisando conversar, o que aconteceu com
Pedro e Isabel que ela chegou aqui, com as crianças no colo numa choradeira
danada?
É sobre isso
que eu vim falar senhor Luis, Pedro quando tinha quatro anos de idade ele não
falava nem andava, isso nos deixava preocupados, pois toda criança começa a
andar com um ano e nessa idade fala muito e Pedro com quatro anos só falava
mamãe, um dia ele estava na beira do rio quando um raio caiu perto dele
atirando-o para longe, e a partir desse dia ele passou, a saber, andar e falar
e ate a ler escrever sem ninguém ter ensinado, ele tinha uma inteligência
incrível, ele que deu a idéia de comprarmos esta fazenda, e, com cinco anos ele
administrava isso tudo, mas ele sempre dizia que poderia voltar, dizia que era
do futuro e se chamava João.
Isso é
bobagem, ninguém vai para o futuro e nem vem para o passado, isso não existe.
A principio
eu também não acreditava, mas não tinha como explicar o fato dele, em um dia
ser um bebê babão e no outro saber ler e escrever e ate nadar sem ninguém ter
ensinado, foi ele quem ensinou os irmãos a ler e escrever, ele quem impediu que
minha chácara fosse roubada, foi ele quem disse que tínhamos uma mina de pedras
preciosas na chácara, se não fosse Pedro ou João como ele dizia ser, nós
estaríamos pobres e passando fome.
É senhor
Paulo quando Pedro apareceu em minha casa ele não se lembrava de nada, mas
sabia ler e escrever, então nos o chamávamos de professor, e quando ele se
lembrou disse que se chamava João.
Pois é, agora
Pedro voltou a ser o bebe babão de antes e precisa de cuidado especiais.
Neste momento
Isabel sai do quarto com os olhos vermelhos e diz:
Pai o senhor
não vai acreditar um uma bobagem dessa?
Filha nós
podemos não acreditar nesta historia toda, mas devemos aceitar o fato de que
Pedro esta com problemas, e não importa se isso seja verdade ou não, o que
importa é que Pedro precisa de nós e devemos ajudar-lo.
Tudo bem pai,
Pedro é meu marido e eu o amo muito e jamais irei abandonar-lo, irei cuidar
dele com muito amor e carinho, mas jamais acreditarei em um absurdo desse.
O pai de
Pedro disse:
Sendo assim
eu vou trazer Pedro para vocês.
Pode trazer
senhor Paulo, estaremos esperando.
O senhor
Paulo foi para casa e pediu para que os filhos levassem Pedro para casa de
Isabel, pois eles sabiam explicar melhor o que aconteceu.
Quando
chegaram na casa de Isabel os rapazes explicaram o que aconteceu e depois se
despediram e saíram, Pedro saiu atrás deles, então voltaram e disseram:
Não Pedro,
você não pode vir junto agora você mora aqui.
Pedro fez um
bico e começou a chorar. Os rapazes voltaram para dentro e acalmaram Pedro
depois disseram para Isabel que ele não a conhecia por isso ela precisava
reconquistar-lo, para ele pegar confiança e ficar com ela.
Isabel se
aproximou de Pedro e começou a passar a mão na cabeça dele falando como se
estivesse conversando com uma criancinha; Depois os rapazes saíram devagar e
deixaram Pedro.
Isabel
cuidava de Pedro com muita dedicação e carinho, dava banho, comida na boca,
colocava para dormir, sempre que estava chovendo com muitos trovões e
relâmpagos ela mandava ele ir para a casa do pai dele, depois da chuva os
irmãos levavam Pedro de volta e davam a maior bronca em Isabel:
Você esta
doida mulher? Quer matar seu marido? Não vê que nessa chuva ele pode pegar uma
pneumonia?
Eu não estou
louca! Vocês não disseram que ele ficou assim quando um raio caiu perto dele?
Então eu mando na chuva para ver se cai um raio para ele voltar ao normal.
Isso não
acontece assim, você não vê que se cair um raio nele pode matar-lo, depois ele
voltou não foi com um raio, você precisa se conformar, Pedro pode nunca mais
voltar a ser como era, você tem que ajudar-lo para que daqui a dois ou três
anos ele possa falar e andar normalmente.
Isabel não
disse nada, mas sempre que chovia mandava Pedro sair na chuva; então a família
de Pedro passou a levar-lo para casa toda vez que chovia.
Assim eles
viveram nessa agonia durante um ano.
Certo dia
estava um dia lindo de sol, Pedro estava no terreiro brincando com seu filho
mais velho que já tinha quatro anos de idade, de repente Pedro se levanta e sai
em direção a casa de seu pai, seu filho saiu correndo atrás dele e passou uma
rasteira, Pedro caiu com o rosto direto no chão, antes de chegar ao chão Pedro
deu um grande forte e desesperado grito, todos ouviram e correram para ver o
que aconteceu.
Pedro se
levantou, olhou para seu filho, depois caiu de volta desmaiado.
Todos
correram pegaram ele e levaram para dentro de casa.
Quando
acordou Pedro abraçou forte Isabel e começou a chorar; Isabel tentou
acalmar-lo, mas ele disse:
Amor me deixe
sozinho eu preciso chorar um pouco, depois eu explico o que aconteceu comigo.
Ao ouvir
Pedro falando assim, Isabel olhou para ele e disse:
Amor você
voltou ao normal?
Eu voltei,
mas por enquanto me deixe só, depois nós conversaremos, agora eu só quero
chorar.
Pedro virou apara o lado e soluçava de
tanto que chorava.
Isabel não entendeu nada, mas
como Pedro voltou ela estava muito feliz, então ela saiu do quarto e deixou ele
chorando sozinho.
Pedro
chorou por horas, depois se levantou tomou um banho e foi conversar com Isabel,
ele com o rosto fechado, muito triste e disse:
Isabel eu não
sei o que aconteceu aqui, mas como eu sempre disse que podia acontecer,
aconteceu, eu voltei para o futuro e lá fiquei por dois anos, eu não gostei,
pois estava muito feliz aqui com você e meus filhos, mas eu estava lá e apesar
de não te esquecer jamais eu precisava continuar minha vida, pois eu não tinha
esperança de voltar, afinal isso parece impossível e quando eu vim à primeira
vez eu fiquei aqui por 20 anos e quando eu saí do futuro eu deixei um grande
amor e com o tempo o meu amor por ela foi enfraquecendo e quando eu conheci
você, meu amor por ela acabou, mas quando eu voltei para o futuro ela estava do
meu lado, cuidando de mim, pois lá o tempo quase não passou, então depois de
alguns meses eu casei com ela.
Então quer
dizer que você não me ama mais?
Não é isso,
eu jamais deixei de te amar mais você estava no passado então apesar de ainda
te amar eu me casei com ela, pois eu á amava antes e seria mais fácil voltar a
amar-la.
Quer dizer
que qualquer dia você pode voltar para o futuro e ficar com ela lá e comigo
aqui?
Não isso não
é mais possível, pois ela morreu durante o parto do meu filho.
O quê, Você
teve um filho com ela?
Não ele não
sobreviveu ao parto.
Há, eu sinto muito. Perdoe-me, você sofrendo e
eu aqui pegando no seu pé; Me diga o que aconteceu com você, será bom
desabafar, eu prometo não dizer nada.
Pedro contou
toda a história para Isabel, no final quando ele disse ter caído do prédio
Isabel disse:
Quer dizer
que você morreu no futuro.
Não, eu não
morri, só meu corpo morreu, mais a alma é do verdadeiro Pedro, que pertencia a
esse corpo.
Então você
não vai mais voltar para o futuro?
Não, eu
acredito que não.
Isabel não
disse nada, a respeito do sofrimento de Pedro, mais era visível a felicidade em
seu rosto.
Pedro
percebeu mais não disse nada, pois entendia a felicidade de Isabel, levantou e
abraço os seus dois filhos, Sandro e Carlos. Depois foi até a casa de seus pais
abraçou seus irmãos e disse que não iria mais ficar mudando de jeito de ser, e
iria ser daquele jeito para sempre.
Pedro pediu
para seus irmãos localizarem João Severino, depois contratou alguém para sempre
dar notícias do paradeiro dele, comprou uma mala e tirou varias fotos de sua
família e escreveu várias cartas sobre a sua vida, sobre sua esposa e seus
filhos teve mais quatro filhos, dois meninos e 2 meninas, quando a mala estava
cheia, ele escreveu uma carta para seu primo do futuro o que iria acontecer o dia
e a hora para ele ligar para os seus pais para eles abrirem a mala, depois ele
entregou a mala para João Severino para ser entregue junto com o Santo.
O tempo
passou, o pai, mãe, sogro, e sogra de Pedro ficaram velhos e faleceram, as
heranças foi dividida entre 17 irmãos, um dos irmãos virou padre e doou sua
parte para a Igreja. Outro foi morto pelo 7º irmão por causa do namorado. O 7º
irmão estava preso e outro irmão pegou sua parte da herança e foi para o Rio de
Janeiro viver com um homossexual, dois irmãos e duas irmãs ficaram morando na
fazenda junto com Pedro, os outros casaram e foram viver com seus maridos e
esposas.
Os filhos de
Pedro, apesar de serem ricos um decidiu ser cantor e outro jogador de futebol,
suas filhas, uma se casou com um americano e foi morar nos Estados Unidos, a
outra com um pescador e foi morar na praia; Apenas Sandro decidiu ficar morando
com a esposa e filhos na fazenda com Pedro.
Nesse tempo
Pedro estava com 40 anos de idade quando Sandro resolve que iria ficar na
fazenda Pedro chamou para conversar e disse:
Sandro eu já
sabia que você iria ficar aqui, pois você será o dono disso tudo.
Mais não é
por isso que fiquei.
Eu sei filho,
mais você cuidará para que essa fazenda não seja vendida, eu vou explicar; No
ano de 2005 eu vou querer comprar-la de você e você não deve me vender.
Que isso
papai, 2005 eu estarei com 85 anos e o senhor com mais de 100 anos, nem eu nem
o senhor estaremos vivos em 2005.
Eu não, mais
você estará vivo, forte e lúcido.
Sê o senhor
não estará vivo como vai quere comprar a fazenda?
Você sabe o
que aconteceu comigo quando você era pequeno.
Sei sim o
senhor ficava indo para o futuro, mais o senhor vai me desculpar mais isso eu
não acredito.
Tudo bem não
precisa acreditar, mais quando você tiver 85 anos de idade, um jovem vai
aparecer aqui, sua neta ira trazer-lo até você, ele vai querer comprar a
fazenda e você não deve vender.
Esta bem
papai, se isso acontecer eu irei me lembrar.
Tem mais
filho, eu vou para o sul e comprarei um terreno no cemitério e construirei uma
capela onde você ira sepultar sua mãe e seu pai, e quando esse jovem falar com
você nove meses depois ele a sua esposa e o filho deles irão morrer e eu quero
que você fale com os pais deles para sepultarem na mesma capela.
Que absurdo o
senhor esta dizendo pai.
Pedro contou
toda a história para Sandro e explicou o que deve fazer.
Sandro disse:
Tudo bem pai
eu não acredito nisso mais se eu chegar aos 85 anos se acontecer o que o senhor
disse farei o que pediu.
Pai me diga
uma coisa, o senhor sabe quando o senhor vai morrer?
Não filho, eu
não sei, pode ser amanhã ou depois ou pode ser daqui a 40 ou 50 anos, quando eu
me encontrar com você no futuro, você estará sabendo mais não deverá me dizer.
Sei pai, é
para não alterar o seu destino.
É isso ai filho.
Pedro viajou
para o sul, fez a capela e depois voltou e ficou curtindo a família, ele sempre
ia nas casas de seus filhos, certo dia ele foi à casa de sua filha em 1955 na
praia, era um dia de tempo fechado o mar estava muito agitado, Pedro ficou em
cima de uma pedra olhando para o infinito do mar, lembrando de Ana, quando de
repente uma onda muito forte bateu na pedra atingindo Pedro e atirando-o ao
mar.
ALMA IMORTAL PARTE V
No futuro o
pai de João ao ler a carta disse:
Quer dizer
que nosso filho não morreu?
Nós perdemos
nosso filho de qualquer jeito, não importa se ele foi para o passado ou não,
mas vamos falar com o Sr, Gerson e fazer o que nosso filho pede.
Os pais de
João levaram a carta até o Sr, Gerson que ao ler disse:
Se for como
esta escrito aqui nós faremos o velório dos três juntos aqui e esperamos este
Sr, Sandro aparecer.
Eles
prepararam o velório dos três juntos, mas não marcaram o sepultara; Durante o
velório, a mãe de João viu um senhor idoso chegando em um táxi com uma pasta
nas mãos, então ela já imaginou se tratar de Sandro filho de João, ou seja,
Pedro; Então ela se aproximou dele e disse:
Sr. Sandro?
Sim eu vim
realizar o desejo de meu pai.
A mãe de João
encaminhou Sandro até o pai de Ana para tratar dos detalhes da adoção do tumulo,
depois Sandro foi até o caixão de João colocou a mão sobre o corpo dele e
disse:
Pai eu já
chorei a sua morte há muitos anos, não irei chorar novamente.
Depois ele
foi conversar com os pais de João, a sala que estava cheia de gente virou um
grande ti, ti, ti, pois ninguém entendeu porque um velho chamou um rapaz de
pai.
Fizeram o
sepultamento, depois Sandro se despediu da família e disse que viria visitá-las
no dia 02 de novembro (finados).
O tempo
passou o dia de finados chegou e Sandro junto com o pai e a mãe de João foram
para o cemitério orar por João, Ana,
Pedro, Isabel e o bebê, ao chegar na parte da capela onde os 05 estavam
sepultados eles viram no fundo da capela uma pequena imagem de Santo Antonio
toda em vidro, então eles olharam um para outro depois olharam em volta para
ver se conhecia alguém eles viram na parte alta do cemitério um homem muito bem
vestido com terno e gravata com uma capa preta e com as mãos nos bolsos olhando
para eles e sorrindo.
Fim
LANCEI UM LIVRO PELA EDITORA PROTEXTO COM O TITULO O ENTEADO DE DEUS, ACREDITO QUE POR SE TRATAR DE UM ESCRITOR INICIANTE PODERIA SER VENDIDO A UM VALOR BEM MENOR MAS QUEM DETERMINA O PREÇO É A EDITORA, POR ESSE MOTIVO POSTEI MEUS LIVROS EM UM BLOG CONTANDO APENAS COM DOAÇÕES VOLUNTÁRIAS DOS LEITORES.
VEJA NO FINAL DESTA GAGINA COMO CONTRIBUIR
SE DESEJA ADQUIRIR O LIVRO O ENTEADO DE DEUS CLIQUE NESTE LINK
http://www.protexto.com.br/livro.php?livro=310
LANCEI UM LIVRO PELA EDITORA PROTEXTO COM O TITULO O ENTEADO DE DEUS, ACREDITO QUE POR SE TRATAR DE UM ESCRITOR INICIANTE PODERIA SER VENDIDO A UM VALOR BEM MENOR MAS QUEM DETERMINA O PREÇO É A EDITORA, POR ESSE MOTIVO POSTEI MEUS LIVROS EM UM BLOG CONTANDO APENAS COM DOAÇÕES VOLUNTÁRIAS DOS LEITORES.
VEJA NO FINAL DESTA GAGINA COMO CONTRIBUIR
SE DESEJA ADQUIRIR O LIVRO O ENTEADO DE DEUS CLIQUE NESTE LINK
http://www.protexto.com.br/livro.php?livro=310
DEVAIR S. BRAZIl
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